Minhas Finanças

Você já pode comprar um pacote de títulos públicos por R$ 67,50 na bolsa

IMAB11 replica carteira com títulos públicos atrelados à inflação e é indicado tanto para o investidor conservador como para o mais sofisticado

Bolsa: cotas do fundo de índice de renda fixa do Itaú começaram a ser negociadas no mercado secundário hoje (MicroStockHub/Getty Images)

Bolsa: cotas do fundo de índice de renda fixa do Itaú começaram a ser negociadas no mercado secundário hoje (MicroStockHub/Getty Images)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 20 de maio de 2019 às 15h31.

Última atualização em 20 de maio de 2019 às 16h04.

São Paulo - Com a vantagem de oferecer uma carteira diversificada de títulos públicos a um custo baixo, as cotas do ETF de renda fixa do Itaú, apoiado pelo Tesouro Nacional, começaram a ser negociadas na bolsa de valores nesta segunda-feira (20) por a partir de 67,50 reais.

O IMAB11 é um fundo que replica o IMA-B, índice da Anbima que reflete uma carteira com os 14 títulos públicos brasileiros indexados à inflação negociados pelo governo, chamados de IPCA+ (antiga NTN-B).

Esses títulos pagam uma taxa de juros prefixada mais a variação do índice de inflação. O peso de cada um é definido pelo valor de mercado de cada ativo. Atualmente, o prazo médio dos títulos, que vencem a partir desse ano até 2055, é de 7,4 anos, enquanto a taxa média de juros é de 4,31%.

As cotas do IMAB11 são negociadas na bolsa de forma semelhante à de ações. Os investidores que desejarem investir na aplicação poderão comprar e vender cotas do IMAB11 através de suas corretoras. As ordens podem ser dadas ao longo do período de abertura do pregão e não há prazo mínimo de permanência com o produto em carteira.

Apesar de se assemelhar a ações, o fundo de índice é indicado para o investidor conservador. Isso porque quando adquire uma cota de um ETF é como se ele estivesse comprando todas ações da carteira usada como referência. Ou seja, se um ativo tiver uma queda, ela pode ser compensada pela alta de outro ativo.

O investidor conservador talvez se assuste com o fato de poder acompanhar o valor das cotas em tempo real. É necessário ter em mente que a volatilidade média de um ETF é de, em média, 5%. Como comparação, o Ibovespa, principal índice da bolsa, costuma oscilar 12%. Ou seja, o sobe e desce de um ETF é bem menor.

A aplicação também é uma alternativa para Investidores mais sofisticados que buscam oportunidades nos movimentos do mercado de juros reais, já que as cotas do fundo têm liquidez diária e possibilitam realizar operações day trade

Entre as vantagens do investimento estão o baixo custo e benefícios fiscais. A taxa de administração cobrada no fundo é de 0,25% ao ano. Além disso, existem custos de custódia e corretagem que variam entre as corretoras. Não é cobrado IOF na aplicação e incide sobre a aplicação alíquota de 15% do IR para qualquer tempo de aplicação, retido na fonte no momento da venda.

Como forma de evitar pagamento antecipado do Imposto de Renda, o chamado "come-cotas", o cupom semestral pago pela maioria dos títulos é automaticamente reinvestido no fundo. A isenção de imposto para vendas mensais abaixo de 20 mil reais não existe no produto: a regra só vale para produtos de renda variável, a exemplo dos ETFs de ações.

Caso compre um título IPCA+ diretamente pelo Tesouro Direto, o investidor não paga taxa de administração, mas paga a taxa de custódia da B3 (0,25% ao ano) sobre o volume em carteira. Na compra direta, o investidor também está sujeito ao IOF nos primeiros 30 dias e à tabela regressiva do IR para renda fixa, que também incide sobre os fundos de renda fixa e começa em 22,5% para aplicações de até 30 dias.

Mas por que lançar um produtos de renda dia em um período de Selic na mínima histórica? Na visão da gestora do Itaú, o nível de taxas de juros reais é historicamente baixo para os patamares brasileiros, mas ainda está acima do nível internacional. Na ausência de choques externos, os analistas do Itaú acreditam que há espaço para que os juros caiam mais. Nesse cenário, ativos vinculados aos juros reais podem agregar valor na carteira de investidores. Caso reformas, como a da Previdência, sejam aprovadas, a probabilidade desse cenário acontecer aumenta.

A B3 estuda realizar empréstimos de cotas do fundo, bem como aceitar suas cotas como garantia ainda esse ano.

Histórico

O IMAB11 é o segundo fundo de índice de renda fixa a ser listado na bolsa brasileira. Desde setembro do ano passado as cotas do ETF de renda fixa da gestora Mirae são negociadas no mercado secundário. Com taxa de 0,30% ao ano, a carteira do fundo é formada por aplicações no mercado futuro de juros de acordo com o índice Standard & Poor’s (S&P) B3 e reflete o rendimento dos juros projetados pelo mercado para os próximos três anos. Ou seja, é uma carteira diferente do IMAB11.

O período de oferta pública durou de 8 de abril até 17 de maio e as reservas das cotas foram feitas até o dia 29 de abril, quando foram coletados compromissos de investimento. A demanda dos investidores pelo produto superou bastante a expectativa de colocação mínima de 300 milhões de reais e atingiu 2 bilhões de reais.

O IMAB11 é o primeiro fundo da categoria a ser lançado dentro do programa ID ETF do Banco Mundial, que foi desenhado para fomentar o desenvolvimento do mercado de capitais de países emergentes.

Apesar de lançar seu primeiro ETF de renda fixa, a gestora do Itaú foi pioneira no mercado de ETFs no Brasil quando lançou o PIBB em 2004. Desde então, tinha somente fundos de ações listados na bolsa. Atualmente, a família IT Now tem oito fundos listados na B3, entre eles o BOVV11 que segue o Ibovespa, e o SPXI11 que segue o índice S&P 500.

 

Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeirasETFsInvestimentos-pessoaisrenda-fixa

Mais de Minhas Finanças

Como fazer um inventário? Veja o passo a passo

INSS divulga calendário 2025 para pagamentos de aposentados e pensionistas

B3 e Receita lançam calculadora que facilita declaração do IR para investidores

IPVA 2025: SP libera tabela de valores-base para veículos