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Embalagem com 4g a menos de plástico faz toda a diferença para a Bunge

Diferença equivalente ao peso de uma moeda de cinco centavos pode parecer pequena, mas se reverte em resultados nada desprezíveis para o negócio global

Embalagem da marca de óleo de soja Soya: menos plástico na composição. (Bunge/Divulgação)

Vanessa Barbosa

Publicado em 17 de maio de 2019 às 06h17.

Última atualização em 17 de maio de 2019 às 10h57.

São Paulo - Sabe aquela expressão popular "de grão em grão, a galinha enche o papo"? Pois a gigante americana do agronegócio Bunge está aprendendo que de "grama em grama" — de plástico — é possível colher grandes resultados. A empresa lançou no mercado brasileiro uma nova embalagem com 4 gramas (g) a menos de plástico na composição.

Disponível para as marcas de óleo de soja Soya e Primor, a nova embalagem passou de 18g para 14g em peso. Na ponta do lápis, a embalagem perdeu 3g e a tampinha, 1g. A diferença, que equivale ao peso de uma moeda de cinco centavos de Real, pode parecer pequena, mas se reverte em resultados nada desprezíveis para um negócio de dimensões continentais.

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Ao utilizar menos matéria-prima, a Bunge vai economizar cerca de 2,5 mil toneladas de plástico polietileno por ano, o que equivale a 60 milhões de garrafas de refrigerante de dois litros. Menos matéria-prima na fabricação das garrafas equivale a menor custo da embalagem, mas por "questões estratégicas", a empresa não abre os retornos financeiros de seus investimentos.

Para atingir essa redução no uso de plástico, ao longo de dois anos, a multinacional investiu junto com seus fornecedores R$ 100 milhões no desenvolvimento de tecnologias de envase e reformulação das tampas e garrafas.

"O principal obstáculo foi desenvolver uma garrafa que não tivesse o seu manuseio prejudicado com a redução de gramatura, além de buscar máquinas que conseguissem nos ajudar a implementar a tecnologia nas nossas unidades. Inúmeros testes foram realizados até que chegássemos ao produto final", diz ao site EXAME Paulo Silvério, diretor de suprimentos da Bunge na América do Sul.

A nova embalagem, que já se encontra nas gôndolas dos supermercados, também otimiza a cadeia logística.  "Os ganhos em logística chegam a uma redução de 18% no número de viagens para transportar a mesma demanda de tampas e pré-formas dos fornecedores até as unidades daBunge, o que também representa aproximadamente 17,5% a menos de emissão de CO² equivalente", estima o executivo.

Implementadas inicialmente no Brasil, que concentra a maior operação da empresa, as mudanças no envase serão em breve "exportadas"para países da Europa onde a Bunge opera.Novas marcas também entrarão na roda. "Partiremos para a embalagem de Salada no início de 2020. Dessa forma, teremos todo o portfólio de óleos com a embalagem de 14g no primeiro trimestre do próximo ano", acrescenta Silvério.

Atualmente,  91% das embalagens produzidas pela Bunge ainda têm 15g. A previsão é que todas passem a pesar 14g até o 1º trimestre de 2020.

Como parte de sua estratégia de sustentabilidade, a Bunge também possui desde 2006 o programa de coleta voluntária de óleo Soya Recicla. Em 12 anos, o programa coletou e reciclou mais de 5,3 milhões de litros de óleo, a maior parte é destinada à produção de biodiesel.

E mais de 4 milhões de embalagens de óleo foram recicladas, o que corresponde a mais de 80 toneladas de plástico. Atualmente, a empresa está reformulando o programa para atender de maneira mais eficiente os consumidores que procuram fazer a entrega do óleo para a reciclagem. Para isso, vai rever os seus pontos de coleta (são mais de 1500 em 100 cidades)e a logística envolvida.

 

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