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O shopping ficou pequeno: Outback vai às ruas de SP com megaloja

O 'transbordo' de grandes redes para as ruas das principais capitais brasileiras tem se tornado uma tendência também para KFC e Taco Bell

Loja do Outback na Heitor Penteado tem 1,5 mil metros quadraodos

Loja do Outback na Heitor Penteado tem 1,5 mil metros quadraodos

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 14h28.

Última atualização em 4 de dezembro de 2025 às 19h17.

É difícil pensar em um shopping em São Paulo onde o Outback Steakhouse não esteja presente. Em todo o Brasil, a rede está em mais de 180 centros comerciais. Para manter o ritmo de crescimento, ela planeja — e precisa — ganhar as ruas.

“Nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, o Outback já está em praticamente todos os shoppings centers que fazem sentido. Mesmo assim, para 2026 continuaremos investindo fortemente em shoppings por todo o Brasil”, explica Claudia Vilhena, vice-presidente de Marketing, Vendas e Growth da Bold Hospitality Company, empresa que opera as redes de restaurantes Outback, Abbraccio e Aussie no Brasil.

Em 2025, o Outback abriu 15 novas lojas espalhadas pelo país. A aposta mais audaciosa e estratégica, no entanto, aconteceu no final de novembro. Com um investimento de cerca de R$ 10 milhões — o dobro das demais aberturas — uma mega unidade de 1,5 mil metros quadrados dá as caras para a Rua Heitor Penteado, na zona oeste da capital.

Algo semelhante acontece com o KFC. Com 233 lojas no Brasil, aproximadamente 96% estão em shoppings, mas há uma clara expansão para lojas de rua. “A partir de 2026, o objetivo é que 20% a 30% da rede seja composta por lojas desse tipo, e no longo prazo, que 80% a 90% das novas aberturas já aconteçam nesse modelo”, diz Otávio Pimentel, CEO do KFC Brasil.

O movimento das gigantes acontece mesmo com um contexto complicado para os comércios de rua, que perdem espaço para as incorporações. “Isso faz com que a concorrência aumente nos shoppings. Apesar disso, são ambientes controlados, com bem menos riscos. Ir para a rua é uma alternativa de expandir a malha e a bandeira”, Simone Santos, sócia-diretora da Binswanger Brazil.

De forma geral, o principal argumento das companhias — além do fato de não ter mais shoppings para expandir nas grandes capitais — é que lojas de rua trazem uma venda média mais alta e maior capacidade de construção de marca.

Tito Barroso, CEO da Taco Bell no Brasil, também acrescenta um argumento a favor das lojas de rua: "a integração com o delivery, já que essa é uma categoria de consumo de comida que cresce exponencialmente ano após ano". Hoje, a rede opera 35 restaurantes no Brasil, dois deles de rua, mas deve terminar o ano com uma terceira unidade do tipo.

“Com a Yum! Brands assumindo a master franqueadora no Brasil a partir de 2026, planejamos acelerar a presença em locais de rua e drive-thru, mas sem abrir mão dos shoppings. Queremos que haja um equilíbrio maior entre as categorias: nossa expectativa é que, em cinco anos, tenhamos 40% das unidades da marca nas ruas”, afirma o CEO da Taco Bell.

O terreno do Outback

A chave para conseguir se estabelecer na rua, segundo a especialista da Binswanger, é encontrar um local onde haja garantia de permanência a longo prazo. Por isso, grande parte das lojas vai para fachadas ativas, debaixo dos prédios. Mas não é o caso do Outback da Heitor Penteado.

O espaço, onde antigamente funcionava um posto de gasolina, foi comprado por uma parceira que locou o terreno para a rede no modelo de rent to suit. Ou seja, foi feito sob medida para as necessidades do Outback.

Uma das necessidades primordiais da rede, no entanto, é entender o entorno. “O terreno é de fato ótimo quando falamos de tamanho, mas não é só isso. Precisamos saber se há uma comunidade com quem possamos nos conectar, um fluxo de pessoas frequentando o restaurante. Encontrar o local ideal acaba virando um grande Tetris”, explica.

O local tem dois andares e oferece lugar para mais de 300 pessoas, com uma área dedicada para eventos e celebrações de todos os formatos disponível para locação.

A procura por novos terrenos continua, já que Claudia Vilhena garante que o crescimento do Outback no próximo ano será tão ou mais acelerado quanto foi em 2025.

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