Lance de jogo entre America e ABC (Moacir Nascimento / Placar)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2011 às 20h27.
Rio - Os quatro grandes clubes de futebol do Rio desprezaram a divulgação da Rede TV! como a vencedora da licitação promovida pelo Clube dos 13 para a compra dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro para o triênio 2012-2014. Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco mantiveram a posição de negociarem seus jogos independentemente da entidade que anteriormente os representava na questão. Com a desistência da Globo e da Record em participar do processo licitatório, a Rede TV! fez uma oferta de R$ 516 milhões por ano para a exibição dos jogos na TV aberta.
Tal montante pouca sedução causou entre os cariocas. Os presidentes das quatro potências consideram que a licitação do C13 ignora outros aspectos relevantes além do valor absoluto. "Nessas coisas você tem que considerar o conjunto da obra, que vai desde a tecnologia da emissora até a divulgação das marcas. Isso interessa aos patrocinadores", destacou Peter Siemsen, presidente do Fluminense, em entrevista à Agência Estado.
Segundo Siemsen, os rivais estão unidos na discussão de um acordo para o quarteto, dado os interesses comuns e a mesma visão que compartilham sobre o assunto. Não há, porém, nenhum compromisso de que eles não possam, em dado momento, buscar acordos individuais.
"Estamos trabalhando com uma equipe de executivos montada para os quatro clubes, mas não há a obrigatoriedade de chegarmos a um consenso", disse Siemsen, que não quis comentar sobre possíveis conversas em andamento com emissoras interessadas. "Quanto a isso há sigilo absoluto. Só vamos divulgar quando estivermos acertados".
O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, em entrevista à ESPN Brasil, também menosprezou a oferta da Rede TV!. "Uma coisa é o dinheiro que você recebe da televisão, outra coisa é a verba que surge em função da tua imagem, marca, camisa. Se eu não levar isso em consideração, estou morto. O telespectador quer ver o futebol em empresas, emissoras que trabalham com isso, que fazem seis, sete programas por dia sobre o esporte. Essas questões são fundamentais. Para o Botafogo, isso é tangível, sim", argumentou Assumpção.
Outro motivo alegado pelo mandatário alvinegro foi o molde de distribuição do montante arrecadado com a venda dos direitos. No Clube dos 13, os times são divididos em diferentes grupos, de acordo com fatores como audiência.
"Hoje, você tem um preço mínimo fixo e uma variável ao fim da temporada, em função de uma pesquisa que dita o patamar em que você está. Esse patamar, dentro do Clube dos 13, é engessado. Você não consegue mudar no caso do Botafogo. E a diferença entre o primeiro e o terceiro grupo é de 40%. Então, sozinho, eu consigo negociar melhor, diminuir essa distância", explicou Assumpção.
A presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, só se manifestou através de nota, onde frisa que o clube negociará seus próprios direitos e revoga a autoridade do C13 em negociar em seu nome.