Jogos Limpos: objetivo é trazer transparência e clareza na execução dos contratos firmados para Olimpíadas e Copa (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2011 às 16h18.
São Paulo - O Instituto Ethos lançou nesta quarta-feira (23) o projeto “Jogos limpos dentro e fora dos estádios”, iniciativa que buscará acordos com empresas envolvidas em transações orçamentárias com o governo para a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no País.
O objetivo é trazer transparência e clareza na execução dos contratos firmados. Em outras palavras, evitar atos de corrupção.
Para implantá-lo, o Instituto buscará fazer acordos setoriais no mercado de construção, energia, transporte e equipamentos de saúde. A expectativa é reunir as empresas que detêm maioria em participação do mercado em suas áreas de atuação e levá-las a elaborar um código de conduta, dentro de um leque de sete compromissos estabelecidos pelo Instituto.
“É um acordo de autorregulação. As empresas estabelecem o acordo e sabem onde estão as situações de risco. Cada acordo setorial terá monitoramento externo, com comitê de ética constituído por organizações independentes”, explica Paulo Itacarambi, vice presidente do Ethos.
Entre as empresas contactadas que já demonstraram interesse em aderir estão Alstom e Philips.
Além dos acordos setoriais, a iniciativa irá desenvolver indicadores de transparência para as cidades-sede, obter um pacto de transparência junto aos candidatos e às prefeituras desses municípios nas eleições de 2012 e oferecer ferramentas para que a sociedade civil possa acompanhar e monitorar a contratação e andamento das obras, com a disponibilização de um site com informações sobre os gastos públicos.
A iniciativa é uma extensão do Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção, realizado há cinco anos em parceria com a CGU (Controladoria Geral da União), que traz um “cadastro pró-ética” das empresas que prestam contas de acordo com os padrões estabelecidos pelas duas entidades.
Com patrocínio da Siemens, o projeto será uma oportunidade para as empresas transformarem seus processos e torná-los transparentes, acredita Itacarambi. “Esse é um momento para as empresas implantarem processos claros no ambiente corporativo”, destaca.
A propria Siemens encarou o desafio. Em 2006, executivos da empresa na Alemanha foram acusados de suborno para obter contratos no setor de telecomunicações. Hoje, ela investe para apagar os danos a sua imagem que o episódio provocou.
A iniciativa tem orçamento de US$ 3,1 milhões para os próximos cinco anos obtidos junto a Siemens Integrity Iniciative, projeto do Grupo que financia projetos anticorrupção e tem suporte do Banco Mundial.
Entre as entidades que integram o comitê nacional de coordenação do "Jogos Limpos", estão o Escritório do Pacto Global da ONU, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) e a Articulação Brasileira de Combate à Corrupção e à Impunidade (Abracci / Amarribo Brasil).