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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
A aprovação do plano de reestruturação da Telemar pode depender da mudança de apenas um ponto na proposta: a proporção de troca das ações preferenciais por ordinárias. A questão está gerando polêmica entre os controladores da empresa e os acionistas minoritários. "Não é uma relação justa para com preferencialistas. Há quem aceite pagar um preço pelas mudanças, mas este valor está alto demais", diz o superintendente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), Edson Garcia.
A companhia, entretanto, afirma que não há possibilidade de revisão da proposta. "São estas as condições postas. Não vamos alterá-las", afirma o diretor de Finanças da Telemar, José Luis Salazar.
A proposta da Telemar estabelece a substituição das ações preferenciais por ordinárias, de forma que seja possível unificar as três empresas do grupo (Telemar Participações, Tele Norte Leste Participações e Telemar Norte Leste) em uma única companhia - a Oi Participações. Com a alteração, a estrutura administrativa da companhia seria simplificada e os papéis passariam a ser negociados no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) - o que tenderia a valorizar a empresa. Para realizar esta operação, no entanto, os controladores propuseram que cada ação ordinária equivalesse a 2,6 ações preferenciais. A proporção não agradou os minoritários, que teriam sua participação no capital social da empresa reduzido de 55% para 35%. Salazar afirma, entretanto, que a perda seria apenas em volume de ações. "Não haverá perda financeira, já que a empresa vai se valorizar, como aliás, já está acontecendo", diz.
Até o final de novembro, a Telemar deve realizar uma nova assembléia para votar a proposta. Caso não seja atingido o quórum necessário de 50% dos acionistas mais um - como aconteceu no evento desta segunda-feira (13/11)-, a assembléia será remarcada, com quórum mínimo reduzido para 25% dos detentores de ações preferenciais.
Ações
As ações da Telemar voltaram a ganhar fôlego após a assembléia realizada nesta segunda-feira. Os papéis preferenciais finalizaram o dia cotados a 33,20 reais na Bovespa, em alta de 2,31%, após terem atingido o valor máximo de 33,80 reais durante o pregão. "Isso mostra que os investidores não estão interessados em vender barato suas ações. Há uma expectativa de que a Telemar melhore a oferta para a troca das ações", afirma o analista da corretora Souza Barros, Angelo Larozi.