Gafes? 25 ações de marketing que saíram pela culatra em 2015
Confira as ações de marketing que não deram certo em 2015 e acabaram virando alvos de críticas, piadas e atrapalhações
Guilherme Dearo
Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 10h05.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h24.
São Paulo - Não há como prever, muitas vezes, como o público reagirá a uma campanha. Nem sempre as ações de marketing saem como o planejado, seguindo à risca um roteiro. Às vezes é falta de sorte da marca, mas outras tantas é falta de bom senso mesmo. Em 2015, diversas marcas passaram por momentos de crise ao ter de lidar com uma gafe de marketing. Seja por uma mensagem confusa, uma aposta arriscada ou simplesmente uma ideia ruim, o público não perdoa nessas horas. Sobram críticas e risadas pelas redes sociais. Veja, na galeria de fotos, as campanhas que foram sinônimo de gafe no ano que passou.
Foi a polêmica do ano. Uma consumidora de Recife descobriu que sua sandália Arezzo era, na verdade, Via Uno. Tudo porque a palmilha descolou após poucos dias de uso e revelou o truque. Pessoas indignadas com a Arezzo tomaram as redes sociais por dias. A marca relatou que uma segunda palmilha abaixo da palmilha principal trazia o carimbo da Via Uno. Mas não explicaram porque aquele carimbo estava lá. A resposta oficial foi "A Arezzo informa que identificou, e já trabalha para corrigir, o equívoco na produção de um de seus modelos".
A Siec, uma escola de Bocaiúva (MG), virou piada nas redes quando uma campanha resolveu trocar alguns produtos da Apple. Alunos apareciam segurando um MacBook fingindo ser um iPad. Claro que deu para perceber a gambiarra. A escola acabou pedindo desculpas.
Um outdoor na Costa Rica virou motivo de piadas e sugestões sexuais. A marca de cerveja Republica Parrillera criou uma propaganda em uma rodovia do país para divulgar sua cerveja pilsen. A propaganda ligava a cerveja a um churrasco. O outdoor trazia não apenas uma imagem, mas esculturas 3D: um garfo de churrasco e uma linguiça espetada. Vendo o outdoor do lado correto, tudo bem. O problema era a imagem dos motoristas que o enxergavam no sentido contrário da pista.
A marca Novalfem, responsável pelo comercial que chamava as dores da cólica menstrual de "mimimi" (frescura), cancelou a sua campanha. A decisão se deu após centenas de reclamações de mulheres que ficaram ofendidas com a abordagem da marca. Elas deixaram claro que as reclamações não são frescura e que cólica é assunto sério, mesmo porque há mulheres que sofrem de endometriose. Sobrou para a Preta Gil, que estrelou o comercial.
O site UseHuck, do apresentador Luciano Huck , teve de pedir desculpas e retirar um dos produtos do seu site. O motivo: uma camiseta com a estampa "Vem ni mim que tô facin". O problema é que uma menina era a modelo da foto e usava a camiseta. Acusada por usuários de incitar a pedofilia, a marca reconheceu a falha.
O McDonald's do México causou a ira dos mexicanos após apresentar o McBurrito e falar para os consumidores "esquecerem os tamales" pois "eram coisa do passado". Os tamales são bem típicos no país. É feito com massa à base de milho e depois cozido e recheado com carnes, queijos, legumes e até frutas. A gafe diante da tradição cultural do México não foi perdoada.
Uma cervejaria de Connecticut (EUA) causou um grande problema quando resolveu usar a figura do líder indiano Mahatma Gandhi para uma de suas cervejas. A Gandhi-Bot, da New England Brewing Co., trazia até um desenho do líder na embalagem. Detalhe: Gandhi não bebia nenhum tipo de álcool. O caso chegou numa corte indiana e a marca teve de pedir desculpas.
A gafe veio lá de cima: de uma campanha do Ministério da Justiça . A pasta tentou falar dos perigos do consumo excessivo de álcool. Mas usou as palavras erradas. Escreveu "bebeu, perdeu", com uma foto de uma mulher. Claro: o "conselho" pareceu um incentivo (ou uma justificativa) ao estupro. O governo teve de pedir desculpas.
São Paulo - A Urban Outfitters errou feio nos EUA quando criou uma nova camiseta que remetia ao uniforme que prisioneiros gays eram obrigados a usar durante o Holocausto. A roupa trazia listras claras e escuras e um triângulo rosa - esse o símbolo que "identificava" os gays nos campos de concentração. O produto foi considerado extremamente ofensivo e acabou sendo recolhido.
O Twitter da Coca-Cola , durante o Super Bowl nos EUA, acabou caindo em uma pegadinha. A conta da marca estava reproduzindo de forma automática frases que usuários mandavam para uma campanha. Sem perceber, acabou reproduzindo frases de Adolf Hitler, em seu livro "Mein Kampf" ("Minha Luta"). Uma das frases foi "Devemos assegurar a existência de nosso povo e um futuro para as Crianças Brancas".
A BlackBerry cometeu um erro primário no Twitter. Durante a divulgação de um produto seu, ela tuítou usando um iPhone. Embaixo da mensagem, onde aparece data e hora, havia a origem da mensagem. A marca, claro, virou alvo de muitas piadas, pois "nem a própria BlackBerry usa um celular BlackBerry".
A campanha de Carnaval da Skol errou feio quando criou diversas peças que foram espalhadas pelas ruas de São Paulo. Em um deles, havia o mote "Esqueci o 'não' em casa". A ideia era falar das pessoas mais "livres" nas festas carnavalescas, algo como um "permita-se". Mas, para muita gente, pareceu uma mensagem que incentivava o assédio sexual e o estupro.
