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Ataque às corporações

Os delírios do filme The Corporation e suas empresas psicopatas

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Helio Gurovitz

Publicado em 9 de outubro de 2008 às, 09h55.

Se a realidade tem alguma relação, remota que seja, com as idéias defendidas pelo filme The Corporation -- produção canadense de Mike Achbar, Jennifer Abbott e Joel Bakan, com base no livro homônimo de Bakan --, as empresas podem ser responsabilizadas por boa parte dos males do planeta Terra. Fosse a empresa uma pessoa, esse indivíduo seria, de acordo com o filme, um psicopata. Um manipulador da mente inocente das criancinhas. Alguém capaz de financiar tiranias como o nazismo e o fascismo, de comprar a imprensa e de usar o aparato policial para cometer assassinatos de populares em todo e qualquer recanto da Terra -- até em Cochabamba, na Bolívia. Um sujeito tão desprovido de sentimento que, diante de tragédias como o 11 de setembro, pensa apenas em quanto vai embolsar com a alta do ouro e do petróleo. Alguém que, de propósito, destrói a camada de ozônio, envenena o leite, queima as florestas e, como se isso não bastasse, usurpa todos os recursos naturais à disposição -- até a água da chuva. Tudo em nome do maior dos crimes que alguém pode cometer: ter lucro.

A pouco conhecida ativista de sementes Vandana Shiva recebe no filme um
tempo 496% maior que Peter Drucker

Abre alas para o alentado depoimento de próceres do anticapitalismo e do ódio às corporações. A exemplo das produções do americano Michael Moore, The Corporation é mais uma daquelas tentativas de dar respostas fáceis a questões difíceis. Sim. É verdade que o planeta está poluído, que há milhares de espécies em extinção, que existem milhões de famintos e que democracia e liberdade não são exatamente os esportes favoritos dos homens mais poderosos da Terra. Mas ninguém que já tenha passado da primeira dentição intelectual consegue levar a sério as respostas do filme a essas questões. Moore ou o lingüista Noam Chomsky são chamados sempre que é preciso pôr o ônus das mazelas humanas sobre os ombros das corporações. É certo que os documentaristas deram voz a empresários e executivos da Shell, da Goodyear ou da Pfizer. Também foram ouvir o prêmio Nobel de Economia Milton Friedman e Peter Drucker, criador da moderna ciência da administração. Mas convenhamos. Todos os empresários ouvidos soam ridículos. A física e -- seja lá o que isso signifique -- ativista de sementes Vandana Shiva dispõe de 3 minutos para expor seu desprezo pela moderna agricultura e seu louvor à imagem do Mahatma Gandhi proclamando a independência tecnológica indiana ao coletar sal na praia. Friedman e Drucker recebem, cada um, cerca de 30 segundos. É isso que se pode chamar de imparcialidade. Se você acredita mesmo que a Fanta Laranja foi uma criação da Coca-Cola para agradar os nazistas e que Michael Moore é o melhor crítico do capitalismo, o filme é para você. Mas, se preferir conhecer a mais sofisticada visão que o cinema canadense tem a oferecer do mundo moderno, vá assistir à As Invasões Bárbaras, de Denys Arcand.

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