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Poupança perde espaço entre investidores pela primeira vez em 4 anos

Ações, títulos privados e fundos ganharam participação no portfólio dos investidores em 2020

Pela primeira vez, os produtos financeiros ultrapassaram a soma de todos os outros destinos dados para as economias (Jirayu Siritorn/EyeEm/Getty Images)

Pela primeira vez, os produtos financeiros ultrapassaram a soma de todos os outros destinos dados para as economias (Jirayu Siritorn/EyeEm/Getty Images)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 31 de maio de 2021 às 17h43.

Ações, títulos privados e fundos ganharam participação no portfólio dos investidores em 2020, enquanto a caderneta de poupança perdeu espaço pela primeira vez em quatro anos, início da série histórica da pesquisa da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

O levantamento indica que os produtos financeiros foram o principal destino do dinheiro economizado no ano passado, com ganho de participação nas classes A e B, e estabilidade na classe C.

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Dentre os brasileiros que investiram em 2020, 53% colocaram o dinheiro em produtos financeiros, ou 11 pontos percentuais a mais do que o levantamento anterior. Pela primeira vez, os produtos financeiros ultrapassaram a soma de todos os outros destinos dados para as economias, alcançando uma população estimada em 20 milhões de brasileiros.

A poupança continua como o investimento preferido: é utilizada por 29% dos investidores, mas com uma queda de oito pontos percentuais em relação a 2019. Ainda assim, o produto é utilizado por cerca de 30 milhões de brasileiros das classes A, B e C.

Os demais produtos financeiros tiveram alta em 2020, com destaque para títulos privados, que ganharam três pontos em relação ao ano anterior, passando a serem utilizados por 5% dos investidores.

Os fundos também conquistaram mais adeptos no ano passado: 5% dos investidores indicaram o produto como destino para suas economias, frente a 3% no ano anterior. Isso significa que em torno de 5 milhões de pessoas estão usando cada um destes produtos.

A redução da taxa básica de juros estimulou as pessoas a diversificarem seus investimentos na busca por rentabilidade. Isso explica o crescimento nas aplicações em produtos um pouco mais arriscados, como títulos privados e fundos de investimento.

No ano passado, 48,3% dos brasileiros da classe A escolheram produtos financeiros como destino para suas economias, universo que aumentou 20 pontos percentuais em relação a 2019. Entre os brasileiros da classe B, o crescimento foi de 7,2 pontos, passando de 21,4% para 28,6%. Na classe C, a preferência por produtos financeiros manteve-se em 12,6%.

Em 2020 cresceu o número de pessoas que usou as economias para pagar dívidas: 6% das pessoas que conseguiram economizar usaram o dinheiro para essa finalidade, frente a 4% em 2019.

Motivação

Em um cenário de juros baixos, os brasileiros que pretendem investir ou continuar investindo em 2021 apontam o retorno como a principal justificativa para a escolha dos produtos financeiros: o item fica com 38% da preferência, 10 pontos percentuais acima da segurança (28%).

Já a facilidade de movimentação, principalmente com o avanço dos serviços digitais, foi citada como motivação por 21% dos entrevistados.

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Quanto ao destino para o retorno financeiro, 27% afirmaram que vão manter o dinheiro aplicado para uso em emergências. Apenas 10% pensam em usar esse rendimento na velhice/aposentadoria, porcentagem também daqueles que pretendem comprar ou trocar de veículo.

Esta é a quarta edição da pesquisa Raio X do Investidor, realizada pela Anbima em parceria com Datafolha. As entrevistas aconteceram entre 17 de novembro e 17 de dezembro de 2020, com 3.408 pessoas economicamente ativas, que vivem de renda ou são aposentadas, de 16 anos ou mais, pertencentes às classes A, B e C, nas cinco regiões do País. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

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