O perfil da cerveja Itaipava no Twitter virou motivo de piada quando resolveu dar respostas automáticas. Quem escrevia a hashtag #ficaverao (sobre a nova campanha da marca "Fica Verão") recebia uma resposta automática do perfil: "X, obrigada. Agora é só torcer para essa campanha dar certo. Beijos e muitas geladas para você!. O porém: a maioria das interações eram críticas sobre essa campanha, acusada de ser extremamente machista e sexista. Depois que todo mundo reparou na gafe, alguns usuários também começaram a mandar mensagens com piadas para a marca, só para receber a resposta automática. Um usuário, por exemplo, escreveu: "A cerveja machista Itaipava tem gosto de mijo de rinoceronte". Ele recebeu um "obrigada" da marca. Nada mais irônico e engraçado.
O Burger King veio com uma ótima ideia: para o Dia da Paz, criar o McWhopper em conjunto com o rival do McDonald's. Todo mundo achou a ideia incrível e elogiou o BK. Mas o Mc não entrou na brincadeira. Resultado: foi taxado de "chato". Pareceu perder uma chance de ouro para o marketing da marca. No fim, a brasileira Giraffa's se enfiou no meio da história, fez a parceria com o BK e caiu nas graças do público.
O erro da C&A aconteceu em seu site. Para anunciar coleções de roupas infantis, para meninos e meninas, havia o botão com a frase "clique e abuse". O "abuse", ao lado de fotos de crianças, passou uma mensagem bem errada. A palavra, na verdade, fazia referência ao antigo slogan da marca, "Abuse e use". Diversos consumidores repararam na gafe e começaram a falar sobre o assunto nas redes sociais. A marca trocou rapidamente o link, deixando apenas a frase "clique aqui". E depois teve de pedir desculpas.
O ruim logo dos Jogos Olímpicos de Tóquio , em 2020, teve de sair de cena rapidamente. Primeiro: foi criticado por ser feio. Depois: foi acusado de plágio. O comitê japonês ainda não revelou o novo logo dos Jogos.
A fabricante de canetas Bic pediu desculpas por uma publicação em sua página sul-africana no Facebook, no Dia Nacional da Mulher, que foi fortemente criticada por ser sexista. A publicação da Bic destacava a imagem de uma mulher sorridente vestindo um terno acompanhada pelo texto: "Pareça uma menina, aja como uma dama, pense como um homem, trabalhe como um chefe". A foto foi deletada após uma onda de críticas.
O programa Criança Esperança 2015, da TV Globo, foi alvo de críticas duas vezes. Em ambas, suspeitas de plágio. Primeiro, o novo logo do programa: idêntico ao logo do do Children's Museum de New Hampshire, nos EUA. Depois, em um comercial da TV, a Globo foi acusada de copiar um quadro do programa do apresentador americano Jimmy Fallon.
A marca Target foi criticada por um anúncio em que colocou uma modelo branca para posar. É que a campanha promovia uma linha de roupas inspirada no filme Annie. Mas a personagem Annie, como ficou conhecida, é negra. Muita gente viu racismo nessa escolha estranha. Uma petição foi organizada para retirar a campanha da Target do ar.
Um comercial de Natal do PayPal no Reino Unido errou feio diante dos pais. É que o vídeo, que foi ao ar em um horário em que as crianças ainda estão acordadas, dava a entender que Papai Noel não existe. Muitos pais ficaram furiosos com a revelação.
Um novo produto da Lola Cosmetics causou uma polêmica nas redes sociais. A marca lançou um removedor de maquiagem da linha "Oh! Maria" chamado "Boa Noite Cinderela". A ideia era fazer alusão ao fato de que a mulher que tirar a maquiagem está indo, muito provavelmente, dormir. Mas claro que muita gente lembrou do famoso golpe "Boa Noite, Cinderela", que consiste em drogar uma vítima para depois estuprá-la ou roubá-la.
A Renner se envolveu em uma polêmica de plágio. No caso, um desenho da pintora mexicana Frida Kahlo feito pela publicitária e ilustradora Júlia Lima, que mantém o site A Dona da Bolsinha. Pior: era a segunda vez que uma roupa da Renner trazia desenhos de Júlia sem a devida autorização dela. A Renner acabou tirando a roupa das lojas.
A Tim prometeu, na Globo, o primeiro comercial transmitido via 4G da história. Mas teve muito mais polêmica que elogio. Primeiro: não aconteceu em tempo real. Segundo o site Tecnoblog, primeiro os apresentadores transmitiram a gravação à sede da Rede Globo através de um streaming ao vivo para, minutos depois, o material ir ao ar em rede nacional. Depois: usuários encheram o Twitter com críticas aos serviços de telefonia da Tim.
Em um comercial do McDonald's nos EUA, "Signs", diversos totens das lanchonetes foram filmados pelo país. Cada um trazia mensagens que não paravam apenas no "Open" ou no "Big Mac 2 dólares". Há mensagens de apoio político em momentos de turbulência; mensagens pessoais de aniversários e casamentos, mensagens religiosas. Há menções ao 11 de Setembro, aos ataques da Maratona de Boston, entre outras tragédias. A ideia era mostrar que a rede está sempre ligada à história do país, aos acontecimentos do momento e à vida das pessoas. Teve gente que considerou a campanha cínica e oportunista ao se apropriar de certos momentos sensíveis da história recente dos EUA.
A Prada enfrentou uma polêmica com a sua marca Miu Miu. Um anúncio na revista Vogue trazia uma modelo em pose sensual. Só que ela parecia ser apenas uma menina. O Advertising Standards Authority (ASA) do Reino Unido baniu o comercial. Depois, a marca garantiu que a modelo, Mia Goth, é adulta: tinha 22 anos. Mesmo assim, o prejuízo estava feito.
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