Na NYSE, há cerca de 3 mil empresas listadas e juntas elas somam US$ 28 trilhões em capitalização de mercado. (Bloomberg Creative/Getty Images)
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Publicado em 20 de junho de 2024 às 10h58.
Quando se falar em investir em ações fora do Brasil, as primeiras bolsas de valores que vêm à mente são as americanas. E, ainda que existam mais opções, há duas mais conhecidas: a NYSE (The New York Stock Exchange) e a Nasdaq. Você sabe a diferença entre elas?
Essas duas bolsas de valores diferem em suas operações e nos tipos de ações que listam. Vamos entender melhor.
Com o avanço das negociações online – algo que já é uma realidade há bastante tempo - a localização de uma bolsa de valores refere-se menos ao seu endereço físico e mais ao local onde suas ordens são transacionadas. Ainda assim, aqui está uma primeira diferença entre NYSE e Nasdaq.
Enquanto a NYSE ainda mantém um pregão físico em Wall Street, em Nova York, uma parte significativa de suas transações ocorre através do seu centro de dados em Nova Jersey.
Já a Nasdaq, ainda que tenha um endereço em Nova York, opera eletronicamente e não possui um pregão físico.
Outra diferença entre a NYSE e a Nasdaq é como as negociações acontecem. Na NYSE, na abertura e no fechamento do mercado, o método de leilão é utilizado para definir os preços das ações. Os participantes do mercado realizam negociações diretamente uns com os outros.
Sendo assim, na NYSE, há uma negociação contínua do início ao fim do pregão. Os participantes podem inserir ordens de compra e venda a partir das 6:30 no horário local - antes, portanto, do horário de abertura oficial do mercado, às 9:30 no horário local. Essas ordens são combinadas, com o maior preço de oferta sendo emparelhado com o menor preço pedido. As ordens para o leilão de fechamento são aceitas até as 15:50, com encerramento às 16:00.
Na Nasdaq, as negociações são realizadas através de “dealers”, em vez de diretamente entre comprador e vendedor. O “dealer”, ou “negociador”, recebe as ordens de compra e venda – tudo eletronicamente.
A NYSE e a Nasdaq têm imagens diferentes entre empresas e investidores. A Nasdaq é conhecida por reunir empresas de ponta em setores como tecnologia, digital e biotecnologia. Por isso, as ações listadas na Nasdaq são consideradas voltadas para o crescimento e mais voláteis.
Em contraste, as empresas listadas na NYSE são vistas como mais estáveis e bem-estabelecidas. A NYSE atrai “blue chips” (ações com grande liquidez e normalmente muito procuradas pelos investidores) e grandes indústrias, algumas das quais estão em operação há gerações.
Só que esse tipo de percepção pode não ser tão relevante hoje. Afinal, empresas muito grandes e hoje já consideradas bem-estabelecidas estão listadas na Nasdaq. Exemplos? Apple, Google, Microsoft, Meta, Amazon e Intel. E a NYSE, por sua vez, tem atraído nos últimos anos novas empresas de tecnologia, como Uber, Snapchat e Spotify.
Na NYSE, há cerca de 3 mil empresas listadas e juntas elas somam US$ 28 trilhões em capitalização de mercado, segundo dados da Statista. Ali estão algumas das gigantes do cenário corporativo, como Exxon Mobil, Procter & Gamble, 3M e Johnson & Johnson. Um dos motivos para ter tantas empresas consolidadas e antigas é que a NYSE iniciou suas operações em 1792.
A Nasdaq, criada em 1971, tem uma gama mais ampla de tamanhos de empresas. Embora a Nasdaq hoje já tenha grandes empresas de tecnologia em sua listagem – como mencionado acima -, ela também tem um grande número de pequenas empresas listadas. São 3.400 organizações aproximadamente, com uma capitalização de mercado total de US$ 25 trilhões, segundo dados da Statista.
Na NYSE, os principais índices são:
Na Nasdaq, os principais índices são:
Quando uma empresa de fora dos Estados Unidos quer captar recursos no mercado americano ela pode fazer isso emitindo os chamados ADRs (American Depositary Receipts). Esses títulos permitem que investidores acessem diversas companhias internacionais por meio das bolsas de valores americanas.
Algumas empresas brasileiras possuem ADRs listados nas bolsas americanas. Entre elas: Ambev, Bradesco, BRF, Gerdau, Itaú, JBS, Lojas Renner, Petrobras, Santander, Suzano, TIM e Vale
Qualquer brasileiro pode investir nas bolsas americanas. É uma forma de diversificar os investimentos e proteger o patrimônio das flutuações econômicas do Brasil e da moeda brasileira, o real. Além disso, a oferta de ações é muito maior nos Estados Unidos, o que amplia bastante o leque de opções do investidor.
Para isso, o caminho é abrir conta em uma corretora do Brasil que opere esse tipo de serviço. Simples e fácil.
Em algumas fintechs, como a Nomad, é possível começar a investir com apenas U$ 1 com a compra de frações de ações, também conhecidas como "fractional shares". É uma maneira de começar a investir e diversificar a sua carteira, mesmo com um capital mais baixo.