Mercado Imobiliário

Desistiu de comprar imóvel? Intenção é a menor patamar desde a pandemia

Raio-X FipeZAP mostra que as opções à venda são consideradas caras por 74% dos brasileiros

Venda de imóveis: intenção de compra diminui no Raio-X FipeZAP do segundo trimestre (ferrantraite/Getty Images)

Venda de imóveis: intenção de compra diminui no Raio-X FipeZAP do segundo trimestre (ferrantraite/Getty Images)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 21 de agosto de 2024 às 08h02.

O mercado imobiliário brasileiro está ficando salgado para o comprador final. A intenção de compra de imóveis caiu ao menor patamar desde o primeiro trimestre de 2020, em meio à pandemia, segundo medição do FipeZAP.  A pesquisa Raio-X FipeZAP do segundo trimestre de 2024 mostrou que a proporção de compradores potenciais caiu de 40% para 35%, abaixo da média histórica, de 38% (veja metodologia abaixo). 

Parte da resposta para o movimento está na percepção de preços por parte do consumidor. Aqueles que consideram os valores dos imóveis como “altos ou muito altos” subiu de 72% para 74% na comparação trimestral. Já o percentual que considera os preços “razoáveis” passou de 18% para 19%, enquanto a porcentagem daqueles que vêem os preços como “baixos ou muito baixos” caiu um ponto percentual, de 4% para 3%. Os que não souberam opinar somaram 4% da amostra.

Para além dos preços, as taxas de financiamento também estão altas, o que pode ajudar a explicar a queda na intenção de compra na avaliação de Lucas Gerez, economistas do DataZAP. “A percepção de que os preços estão altos ou muito altos se soma com a elevada taxa de financiamento imobiliário”, afirma. A taxa do financiamento, por sua vez, é balizada pela Selic, que foi mantida no patamar acima de dois dígitos, em 10,5% ao ano.

Vendas seguem em alta

A pesquisa classifica como “compradores” o grupo que declara ter adquirido um imóvel nos últimos 12 meses. E a porcentagem de compradores segue em alta pelo terceiro trimestre concitando, subindo 11% para 13% – a taxa média de compradores do levantamento é de 11%.

A preferência por imóveis usados também cresceu no último trimestre para 72% – maior valor da série histórica. A média costuma se equilibrar entre 60% de usados e 40% de imóveis novos.

Outro indicador que atingiu recorde foi a porcentagem de compradores que adquirem um imóvel para investir. A fatia cresceu 10 pontos percentuais frente ao trimestre passado, saltando de 39% para 49%.

Entre os que compraram para investir, 63% pretende obter renda de aluguel, enquanto os 37% restantes desejam aguardar a valorização do imóvel para revender. Já os que compraram para morar, pretendem majoritariamente morar acompanhados (77%). Os que desejam morar sozinhos são 16%, e outros 7% compram o imóvel para que outra pessoa more.

Metodologia do Raio X FipeZAP

O Raio X FipeZAP é um questionário aplicado a usuários ativos dos portais ZAP e Viva Real que abrangem todas as regiões do País – sem recorte regional. Os respondentes são pessoas que compraram imóvel nos últimos 12 meses (“compradores”); que pretendem comprar um imóvel nos próximos 3 meses (“compradores potenciais”); ou usuários que são proprietários de imóveis adquiridos há mais de 12 meses (“proprietários”). 

A edição do segundo trimestre contou com 646 respondentes entre os dias 10 de julho e 5 de agosto. A maior parcela (57%) declarou renda domiciliar igual ou inferior a R$ 10 mil. A idade média do respondente da pesquisa é de 53 anos, e 62% dos respondentes são homens.

Acompanhe tudo sobre:FipeZAP ImóveisImóveisfinanciamento-de-imoveis

Mais de Mercado Imobiliário

Comprovar usucapião: quais são os procedimentos e documentos necessários?

A nova estratégia da Pilar para liderar o mercado de imóveis de luxo em São Paulo

Como o usucapião pode tirar seu imóvel e o que fazer para evitar

Sem crise para os CRIs: volume de estoque bate recorde e chega a pequenos e médios incorporadores