Treine sua mente para enriquecer
O especialista Gustavo Cerbasi defende em seu novo livro que as pessoas podem exercitar o cérebro para ter as habilidades necessárias a uma administração eficiente do próprio dinheiro
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2012 às 21h01.
São Paulo - Não é preciso nascer com tino comercial aguçado ou ter facilidade nata com números para administrar bem as próprias finanças ou até alçar voos mais ousados, como, por exemplo, gerir uma empresa. Gustavo Cerbasi, guru brasileiro de finanças pessoais e autor do best seller “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, defende em seu novo trabalho que todos podem treinar e desenvolver o pensamento numérico, a criatividade, a lógica e a capacidade tática e estratégica – quatro habilidades que considera fundamentais para se dar bem.
Para melhorar tais competências, o livro “Investimentos Inteligentes – 52 Jogos de Lógica e Raciocínio para Ajudar Você a Ganhar” oferece um cardápio variado de jogos para que o leitor comece a exercitar o cérebro. “O cérebro é uma máquina de possibilidades infinitas que realiza, a cada segundo, um milhão de novas ligações entre os neurônios. É tudo uma questão de treinamento”, explica o autor.
Embora o livro chame atenção para um tema bastante caro à neurociência – a de que o cérebro, a despeito de algumas limitações individuais, é uma máquina com enorme capacidade de evolução e adaptação –, Cerbasi explica que não bastam os exercícios. Para administrar bem o próprio bolso e/ou as contas de uma empresa, o leitor não pode se esquecer de ter objetivos claros, estabelecer estratégias, tomar decisões certas e perseverar. A persistência é válida, aliás, tanto para a melhoria das habilidades da mente como para a própria prática das finanças. Quanto mais insistir, maiores as chances de sucesso.
Publicado pela Editora Coquetel, especialista em livros de passatempos (palavras cruzadas e sudoko, por exemplo), “Investimentos Inteligentes” começou a ser vendido nesta semana em bancas de jornais e revistarias.
Confira abaixo, a conversa de Gustavo Cerbasi com a reportagem.
Veja.com - Por que você decidiu escrever o livro?
Gustavo Cerbasi - A proposta de escrever algo nessa linha veio em 2008 por iniciativa da própria editora Coquetel, mas só foi consolidada no fim do ano passado. Meu objetivo com o livro é ajudar as pessoas a perceberem que não é preciso ser um expert em matemática ou entender muito de economia para poder ser um empreendedor bem-sucedido, fazer investimentos acertados etc. Este não é um livro para ajudar as pessoas a investirem, com dicas de conhecimento em macroeconomia ou finanças. Tampouco é um guia com dicas sobre em quais mercados investir. A ideia de 'Investimentos Inteligentes' é treinar o cérebro para agilizar a lógica, a organização de informações de impacto econômico e aguçar a percepção. Tudo isso é proposto em forma de desafios, isto é, de exercícios que as pessoas podem fazer como um passatempo, o que torna a aprendizagem mais fácil e atrativa.
Veja.com - Você acha que é possível ensinar uma pessoa a ter pensamento lógico e a usar isso para ganhar dinheiro?
G.C. - Claro que sim. Basta treino. Não cheguei a fazer testes sobre o efeito nas pessoas dos problemas que constam do livro, mas me baseei em diversos estudos, inclusive da Universidade de São Paulo (USP), que mostram a eficácia de se exercitar a mente para pensar estrategicamente e de forma racional, de modo a fazer boas escolhas e lucrar com isso. Além disso, é comprovado que o exercício cerebral ajuda os profissionais a evoluir na carreira e a evitar a depressão ligada a eventuais dificuldades na ascensão profissional. E há o benefício óbvio da própria melhoria da saúde mental.
Veja.com - Qual o público-alvo do livro?
G.C. - Acredito que os exercícios podem ser feitos por pessoas a partir de 13 ou 14 anos. No entanto, se uma criança tiver habilidade no assunto, acredito que conseguirá fazer. Qualquer um que tenha curiosidade e goste de lógica e novos desafios vai gostar.
Veja.com - Como funcionam os exercícios do livro?
G.C.- Os exercícios baseiam-se nas quatro habilidades fundamentais: pensamento numérico, lógico, criativo e tático/estratégico. Elas são essenciais para que vejamos os problemas que nos cercam e pensemos em soluções. Quem tem raciocínio lógico, por exemplo, pratica escolhas racionais. Para investir, as pessoas precisam fazer contas rápidas sobre a informação passada e tomar decisões – consequentemente têm estimular as conexões cerebrais. Além disso, as questões do livro têm problemas que envolvem situações reais justamente para que as pessoas estabeleçam conexões diretas com suas vidas e, ao mesmo tempo, aprendam (um pouco) sobre economia, com problemas sobre circulação de dinheiro, inflação e câmbio, por exemplo.
