Os EUA vão às urnas, e você com isso?
É hora da verdade. No dia 05/11, os cidadãos dos EUA vão votar para decidir entre Donald Trump e Kamala Harris para a presidência. O resultado pode mexer muito com os mercados.
Colunista
Publicado em 30 de outubro de 2024 às 17h00.
O caráter disputado dessa eleição já trouxe volatilidade aos mercados. As casas de apostas estão dando mais chances para Trump, mas as pesquisas indicam quase 50% para cada lado. Com essa diferença pequena e as complicações do sistema eleitoral dos EUA, é bem provável que o resultado não saia na própria terça-feira, o que tende a resultar em pregões voláteis.
Sobre os candidatos, o mercado vê Kamala Harris como uma continuidade das políticas de Joe Biden, o que poderia trazer menos incertezas. Um ponto a se considerar é que as grandes empresas não eram muito fãs de Biden por causa da política de impostos corporativos, e Kamala está tentando se distanciar disso, com planos para nomear pessoas mais flexíveis para órgãos como a SEC e a FTC.
As propostas da atual vice-presidente buscam aumentar o poder de compra da população, o que pode beneficiar setores como varejo e habitação de baixo custo. Além disso, acredita-se que um governo Kamala continuaria com o Inflation Reduction Act, alimentando a transição energética. Assim, o setor de energias renováveis está na lista do "Kamala Trade".
Por outro lado, Trump defende a redução dos impostos corporativos, o que agrada o setor financeiro. Ele é a favor de combustíveis fósseis e foi no seu governo que os EUA se tornaram o maior produtor de petróleo do mundo, o que favorece o setor de energia. As políticas protecionistas defendidas pela campanha republicana podem ajudar a indústria nacional, mas também aumentar os custos para empresas que dependem de importações, especialmente da China. As tarifas sobre importações e a promessa de deportar milhões de imigrantes podem pressionar a inflação, já que as empresas repassariam esses custos para os consumidores. Com isso, embora Trump queira manter as taxas de juros baixas, um segundo mandato republicano pode levar a um aumento nas taxas de juros e na valorização do dólar.
E agora?
Para a maioria dos investidores, a melhor resposta pode ser: siga sua própria estratégia e “ignore” as eleições. É verdade que anos eleitorais trazem mais volatilidade. Historicamente, o índice de volatilidade, o VIX, fica dentro da média, exceto em outubro, quando ele sobe bastante. No longo prazo, a tendência das ações americanas é de crescimento: desde 1984, o único ano que a bolsa caiu nos 12 meses pós-eleições foi em 2000, no auge da bolha de tecnologia.
Se você quiser fazer trades específicos relacionados às eleições, há opções. Mas se você é como a maioria, buscando multiplicar patrimônio e proteção a longo prazo, a melhor estratégia é conhecer seu perfil, investir de forma adequada e manter sua posição firme.