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Os erros da Starbucks em sua campanha contra o racismo

Como estratégia, a empresa encorajou atendentes dos estabelecimentos a conversarem com os clientes sobre o tema

Ex-jogador de basquete e colunista da revista Time criticou a campanha, alegando que a boa intenção dos atendentes poderia obter o efeito contrário nas pessoas (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2015 às 18h40.

São Paulo - Recentemente, a Starbucks lançou uma campanha nos Estados Unidos com o objetivo de colocar holofotes num assunto polêmico: o racismo . Apesar da boa intenção, a marca foi criticada por internautas. Mas afinal, onde a Starbucks errou?

Se você acha que a resposta para esta questão viria de algum especialista em marketing , engana-se. Kareem Abdul-Jabbar, ex-jogador de basquete e colunista da revista Time, decidiu abordar a iniciativa da marca em artigo publicado recentemente.

Abdul-Jabbar explica em seu texto que a intenção de Howard Schultz, CEO da marca, é nobre. Obviamente, há um problema de percepção em relação ao racismo nos Estados Unidos. O ex-jogador cita uma pesquisa de Harvard que mostrou esta diferença. Para 56% dos negros ouvidos, há muito racismo no país. Este número é de apenas 16% entre os brancos entrevistados.

"Isso não é culpa dos brancos. Se você não é um racista ou alguém que experimenta o racismo, a questão não está em seu radar", explica.

Abdul segue dizendo que sim, é possível mudar isso. Os números comprovam: em 1996, apenas 27% dos americanos aprovavam o casamento gay; em 2014, este número era de 55%. O problema com a campanha da Starbucks foi o local e os porta-vozes escolhidos.

Para relembrar: a iniciativa de Schultz provocava os próprios atendentes da marca a discutirem a questão racial com os consumidores. Segundo Abdul-Jabbar, a maioria dos clientes da Starbucks provavelmente não quer ter a sua consciência política contestada pela pessoa que está preparando seu café.

"As mentes são mais propensas a serem alteradas por alguém com algum tipo de experiência no assunto", afirma.

Mesmo que o consumidor concorde em conversar sobre o tema, continua o ex-jogador, ele já terá uma opinião formada sobre a questão. As conversas com os atendentes da Starbucks não irão mudar a percepção de um racista. Pior, podem descambar para a violência.

"Admiro a coragem de Schultz e aplaudo sua iniciativa em querer agir", elogia Abdul citando o fato que tal discussão deveria estar nas salas de aula e não nos cafés.

"Não pare de tentar, Sr. Starbucks", finaliza.

E você? Concorda com Kareem Abdul-Jabbar? Comente.

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São Paulo - Recentemente, a Starbucks lançou uma campanha nos Estados Unidos com o objetivo de colocar holofotes num assunto polêmico: o racismo . Apesar da boa intenção, a marca foi criticada por internautas. Mas afinal, onde a Starbucks errou?

Se você acha que a resposta para esta questão viria de algum especialista em marketing , engana-se. Kareem Abdul-Jabbar, ex-jogador de basquete e colunista da revista Time, decidiu abordar a iniciativa da marca em artigo publicado recentemente.

Abdul-Jabbar explica em seu texto que a intenção de Howard Schultz, CEO da marca, é nobre. Obviamente, há um problema de percepção em relação ao racismo nos Estados Unidos. O ex-jogador cita uma pesquisa de Harvard que mostrou esta diferença. Para 56% dos negros ouvidos, há muito racismo no país. Este número é de apenas 16% entre os brancos entrevistados.

"Isso não é culpa dos brancos. Se você não é um racista ou alguém que experimenta o racismo, a questão não está em seu radar", explica.

Abdul segue dizendo que sim, é possível mudar isso. Os números comprovam: em 1996, apenas 27% dos americanos aprovavam o casamento gay; em 2014, este número era de 55%. O problema com a campanha da Starbucks foi o local e os porta-vozes escolhidos.

Para relembrar: a iniciativa de Schultz provocava os próprios atendentes da marca a discutirem a questão racial com os consumidores. Segundo Abdul-Jabbar, a maioria dos clientes da Starbucks provavelmente não quer ter a sua consciência política contestada pela pessoa que está preparando seu café.

"As mentes são mais propensas a serem alteradas por alguém com algum tipo de experiência no assunto", afirma.

Mesmo que o consumidor concorde em conversar sobre o tema, continua o ex-jogador, ele já terá uma opinião formada sobre a questão. As conversas com os atendentes da Starbucks não irão mudar a percepção de um racista. Pior, podem descambar para a violência.

"Admiro a coragem de Schultz e aplaudo sua iniciativa em querer agir", elogia Abdul citando o fato que tal discussão deveria estar nas salas de aula e não nos cafés.

"Não pare de tentar, Sr. Starbucks", finaliza.

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