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Ação da Nokia foi a favor do amor, defende criadora do viral

Sócia-fundadora da Na Jaca, agência que criou "Perdi meu amor na Balada", Maria João Abujamra contou como a campanha foi planejada

Daniel Alcântara, do viral "Perdi meu Amor na Balada" (Reprodução)

Daniel Alcântara, do viral "Perdi meu Amor na Balada" (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2012 às 19h29.

São Paulo - Quem acompanhou os apelos de Daniel Alcântara, o rapaz que "perdeu seu amor" em uma balada na Casa 92 na última semana, viu hoje que a ação trata-se, na verdade, de uma ação de marketing da Nokia. A ideia da marca é divulgar o Nokia 808 PureView, smartphone que vem com uma câmera com sensor de 41 megapixels.

Criada pela agência Na Jaca, a ação viral envolveu a produção de três vídeos que, juntos, superaram 1 milhão de visualizações em uma semana, segundo a Nokia. Houve também fan page oficial - agora já estampando o logo da Nokia -, anúncios no Facebook e cartazes colados em diferentes pontos de São Paulo com o retrato falado da personagem Fernanda.

Embora a ação tenha alcançado alto nível de engajamento - desde o dia 10, quando entrou no ar, 75% dos internautas, em média, interagiram com a página no Facebook, segundo a Nokia -, hoje o cenário na fan page da marca divide opiniões. Enquanto alguns internautas elogiaram a ação, julgando-a audaciosa, outros disseram se sentir enganados pela marca, em uma frustração coletiva que pode ser sinal de que o tiro saiu pela culatra.

A publicação que revelou a ação da marca na comunidade "Perdi meu amor na balada" já alcança neste momento quase 700 comentários, passa de mil curtidas e possui quase 600 compartilhamentos. 

Para Maria João Abujamra, uma das sócias da Na Jaca, agência especializada em projetos especiais de ativação de produtos, ativação de marca, campanha online e offline e networking, a história é, antes de tudo, uma história sobre o amor.

"Esse foi o intuito da Nokia: fazer com que as pessoas enxerguem que ainda existem pessoas como o Daniel, que move montanhas por amor", explicou.

"A campanha foi muito discutida com a Nokia antes de ir para o ar. Fizemos um estudo de três meses. A ação deveria chamar a atenção  de um público que gosta de cinema, fotografia, que é bem ligado", disse Maria.

"Vi algumas pessoas criticando, falando que foram enganadas, mas a intenção da Nokia jamais foi essa. Pelo contrário. Defendi muito que uma ação como essa faria com que as pessoas prestarem atenção no amor que ainda existe no mundo. O Daniel Alcântara, que protagonizou tudo, é meu amigo, e é um cara extremamente romântico, alguém que realmente faria isso por alguém".

De acordo com Maria, nem mesmo a mãe de Daniel sabia que o filho estava participando, na verdade, de uma ação de marketing. "Ela achou que ele estava louco, que havia vendido o carro para pagar anúncios no Facebook", conta.

Na agência, apenas 5 pessoas estavam sabendo, e na Nokia, a campanha foi conhecida por menos de 10 pessoas. "Até mesmo o Sommer (Fernando, um dos sócios da Casa 92, onde o Daniel afirmava ter visto Fernanda pela primeira vez), foi, de certa forma, enganado". Ele não podia saber, explica a sócia da Na Jaca.

Para que a história tivesse ares de curta-metragem e ficasse o mais próxima possível da realidade, a agência escolheu o documentarista Daniel Baccaro, diretor do longa "Vida Sobre Rodas", para dirigir os filmes. Também foram estudados três possíveis protagonistas até que Daniel fosse selecionado para o papel de "príncipe-encantado".

Promoção

O suposto número de telefone revelado no pedaço de papel do último filme da ação não está ali por acaso. O número faz parte de uma promoção da Nokia, e direciona para o canal de vendas online da marca. Os 20 primeiros que ligarem para o número poderão comprar o Nokia 808 PureView na pré-venda, levando de graça um fone de ouvido.

Após isso, os próximos 40 que ligarem e comprarem o aparelho levam como brinde um cartão de memória MicroSD de 32GB. A promoção não é válida para os quiosques Nokia.

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