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Vai para as Olimpíadas de Tóquio? Compra do iene tem armadilhas

Levar cartão de crédito ou pré-pago, mesmo pagando mais IOF, pode compensar em viagens que usam moedas menos procuradas, como a japonesa

Itaú: Turista paga em média 5% a mais para comprar dólar na corretora, mas 15% a mais no caso do iene (Thomas Peter/Reuters)
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Juliana Elias

Publicado em 15 de julho de 2019 às 13h04.

Última atualização em 22 de julho de 2019 às 15h23.

São Paulo - Falta apenas um ano para as Olimpíadas de Tóquio, que já estão com a abertura marcada para 24 de julho de 2020. Portanto, quem tem planos de viajar para ver os jogos de perto já começou ou já tem que começar a se programar.

Tão importante quanto passagens e hotel é a quantidade de dinheiro a levar para gastar durante a estadia. O problema é que a moeda japonesa – o iene – é muito menos conhecida e bem menos procurada do que o dólar ou o euro, e os truques para pagar menos por ela acabam sendo diferentes.

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De acordo com o superintendente de câmbio do Itaú Unibanco, Ricardo Santos, no caso do iene, pode compensar mais realizar os gastos, lá no Japão, com um cartão pré-pago ou um cartão de crédito, mesmo que com taxas de IOF maiores, do que comprar o iene aqui e levar lá para gastar. Comprar dólares aqui para trocar por ienes lá é outro caminho possível.

Isso acontece porque moedas menos procuradas costumam ter taxas de conversões bem mais caras do que a americana ou a europeia nas corretoras, e, para elas, o dinheiro vivo acaba perdendo vantagem.

Cartão paga mais IOF, mas taxa de câmbio sai menor

O IOF cobrado no cartão para compras no exterior é de 6,18%, enquanto que na troca do dinheiro em espécie é de 1,1%. "A tendência natural é pensarmos que o dinheiro na mão é a melhor forma de pagar menos ", diz Santos. “Mas a margem das corretoras para vender dólar ou euro costuma ser de 5%, enquanto para o iene é de cerca de 15%.”

Para se ter uma ideia, na sexta-feira (12), com o dólar cotado na casa de R$ 3,74, casas de câmbio pesquisadas pela EXAME estavam vendendo a moeda entre R$ 3,90 e R$ 3,92 para turistas, ou valores na faixa de 4% a 4,5% acima do preço comercial.

Já no caso do iene, a cotação oficial estava em 0,035 reais para cada 1 iene, mas o valor para turistas nas casas de câmbio estava entre 0,037 reais e 0,043 reais, ou de 7% até 22% mais que a taxa oficial. Dito de outra maneira: com 1 real, a corretora compra no mercado um valor próximo de 28 ienes, mas, para o turista, ela vende o mesmo valor entre 22 a 26 ienes.

Quer dizer, na casa de câmbio, o viajante que for comprar iene vai pagar algo como 16,1% em taxas, na média: os 15% da margem da corretora mais o 1,1% de IOF. Já no cartão, a conversão pode ser feita antes para o dólar, com a margem próxima dos 5%, e depois diretamente do dólar para o iene: neste caso, as taxas totais pegas pelo consumidor ficam em 11,18% (5% de margem + 6,18% de IOF)."

Isso vai depender das taxas de conversão de uma moeda para a outra praticadas pela emissora do cartão, que pode ser o banco e também empresas independentes, que oferecem cartões pré-pagos por meio de casas de câmbio ou agências de viagem, por exemplo. Por isso, é necessário consultar as condições na hora da aquisição.

No caso de comprar dólares aqui para trocá-los pelos ienes no Japão, o turista consegue pegar as margens menores do dólar e se livra da maior parte do IOF (só paga 1,1%). Por outro lado, além de pagar as taxas e margens cobradas pelas corretoras aqui, quando compra o dólar, tem que arcar também com as taxas e margens das corretoras de lá, na troca do dólar pelo iene.

Mais ienes por R$ 1.000

Santos, do Itaú, acredita que para quem vai para as Olimpíadas pode compensar carregar o cartão pré-pago aqui com dólar ou euro e, quando for usar em outro país, converter o valor direto do dólar para a moeda local. Com isso, a depender das condições da emissora, o viajante paga a taxa de conversão do dólar, que é menor do que a taxa para comprar o iene diretamente. “Sai mais barato, mesmo pagando IOF maior.”

O executivo levantou os preços médios praticados por corretoras para o iene e fez uma simulação de quanto uma pessoa consegue ao fazer a troca de 1.000 reais pelo dinheiro vivo, na casa de câmbio e por meio do dólar, no cartão pré-pago: quem optou pelo cartão saiu com 702 ienes a mais, algo como 27 reais. O levantamento levou em consideração as taxas de câmbio da quinta-feira passada (11).

Quanto rende R$ 1.000, trocado em dinheiro vivo na corretora:

Taxa de câmbio oficial (R$/iene)Taxa de câmbio para turista (R$/iene)Taxa para turista + 1,1% de IOF
TaxaR$ 0,035R$ 0,040R$ 0,0402
Valor28.571 ienes25.000 ienes 24.876 ienes

Quanto rende R$ 1.000, no cartão internacional:

Taxa de câmbio oficial (R$/US$)Taxa de câmbio para turista (R$/US$)Taxa para turista + 6,38% de IOFConversão dólar/iene
TaxaR$ 3,75R$ 3,98R$ 4,22-
ValorUS$ 267US$ 252US$ 237 25.578 ienes

 

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