BANCO SANTOS: quadro de Iberê Camargo tem lance mínimo de 75.000 reais / Divulgação
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2016 às 05h51.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h18.
Palco de grandes eventos corporativos, como os fóruns de EXAME, o hotel paulistano Unique recebe nesta terça-feira 200 de obras de artistas como Victor Brecheret, Iberê Camargo e Tomie Ohtake. É o dia do primeiro de dois leilões da massa falida do Banco Santos – o segundo será exclusivamente online, no dia 29. A peça mais barata ofertada hoje tem preço inicial de 150 reais; a mais cara, de 1,1 milhão.
O leilão marca um ponto decisivo num processo que se arrasta há anos na Justiça. Edemar Cid Ferreira, controlador do Banco Santos, foi condenado em 2006 a 21 anos de prisão por crimes como gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. Em 2015, o Tribunal Regional Federal da 3a Região, em São Paulo, anulou a condenação, mas o processo continua correndo, em segredo de Justiça.
O Banco Santos quebrou em 2005, com dívidas que somavam mais de 3 bilhões de reais após mais de um ano sob intervenção judicial. Desde então, credores lutam para receber parte do dinheiro, num processo que envolveu uma série de reclamações contra o administrador da massa falida, Vânio Aguiar – ele foi acusado de deixar vinhos caríssimos azedar, por exemplo, e de não cuidar da manutenção da coleção de arte, uma das maiores do país.
Nos leilões marcados para hoje e para a semana que vem, Aguiar espera arrecadar perto do valor de avaliação das obras – 9,8 milhões de reais. Até hoje, 62 obras do banqueiro já foram vendidas fora do país, pelo valor total de 72 milhões de reais. Os imóveis, que incluem a casa de Ferreira, uma das maiores do Brasil e avaliada em mais de 100 milhões de reais, também devem ir a leilão. O passivo total, agora, segundo Aguiar, soma 2,259 bilhões de reais. Ainda esperam para receber seu quinhão 2.174 credores. Haja Brecheret.