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Um vinho para chamar de seu

Vinícolas americanas dão nova dimensão ao culto à bebida e permitem que apreciadores desenvolvam seu próprio vinho -- da escolha da uva ao licenciamento da marca

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h06.

Mais que um prazer, para alguns o culto ao vinho beira a devoção. E, nesse estágio crítico, nem mesmo uma boa adega, farta e seletiva, é o bastante para saciar a vontade dos fanáticos. Nos Estados Unidos, muitos deles estão descobrindo uma forma alternativa de dar vazão a todo esse amor -- fabricando o próprio vinho. Segundo a revista especializada americana WineMaker, os Estados Unidos já têm 750 000 produtores amadores. Muitos fazem acordos com vinícolas pequenas e acompanham cada passo da produção de seu vinho, espécie de reação tardia à onda de produtos customizados que tomou conta da economia americana nos últimos anos. O grande barato das famílias que fazem o próprio vinho é colocar seu nome no rótulo. Hoje, o consumidor João da Silva pode servir à mesa, por exemplo, um "Da Silva Reserva Safra 2006", produzido por ele do começo ao fim. "A vontade de vários executivos é jogar tudo para o alto, mudar com a família para o campo e cultivar vinhedos. Damos a eles essa oportunidade", diz Michael Brill, dono da Crushpad, pequena vinícola de São Francisco que contabiliza 2 000 clientes.

Os projetos de fabricação própria levam até dois anos. No começo, o fabricante caseiro escolhe a uva que pretende utilizar em seu vinho: cabernet sauvignon, merlot, shiraz, chardonnay etc. Escolhida a uva, começa a parte alegre: pisá-las para, em seguida, deixá-las fermentando. Depois de regular o tempo de contato da casca com o mosto, o fabricante terá de levar o vinho para um barril e deixá-lo lá por pelo menos seis meses. Em seguida, basta engarrafar, desenhar o rótulo e batizar a bebida. O cliente paga 7 000 dólares pelo direito de produzir um barril de vinho -- o equivalente a 300 garrafas da bebida. Os "produtores" acompanham todo o processo, da escolha da uva ao design do rótulo. "Quem vive nos arredores de São Francisco ou perto da cidade costuma acompanhar pessoalmente cada passo da produção de seu vinho", diz Brill. "Mas quem mora longe, cerca de 60% de nossos clientes, pode acompanhar o processo pela internet."

O sucesso da Crushpad abriu espaço para o surgimento de produtores ainda menores. Na cidade de San Carlos, também na Califórnia, a Baccus WineMaking Club, uma pequena vinícola, oferece serviços semelhantes. Cada cliente paga 900 dólares pela inscrição para produzir no mínimo um quarto de barril, o que custa em média 1 000 dólares -- mas não há como acompanhar o processo pela internet. O esquema é sempre o mesmo, da escolha da uva à definição do rótulo. Na Crushpad, a cabernet sauvignon e a pinot noir são as escolhas mais populares. A pinot noir leva cerca de oito meses para ser transformada em vinho, e a cabernet é para os mais pacientes, pois a produção pode levar dois anos. A empresa trabalha com 30 vinhedos na Califórnia, sete deles no Vale do Napa, famoso núcleo produtor do vinho californiano. Cada cliente é sempre acompanhado por um dos três especialistas da empresa. A temporada começa no mês de outubro, com a escolha das uvas, mas a Crushpad oferece uma alternativa aos que perdem o prazo. Quem não participa desde o início pode simplesmente comprar um barril e dar nome às garrafas produzidas. "Sempre fazemos 25% mais de vinho para vendê-lo no programa Adote uma Garrafa", afirma Brill. Embora a maioria dos clientes dessas vinícolas elabore vinhos por curtição, já há quem esteja ganhando dinheiro com a venda de sua produção. Muitos clientes fabricam o suficiente para comercializar suas safras. A Crushpad, que conta com 24 funcionários, da administração à área técnica, assessora os produtores com consultoria no setor de armazenamento e distribuição e fornece serviços como auxílio no licenciamento da marca, comércio virtual e marketing. O resultado, claro, não é nada que se compare a um bom vinho comprado no supermercado. Mas e o prazer de pisar as uvas?

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