Veja.com - Você acha que o brasileiro deveria ter aulas de educação financeira nas escolas?
G.C.- Com certeza. Se houvesse aula de educação financeira nas escolas, a realidade econômica do país seria outra. Consumiríamos mais, usaríamos melhor o crédito, investiríamos muito mais. Porém, também é preciso ensinar aos jovens fundamentos importantes como ética, cidadania e filosofia. Enquanto a ética e cidadania ajudam a formar adultos com moral – que não vão querer prejudicar outros, não farão manobras ilegais, não se tornarão pessoas gananciosas etc –, a filosofia ajuda as pessoas a se questionarem o que é importante para elas em determinado momento, se há necessidade de comprar um produto desejado etc.
Veja.com - Como foi a negociação com Editora Coquetel?
G.C.- Em conversas sobre planos, a Coquetel propôs esse livro em 2008, mas só no fim do ano passado consegui estruturar o projeto com eles. A Coquetel pertence ao Grupo Ediouro, com o qual eu já tinha contato há algum tempo. Começamos a trabalhar em dezembro neste projeto e finalizamos no início de maio. Sob minha orientação, a equipe da editora, que é especializada em passatempos, escolheu problemas que ilustrassem o que queria. Depois, eu introduzi conceitos econômicos e redigi os enunciados.
Veja.com - Qual sua expectativa com relação ao livro?
G.C.- Ainda não sei o que esperar desse mercado de bancas de jornais, mas espero que, no mínimo, as pessoas se surpreendam e que o livro lhes faculte a interpretação dos problemas de investimentos
Veja.com - Há outros livros a caminho?
G.C.- Tenho vários projetos. Um que está mais avançado é a produção e venda de um kit de educação financeira para crianças, que fiz em parceria com Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica. Ele se chama “Turma da Mônica Descobrindo o Valor das Coisas” e será lançado oficialmente na Bienal do Livro em São Paulo, que acontece entre 9 e 19 de agosto. O kit é composto por dois livros, um jogo de tabuleiro, DVD e cartaz interativo. Além disso, em 5 de outubro, estreará o filme “Até que a Sorte nos Separe”, que é baseado no meu livro “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”. A produção é da Globo Filmes.
São Paulo - Não é preciso nascer com tino comercial aguçado ou ter facilidade nata com números para administrar bem as próprias finanças ou até alçar voos mais ousados, como, por exemplo, gerir uma empresa. Gustavo Cerbasi, guru brasileiro de finanças pessoais e autor do best seller “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, defende em seu novo trabalho que todos podem treinar e desenvolver o pensamento numérico, a criatividade, a lógica e a capacidade tática e estratégica – quatro habilidades que considera fundamentais para se dar bem.
Para melhorar tais competências, o livro “Investimentos Inteligentes – 52 Jogos de Lógica e Raciocínio para Ajudar Você a Ganhar” oferece um cardápio variado de jogos para que o leitor comece a exercitar o cérebro. “O cérebro é uma máquina de possibilidades infinitas que realiza, a cada segundo, um milhão de novas ligações entre os neurônios. É tudo uma questão de treinamento”, explica o autor.
Embora o livro chame atenção para um tema bastante caro à neurociência – a de que o cérebro, a despeito de algumas limitações individuais, é uma máquina com enorme capacidade de evolução e adaptação –, Cerbasi explica que não bastam os exercícios. Para administrar bem o próprio bolso e/ou as contas de uma empresa, o leitor não pode se esquecer de ter objetivos claros, estabelecer estratégias, tomar decisões certas e perseverar. A persistência é válida, aliás, tanto para a melhoria das habilidades da mente como para a própria prática das finanças. Quanto mais insistir, maiores as chances de sucesso.
Publicado pela Editora Coquetel, especialista em livros de passatempos (palavras cruzadas e sudoko, por exemplo), “Investimentos Inteligentes” começou a ser vendido nesta semana em bancas de jornais e revistarias.
Confira abaixo, a conversa de Gustavo Cerbasi com a reportagem.
Veja.com - Por que você decidiu escrever o livro?
