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Alibaba cria inteligência artificial que escreve textos de seu e-commerce

Na China, marcas da Alibaba já contam com inteligência artificial para mudar a experiência dos consumidores e empresas

Alibaba: inteligência artificial faz copywriting (Carlos Barria/Reuters)

Alibaba: inteligência artificial faz copywriting (Carlos Barria/Reuters)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 6 de julho de 2018 às 07h00.

Última atualização em 6 de julho de 2018 às 07h00.

São Paulo - O futuro indica que os copywriters vão perder seus empregos para os robôs. Ou, no mínimo, a concorrência será grande.

O gigante Alibaba anunciou, nessa semana, a estreia de uma inteligência artificial que fará as vezes de copywriter, escrevendo os textos e descrições dos produtos à venda.

A notícia foi anunciada pela Alimama, braço de marketing digital da Alibaba. A IA será usada nos e-commerces Tmall, Taobao, Mei.com e 1688.com.

Para fazer o copywriting nos sites, a IA trabalhará com deep learning e tecnologia de processamento de linguagem natural, aprendendo sua função a partir de milhões de "bons exemplos" de descrições de produtos.

Marcas e anunciantes que queiram usar a ferramenta podem inserir as descrições em seus produtos a partir do botão "Produce Smart Copy". Como resultado, aparecerão vários exemplos de textos.

As marcas também podem ditar o tipo de descrição, avisando antes se querem um texto, por exemplo, promocional, funcional, divertido, poético, ou sensível.

Alibaba: e-commerce agora tem descrições feitas com inteligência artificial

Alibaba: e-commerce agora tem descrições feitas com inteligência artificial (Alibaba)

Segundo a Alimama, a ferramenta passou no Teste de Turing e foi capaz de gerar vinte mil linhas de texto em um segundo.

A marca garante que o trabalho dos copywriters humanos não está em risco, sim ficará mais eficiente: será trabalho deles ver, dentre as opções geradas pela IA, qual se adequa mais ao perfil que buscam para o produto ou campanha.

Em comunicado oficial, Christina Lu, gerente de marketing da Alimama, disse que, já que a máquina aprendeu a partir dos milhões de textos feitos por seres humanos, "a criatividade humana é a pedra fundamental dessa máquina, que não é capaz de substitui-la".

Pode até ser. Resta saber até quando.

Loja inteligente

Outra novidade da marca é a criação de uma loja conceito que promete mudar a cara do varejo de moda e também se baseia na inteligência artificial.

A FashionAI abriu ontem (4), na Hong Kong Polytechnic University, como loja-piloto para demonstrações iniciais.  A marca promete uma loja "livre de estresse" (sim, o ato de escolher, provar e comprar roupas geralmente vem acompanhado de estresse).

Entre as novidades, um "espelho inteligente", que mostra informações dos produtos de modo automático, enquanto o cliente toca na roupa na arara. Ele ainda monta "looks" e sugere combinações de roupas a partir do que o cliente toca ou experimenta. Ele também indica onde determinado produto está localizado dentro da loja.

A ideia é otimizar suas escolhas e tempo: em vez de, por exemplo, você escolher uma blusa e depois passar uma hora tentando encontrar a calça ou o casaco que combina com ela, a loja já vai lhe indicar sugestões de combinações e informações de preço e localização de tais peças.

A loja também vai aprender com seus clientes e descobrir peças, cores e estilos mais ou menos buscados: cada roupa conta com um "cadeado inteligente" que vai salvando informações ao longo do dia: por rádio frequência, Bluetooth e sensores giroscópicos, os cadeados vão saber quando uma roupa foi tirada da arara, apreciada, provada, observada etc.

A máquina foi alimentada, inicialmente, com 500 mil combinações de roupas, criadas por estilistas da Taobao, braço da Alibaba, e especialistas em moda.

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