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RBR prepara 1º fundo multimercado global 100% imobiliário e filial em NY

Em entrevista à EXAME Invest, o CEO da gestora, Ricardo Almendra, contou os planos de novos fundos que vão permitir ao investidor ampliar a exposição ao setor no exterior

Ricardo Almendra, CEO da RBR Asset: meta é chegar a R$ 10 bilhões em patrimônio até 2023 | Foto: Divulgação (RBR Asset/Divulgação)

Ricardo Almendra, CEO da RBR Asset: meta é chegar a R$ 10 bilhões em patrimônio até 2023 | Foto: Divulgação (RBR Asset/Divulgação)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 18 de dezembro de 2021 às 07h45.

Última atualização em 19 de dezembro de 2021 às 13h12.

Um dos principais nomes do mercado imobiliário, a RBR Asset, que já possui 6,5 bilhões de reais sob gestão, irá expandir suas fronteiras. Para o início de 2022, a gestora planeja abrir um escritório em Nova York. A escolha levou em conta suas operações de mais de 30 prédios residenciais na cidade, que é considerada a capital financeira do mundo. Com os novos projetos no papel, a meta da gestora é bater 10 bilhões de reais em patrimônio até 2023.

“Montaremos um centro de research para o acompanhamento do que fazemos no exterior. Será uma ferramenta de apoio ao time de gestão, que continuará aqui no Brasil”, contou Ricardo Almendra, CEO da RBR Asset, em entrevista à EXAME Invest

A seleção de quem irá liderar o negócio nos Estados Unidos já está na fase final e, segundo o executivo, a preferência é por alguém com experiência no mercado americano, mas que também entenda as peculiaridades do Brasil. 

Almeida disse que a busca pelo oportunidades no exterior faz parte da estratégia de longo prazo da RBR, mas pontuou que o cenário interno ajudou a acelerar o processo. 

“É um negócio que queremos fazer para os próximos 20 anos e a grande motivação é que o Brasil é um país de muito risco. Dado o momento que estamos vivendo, isso é ainda mais importante, porque tem o ano eleitoral e a dúvida sobre  o crescimento do país. A internacionalização acontece em um momento muito oportuno.”

Nova casa, novos fundos

Junto com a nova filial, a RBR planeja lançar novos produtos. Um deles será o RBR Global, um fundo multimercado voltado exclusivamente para o mercado imobiliário internacional – o primeiro com esse perfil no mercado brasileiro.

O fundo, prestes a ser lançado para o público, tem prerrogativa para investir em qualquer tipo de ativo imobiliário, seja em ações de empresas do setor listadas na B3, em REITs (Real Estate Investment Trust, que são fundos imobiliários americanos), fundos imobiliários no Brasil (FIIs) ou crédito imobiliário. Parte dessa estratégia já é adotada no fundo da RBR de investimentos em BDRs de REITs, que acumula ganhos de cerca de 50% no ano.  

“Será um produto dinâmico, que poderá comprar o que estiver barato, fazer long and short em ativos imobiliários e ir dosando as posições em Brasil e Estados Unidos” explicou Almendra. 

Cotado em reais, o fundo ainda terá liberdade de escolha para manter ou zerar a exposição cambial por meio de operações de hedge. “Hoje, por estratégia, não temos exposição cambial. Temos uma parcela em REITs, mas travada em real. Mas nada impede de deixarmos essa exposição até como proteção.” 

O fundo, destinado a investidores qualificados devido a restrições regulatórias, terá aporte inicial de 5.000 reais, 1,5% de taxa de administração e 20% de performance sobre o que exceder 100% do CDI.

Com a norma que restringe fundos internacionais a investidores de varejo em processo de revisão pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), há grande expectativa do mercado em relação a um acesso maior a esse tipo de produto. Caso se concretize alguma alteração nesse sentido, Almeida espera oferecer seu novo fundo para o público em geral "no dia seguinte". 

Além do RBR Global, a gestora espera lançar outros três fundos voltados para o mercado internacional até meados de 2022. Dois deles, focados em crédito imobiliário e renda, pagarão proventos periódicos, semelhantes aos fundos de investimentos imobiliários do Brasil, mas com espaçamento maior do que o de um mês.

"Provavelmente, os pagamentos deverão ser trimestrais. Mas a parcela mais relevante do retorno vai acontecer na gestão ativa”, disse Almeida. Os dois fundos devem ser lançados em junho.

O terceiro fundo a ser lançado será o RBR Club III, que dará continuidade à estratégia que envolve reformas em pequenos prédios residenciais de Nova York para colocá-los para aluguel e, posteriormente, à venda. "É um fundo mais parecido com o de private equity, em que devolvemos o dinheiro ao vender o prédio." Segundo Almendra, a previsão é a de que esse tipo de investimento renda 15% ao ano -- mas as últimas vendas chegaram a render 27% de lucro. 

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