Gustavo Cerbasi - A proposta de escrever algo nessa linha veio em 2008 por iniciativa da própria editora Coquetel, mas só foi consolidada no fim do ano passado. Meu objetivo com o livro é ajudar as pessoas a perceberem que não é preciso ser um expert em matemática ou entender muito de economia para poder ser um empreendedor bem-sucedido, fazer investimentos acertados etc. Este não é um livro para ajudar as pessoas a investirem, com dicas de conhecimento em macroeconomia ou finanças. Tampouco é um guia com dicas sobre em quais mercados investir. A ideia de 'Investimentos Inteligentes' é treinar o cérebro para agilizar a lógica, a organização de informações de impacto econômico e aguçar a percepção. Tudo isso é proposto em forma de desafios, isto é, de exercícios que as pessoas podem fazer como um passatempo, o que torna a aprendizagem mais fácil e atrativa.
Veja.com - Você acha que é possível ensinar uma pessoa a ter pensamento lógico e a usar isso para ganhar dinheiro?
G.C. - Claro que sim. Basta treino. Não cheguei a fazer testes sobre o efeito nas pessoas dos problemas que constam do livro, mas me baseei em diversos estudos, inclusive da Universidade de São Paulo (USP), que mostram a eficácia de se exercitar a mente para pensar estrategicamente e de forma racional, de modo a fazer boas escolhas e lucrar com isso. Além disso, é comprovado que o exercício cerebral ajuda os profissionais a evoluir na carreira e a evitar a depressão ligada a eventuais dificuldades na ascensão profissional. E há o benefício óbvio da própria melhoria da saúde mental.
Veja.com - Qual o público-alvo do livro?
G.C. - Acredito que os exercícios podem ser feitos por pessoas a partir de 13 ou 14 anos. No entanto, se uma criança tiver habilidade no assunto, acredito que conseguirá fazer. Qualquer um que tenha curiosidade e goste de lógica e novos desafios vai gostar.
Veja.com - Como funcionam os exercícios do livro?
G.C.- Os exercícios baseiam-se nas quatro habilidades fundamentais: pensamento numérico, lógico, criativo e tático/estratégico. Elas são essenciais para que vejamos os problemas que nos cercam e pensemos em soluções. Quem tem raciocínio lógico, por exemplo, pratica escolhas racionais. Para investir, as pessoas precisam fazer contas rápidas sobre a informação passada e tomar decisões – consequentemente têm estimular as conexões cerebrais. Além disso, as questões do livro têm problemas que envolvem situações reais justamente para que as pessoas estabeleçam conexões diretas com suas vidas e, ao mesmo tempo, aprendam (um pouco) sobre economia, com problemas sobre circulação de dinheiro, inflação e câmbio, por exemplo.
Veja.com - Você acha que o brasileiro deveria ter aulas de educação financeira nas escolas?
G.C.- Com certeza. Se houvesse aula de educação financeira nas escolas, a realidade econômica do país seria outra. Consumiríamos mais, usaríamos melhor o crédito, investiríamos muito mais. Porém, também é preciso ensinar aos jovens fundamentos importantes como ética, cidadania e filosofia. Enquanto a ética e cidadania ajudam a formar adultos com moral – que não vão querer prejudicar outros, não farão manobras ilegais, não se tornarão pessoas gananciosas etc –, a filosofia ajuda as pessoas a se questionarem o que é importante para elas em determinado momento, se há necessidade de comprar um produto desejado etc.
Veja.com - Como foi a negociação com Editora Coquetel?
G.C.- Em conversas sobre planos, a Coquetel propôs esse livro em 2008, mas só no fim do ano passado consegui estruturar o projeto com eles. A Coquetel pertence ao Grupo Ediouro, com o qual eu já tinha contato há algum tempo. Começamos a trabalhar em dezembro neste projeto e finalizamos no início de maio. Sob minha orientação, a equipe da editora, que é especializada em passatempos, escolheu problemas que ilustrassem o que queria. Depois, eu introduzi conceitos econômicos e redigi os enunciados.
Veja.com - Qual sua expectativa com relação ao livro?
G.C.- Ainda não sei o que esperar desse mercado de bancas de jornais, mas espero que, no mínimo, as pessoas se surpreendam e que o livro lhes faculte a interpretação dos problemas de investimentos
Veja.com - Há outros livros a caminho?
G.C.- Tenho vários projetos. Um que está mais avançado é a produção e venda de um kit de educação financeira para crianças, que fiz em parceria com Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica. Ele se chama “Turma da Mônica Descobrindo o Valor das Coisas” e será lançado oficialmente na Bienal do Livro em São Paulo, que acontece entre 9 e 19 de agosto. O kit é composto por dois livros, um jogo de tabuleiro, DVD e cartaz interativo. Além disso, em 5 de outubro, estreará o filme “Até que a Sorte nos Separe”, que é baseado no meu livro “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”. A produção é da Globo Filmes.