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Vai viajar no final do ano? Compre dólares essa semana

Cotação da moeda deve continuar a subir por conta da economia mais fraca e incertezas políticas


	Notas de dólar: Moeda deve continuar a subir por conta do ambiente econômico mais fraco e incertezas políticas
 (Susana Gonzalez)

Notas de dólar: Moeda deve continuar a subir por conta do ambiente econômico mais fraco e incertezas políticas (Susana Gonzalez)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2014 às 08h31.

São Paulo - Quem já fechou uma viagem para o exterior no final do ano deve se mexer rápido e não deixar para a última hora a compra da moeda internacional.  

Essa é a orientação de especialistas, baseada na tendência de alta do dólar frente a um cenário econômico global mais fraco e diante das incertezas políticas no Brasil.

A recomendação também vale para outras moedas, como o euro, que seguem a alta da moeda americana, ainda que de forma menos intensa por conta de um ambiente político mais estável do que o nacional.

As incertezas políticas são maiores antes do anúncio do novo Ministro da Fazenda, que irá conduzir a política econômica do governo reeleito da presidente Dilma Rousseff.

Como a expectativa é de que a nova equipe econômica do governo seja anunciada na semana que vem, após a reunião do G20 na Austrália, conforme declaração da presidente, os viajantes devem se prevenir e realizar ao menos uma parte da compra de dólares antes do anúncio.

É o que diz Emílio Garofalo, diretor do banco de investimentos Ourinvest e ex-diretor do Banco Central. “Após o anúncio da presidente, o dólar pode subir ou até baixar, dependendo do nome que será anunciado”, diz.

A nomeação do Ministro da Fazenda é importante para o mercado financeiro, pois indica para onde deve caminhar a política econômica do governo nos próximos anos. Essa expectativa pressiona a moeda americana, que é buscada como uma proteção por investidores contra a inflação e desvalorização da moeda nacional

Nas últimas duas semanas, a cotação do dólar comercial subiu de 2,45 reais para 2,56 reais. “Esse valor já faz diferença no orçamento da viagem, principalmente para o turista brasileiro que faz compras lá fora”, diz Garofalo.

O diretor da Ourinvest recomenda aos viajantes comprar ao menos 50% do valor da viagem antes do anúncio do novo Ministro da Fazenda, como forma de diminuir eventuais perdas.

Já o consultor financeiro Mauro Calil acredita na desvalorização do real e recomenda comprar os dólares necessários para a viagem o quanto antes. “Se o viajante tiver todo o valor disponível, deve fazer toda a compra agora”.

O economista da consultoria Tendências, Bruno Slavieri, estima que o dólar termine o ano cotado a 2,58 reais. Porém, ressalta que a margem de erro é grande. “É uma projeção conservadora, feita antes das eleições. O comportamento do dólar depende em grande parte do anúncio do novo Ministro”. diz.

Para Slavieri, o risco de baixa da moeda é muito pequeno comparado ao risco de alta. “Mesmo que o Ministro seja bem aceito pelo mercado financeiro, o cenário internacional ainda pressiona a alta da dólar. Portanto, é provável que a cotação da moeda aumente ou fique estável”.

Planejamento

No caso de viajantes que ainda irão receber o dinheiro necessário para as despesas da viagem, é possível comprar a moeda gradativamente.

Alexandre Fialho, diretor da corretora Cotação, diz que a corretora recomenda aos clientes parcelar as compras de moedas diante da instabilidade do dólar.

“Dividir a compra em duas, três ou quatro parcelas já diminui o risco de o viajante ter prejuízo com uma eventual alta da moeda”, aponta o executivo.

É necessário, porén, ficar alerta. Alguns bancos e corretoras de câmbio podem cobrar uma taxa fixa em cada operação, com o objetivo de cobrir custos administrativos. 

O valor da tarifa pode ser proporcional ao valor da compra, diz Miguel de Oliveira, presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac). "Mas caso o viajante compre moedas estrangeiras no banco no qual tem conta, ele geralmente é isento dessa taxa". 

O ideal, ao optar pelo parcelamento das compras, é buscar bancos e corretoras de câmbio que não cobram essa taxa administrativa, ou ao menos ofereçam uma taxa acessível. 

Mas ainda é necessário verificar qual o Valor Efetivo Total (VET) cobrado pela instituição financeira para a compra de moedas estrangeiras, que inclui todos os custos da operação. A comparação das taxas pode ser feita no site do Banco Central.

Fialho, da Cotação, afirma que a corretora permite agendar a compra caso o viajante queira parcelar os pagamentos. No dia agendado, o atendente da corretora entra em contato com o cliente para realizar a operação.

Meios de pagamento

O viajante pode levar dinheiro em espécie ao viajar, para não pagar Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6%, cobrado em operações de cartões pré-pagos e cartões de crédito. Para compra de moeda estrangeiras em espécie, o IOF cobrado é menor, e corresponde a 0,38%.

Porém, também é recomendável levar uma parte do orçamento da viagem no cartão pré-pago, por questões de segurança.

A vantagem do cartão pré-pago é que ele congela a cotação da moeda na hora da recarga.

Caso o viajante verifique que não terá dinheiro suficiente para as despesas durante a viagem, é possível recarregar o cartão pré-pago online, pelo valor da cotação do dia, e evitar o uso do cartão de crédito. Para isso, basta transferir o valor para a conta da corretora.

Isso porque, diante da tendência de alta do dólar, o uso do cartão de crédito internacional é ainda mais desaconselhável, pois a cotação que será cobrada será a do dia de fechamento da fatura. Nesse período, a moeda pode subir e dar prejuízos para o viajante. 

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