Mercado Imobiliário

Venda de imóveis atinge recorde em 2023 – e há espaço para nova alta este ano, diz Abrainc

Mudanças no Minha Casa Minha Vida impulsionam vendas e lançamentos no segmento econômico

Imagem aérea da cidade de São Paulo (SP): expectativa da Abrainc é de alta nos lançamentos e vendas este ano ( Fabio Vieira/FotoRua/Getty Images)

Imagem aérea da cidade de São Paulo (SP): expectativa da Abrainc é de alta nos lançamentos e vendas este ano ( Fabio Vieira/FotoRua/Getty Images)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 13 de março de 2024 às 11h40.

O ano de 2023 reuniu condições ideais para a retomada do mercado imobiliário brasileiro. A tendência de queda na taxa de juros e a perda de força da inflação se uniram a um conjunto de mudanças no principal programa habitacional do País, o Minha Casa Minha Vida (MCMV), resultando em um ano recorde em vendas.

De janeiro a dezembro de 2023, o mercado imobiliário registrou um crescimento de 32,6% nas vendas de novos imóveis em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Os dados são do indicador Abrainc-Fipe, um levantamento realizado com 20 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Foram 163 mil unidades vendidas no ano passado, valor recorde e 24% maior que o de 2021 – segundo maior volume da série histórica iniciada em 2014. E para este ano, a perspectiva é continuar na tendência de alta.

“Esperamos novas altas em lançamentos e vendas este ano; 2024 será muito positivo [para o mercado imobiliário]”, avaliou Luiz França, presidente da Abrainc, em coletiva na manhã desta quarta-feira, 13. 

Um dos fatores destacados pelo presidente é a tendência de queda da Selic. A taxa básica de juros está atualmente em 11,25% ao ano, e pode cair abaixo de um dígito no segundo semestre caso as expectativas do mercado se confirmem.

"Com a atual tendência de queda da taxa de juros, é esperado um aumento nas vendas em 2024, tornando a compra de imóveis para investimento ainda mais atrativa. Além disso, observou-se um incremento de 17% nos preços dos aluguéis, fortalecendo ainda mais a procura por ativos imobiliários.” 

Minha Casa Minha Vida volta a brilhar

A alta foi puxada por dois segmentos: o econômico, via Minha Casa Minha Vida, e o de médio e alto padrão. O MCMV apresentou aumentos de 42,4% no volume de unidades comercializadas e alta de 55,1% no valor total de vendas ao longo dos doze meses. Tendência positiva também no valor de venda de lançamentos, que subiu 39,3% no período.

A estimativa da Abrainc é que a mudança no teto do programa tenha impulsionado os números. Em julho do ano passado, o governo ampliou as faixas de renda e aumentou o valor máximo do imóvel que pode ser adquirido na faixa mais alta de R$ 264 mil para R$ 350 mil. 

O segmento de médio e alto padrão, por sua vez, teve bons resultados em vendas, com alta de 14% no volume de unidades comercializadas e de 18,9% no valor de vendas. O indicador veio acompanhado, no entanto, de uma redução de 9,2% no valor de lançamentos no último ano.

“Estamos vendo uma venda de estoques. Atribuo essa redução a um posicionamento acertado de gestão [de portfólio] das empresas”, pontuou França.

Acompanhe tudo sobre:Minha Casa Minha VidaImóveisConstrutoras

Mais de Mercado Imobiliário

Descubra quanto tempo demora para comprar um imóvel

Para que serve inscrição imobiliária?

CMN regulamenta utilização de imóvel como garantia em mais de uma operação de crédito imobiliário

É possível comprar um apartamento ganhando só um salário mínimo?