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Adidas e Kanye West chegam a acordo: qual foi o fim da batalha entre rapper e marca?

Empresa alemã atinge acordo fora do tribunal com o rapper, selando os últimos detalhes após o término da colaboração de sucesso, mas polêmica

Adidas conclui acordo com Kanye West e projeta recuperação após término da linha Yeezy. (Jeff Kravitz/Getty Images)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 30 de outubro de 2024 às 10h38.

Após dois anos de uma disputa acirrada, a Adidas concluiu um acordo com Kanye West, conhecido como Ye, encerrando as pendências legais ligadas à colaboração entre o rapper e a marca de artigos esportivos. A empresa alemã, que já encerrou a parceria em 2022 devido a declarações polêmicas e comportamentos do artista, conseguiu resolver o conflito sem qualquer compensação financeira adicional. As informações são do The Wall Street Journal.

O acordo, confirmado durante uma apresentação dos resultados trimestrais pela Adidas, põe um ponto final em uma relação que, ao longo de quase uma década, impulsionou as receitas da marca, mas também trouxe desafios.A colaboração entre Adidas e Kanye West, iniciada em 2013, rendeu produtos de grande sucesso, como a linha de tênis Yeezy. A parceria foi interrompida em meio a uma série de declarações controversas do rapper, o que deixou a Adidas com um grande estoque de produtos Yeezy não vendidos.

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Desde então, a Adidas tem trabalhado para vender os itens remanescentes da linha Yeezy, lançando lotes da coleção no mercado em intervalos planejados. Esse processo tem sido necessário para minimizar o impacto financeiro do encerramento da colaboração. Durante a teleconferência sobre os resultados financeiros do terceiro trimestre, o CEO da Adidas, Bjorn Gulden, afirmou que o acordo elimina qualquer pendência entre a empresa e o rapper, encerrando qualquer possibilidade de reivindicações futuras.

Crescimento no lucro

Apesar das complicações enfrentadas, a Adidas registrou um crescimento de 71% no lucro líquido do terceiro trimestre, alcançando 443 milhões de euros (cerca de R$ 2,55 bilhões), superando as expectativas do mercado. Esse desempenho se refletiu também nas vendas, com um aumento de 7,3% na receita global, que totalizou 6,44 bilhões de euros (R$ 37 bilhões).A empresa também se beneficiou de vendas sólidas em mercados da Ásia e na América Latina, compensando a queda de 8,3% nas vendas da América do Norte, diretamente afetada pelo fim da linha Yeezy.

Adicionalmente, o crescimento foi impulsionado pela popularidade de modelos clássicos de tênis da Adidas, como Samba, Campus e Gazelle, que têm ganhado espaço no mercado. A empresa espera continuar com a venda dos produtos Yeezy restantes sem impacto relevante sobre os lucros, mantendo o foco no fortalecimento de sua posição global. A Adidas estima que a venda dos itens restantes de Yeezy deve gerar cerca de 50 milhões de euros (aproximadamente R$ 288 milhões) em receita, ainda que com margem reduzida.

O mercado de calçados, especialmente em modelos populares, contribuiu com uma elevação de 14% nas vendas, enquanto a Adidas trabalha para recuperar sua posição diante de rivais como Nike, que enfrenta um momento de transição após trocar seu CEO recentemente. Analistas do mercado acreditam que a Adidas poderá sustentar seu crescimento para o próximo ano, aproveitando a pausa estratégica da concorrente Nike no desenvolvimento de novos produtos e campanhas.

Com o acordo com Kanye West concluído, a Adidas traça novos caminhos para ampliar seu alcance no mercado global, buscando transformar o episódio conturbado com o rapper em uma nova fase de crescimento sólido e expansão estratégica.

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