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Cinco tendências do mercado imobiliário no pós-pandemia

Executivas do setor debateram tendências em evento realizado em São Paulo nesta sexta-feira, 29

Painel do evento Soma, organizado pelo movimento Mulheres no Imobiliário (Mulheres no Imobiliário/Divulgação)

Marília Almeida

Publicado em 29 de abril de 2022 às 14h41.

Última atualização em 29 de abril de 2022 às 15h02.

Taxa de juro de dois dígitos, inflação de até 100% em algum material de construção, e menor poder de compra da população brasileira. O cenário pós-pandemia representa certamente um revés para o mercado imobiliário. Como navegar nesse cenário econômico mais complexo?

É o que discutiram executivas do setor nesta sexta-feira, 29, no painel "Tendências do Real State". O debate faz parte da programação do evento "Soma O mundo imobiliário completo com as protagonistas".

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Organizado pelo movimento Mulheres do Imobiliário, idealizado e fundado por Elisa Tawil, o evento, apoiado pela EXAME, tem como objetivo promover a diversidade e equidade do setor, além de formar uma rede de apoio para profissionais do segmento.

Veja abaixo cinco insights comentados por Tânia Costa, diretora de desenvolvimento da Regus; Mariliza Pereira, CEO da construtora Rio8; Giovanna Campanelli, diretora de real state do escritório de advocacia Alvarez & Marsal; e Maria Júlia Temprano. CFO da CP Construplan.

Eficiência operacional

Ter dinheiro em caixa para imprevistos é uma característica essencial para mercados de ciclo longo como o imobiliário, mas que se mostrou ainda mais importante na pandemia.

A alta inflação do material não é, no atual cenário, de perda do poder de compra, facilmente repassada para o preço dos imóveis. Estrangulados pelos custos, muitos pequenos e médio construtores vêm encerrando atividades, diz Campanelli, do escritório Alvarez & Marsal

"Um caminho para sair desse ciclo é buscar maior eficiência", diz a executiva. "Uma solução posível é integrar engenharia e escritório para reduzir desperdícios com o intuito de conservar as margens do negócio."

Trabalho híbrido

É fato: a maioria dos funcionários das empresas quer o trabalho híbrido no pós-pandemia, e isso muda a demanda por espaços, diz Costa, da Regus,

Existe agora uma demanda por trabalhar mais perto de casa, o que cria uma oportunidade para a construção de escritórios fora de regiões tipicamente comerciais. Além disso, há uma maior exigência dos funcionários sobre seus escritórios. "É necessário mostrar que o escritório é mais atrativo do que trabalhar no Starbucks da esquina."

Imóveis de médio e alto padrão

Para Pereira, CEO da Rio8, estranguladas pela inflação do material de construção, e diante do aumento da taxa de juro, muitas construtoras viraram a chave do segmento de imóveis econômicos para empreendimentos de médio e alto padrão ao longo da pandemia.

"Nos últimos anos muitas empresas sofreram ao focar em um cliente que não era nem o cliente de empreendimentos de médio padrão nem do segmento econômico, que infelizmente perdeu poder de compra e não conseque comprar um imóvel agora."

A saída é buscar clientes de maior renda, especialmente investidores. "Esse grupo está com mais apetite para comprar imóveis no atual cenário econômico."

Esforço digital

As restrições causadas pela pandemia estimularam ainda mais a jornada digital do cliente imobiliário. Portanto, ter essa estratégia se tornou ainda mais importante para o negócio, diz Temprano, da CP Construplan.

"Hoje trabalhamos com uma imobiliária no estande e com outra digital, que marca visitas. Também passamos a trabalhar com contratos digitais."

Fachada ativa

Em tempos de alta dos preços para construir, qualquer alívio é bem-vindo. E a fachada ativa é um deles: caso seja inserida em um empreendimento, permite construir mais.

A CP Construplan resolveu apostar na solução em um empreendimento econômico e foi bem-sucedida, diz Temprano. "Investidores optaram por comprar as salas comerciais para alugá-las para os próprios moradores do prédio."

 

 

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