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Com crowdsourcing, novo site agencia ideias e projetos

Plataforma de crowsourcing, primeira do tipo no Brasil, leva ideias e projetos até as empresas

Os atores Paulo Vilhena e Fernanda Rodrigues: campanha da plataforma de crowdsourcing Kaxola (Reprodução)

Os atores Paulo Vilhena e Fernanda Rodrigues: campanha da plataforma de crowdsourcing Kaxola (Reprodução)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 24 de março de 2015 às 12h45.

São Paulo – Você está na mesa do bar e tem uma ideia divertida de comercial ou slogan, mas não é publicitário nem trabalha em uma agência. Ou você tem uma inspiração para um novo aplicativo, mas também não entende de programação e modelos de negócio. O que fazer?

São respostas para essas dúvidas que uma nova plataforma de crowdsourcing pretende trazer aos criativos de plantão.

O site Kaxola foi lançado em fevereiro de 2014 pelos sócios Marauê Carneiro e Márcio Renê Júnior com a ideia de conectar pessoas e empresas, fazendo com que boas ideias possam sair do papel.

É a primeira plataforma do tipo no Brasil. A grande inspiração do Kaxola é o Zooppa, empresa italiana que atua nos EUA e é a principal referência de agência crowdsourcing por lá.

No Brasil, ainda não existia uma nos mesmos moldes. Marcas e empresas já tinham se valido do conceito em ações promocionais e estratégias pontuais, mas faltava uma agência nascida totalmente para o crowdsourcing.

Marauê, que também é ator profissional, conta que teve a ideia do Kaxola em 2012.

"Eu gostava de escrever roteiros comerciais, inclusive cheguei a rodar alguns, mas senti a dificuldade de comercializá-los. Pensei na quantidade de pessoas por aí que poderiam ter boas ideias, mas sem conseguir torná-las realidade. Então surgiu a ideia de aproveitar a interatividade que a internet proporciona para conectar boas ideias e empresas, explica.

Para as empresas, interessa comprar uma ideia de forma prática e fácil. É barato e útil contar com uma rede de milhares de pessoas pensando em novos projetos. Para as pessoas, interessa pela chance de ganhar dinheiro com sua criatividade sem ter que trabalhar, necessariamente, em uma agência de publicidade ou ter de criar sua própria empresa ou startup.

Funcionamento

Qualquer pessoa que tiver uma ideia de campanha, slogan, aplicativo ou invenção pode agenciar a sua ideia no site, preenchendo todos os dados corretamente e aceitando os termos de uso.

A plataforma garante proteger os direitos do criador. Aprovada a ideia, o Kaxola vai até o mercado em busca de compradores. O site pede alguns meses de exclusividade justamente para ter tempo de vender a ideia por aí.

Se alguma empresa se interessa e faz a proposta para comprar a ideia, o Kaxola avisa o criador, que pode aceitar o valor ou não. Quando o negócio é fechado, cada parte leva a sua porcentagem. Para roteiros e ideias de slogans, por exemplo, 60% fica com o criador e 40% com o Kaxola.

Marauê conta que, atualmente, são 1700 ideias agenciadas (patente, roteiros, trabalhos de conclusão de curso, negócios digitais, slogans, conteúdos visuais) e dez mil criativos. Em média, o Kaxola recebe 100 ideias por mês.

Não é qualquer ideia que é vendida no site. Entre as postadas pelos usuários, a equipe do Kaxola faz uma seleção das que realmente se sustentam e têm futuro. Eles mandam um feedback para todos os usuários.

Ainda há a possibilidade das pessoas participarem das competições promovidas pelo site. Solicitado por algum cliente, o Kaxola lança um desafio: descreve o briefing e pede um novo jingle, slogan, logo ou campanha, por exemplo. Qualquer um pode participar e o ganhador leva um bom dinheiro como prêmio.

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Cases de sucesso

Entre os clientes do Kaxola, estão a ATZ Consultoria, a Dopamina Brain Apps, o Dr. Pet, Denakop e Óculos Carrera.

A rede social fitness Powerslim, criada por um criativo de Salvador, foi comercializada pelo Kaxola, por exemplo.

Outro case de sucesso é o do empresário e empreendedor Leonardo Cuófano, de Sorocaba, que viabilizou o site Universo dos Universitários (que consegue conectar universitários que precisam achar novas casas, repúblicas, móveis e livros, por exemplo) a partir do Kaxola.

Ele conta que conheceu a plataforma pelo Instagram da atriz Thaila Ayala.

"O Kaxola me ajudou ao me apresentar pessoas e investidores que estavam interessados em dar vida à minha ideia. Facilitou para mim um processo que seria bastante custoso. E era uma ideia que estava ali guardada na minha gaveta", conta.

Cuófano, que trabalha com internet há oito anos, ainda tem outros projetos, como o Portal Domésticas Brasil, que conecta trabalhadores do ramo às empresas e patrões interessados.

Crowdsourcing

Exemplos no Brasil e no mundo mostram o potencial das ideias e projetos gerados a partir do crowdsourcing. 

A Lego, por exemplo, criou a plataforma Cuusoo, que recebe ideias de novos projetos. E qualquer um pode mandar novas ideias para a Lego. Os projetos com mais de dez mil votos do público são avaliados oficialmente pela empresa e podem ser realmente produzidos.

A agência americana Victors & Spoils também se destaca nos EUA a partir do crowsourcing. Mesmo tendo um escritório e corpo de diretores, mantém uma rede de criativos espalhada pela internet em vez de manter uma equipe fixa entre quatro paredes. Resultado: tem clientes de alto nível, como Harley Davidson, GAP e Virgin America.

No Brasil, as marcas Ruffles e Fanta já se valeram do crowdsourcing em campanhas pontuais, quando consumidores inventaram novos sabores para serem comercializados.

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