Minhas Finanças

Taxas de administração de fundos caem em ritmo lento

Os únicos fundos que apresentaram redução nas taxas médias cobradas nos últimos cinco anos foram os fundos DI e de renda fixa, ainda que em um ritmo bastante lento

No caso da carteira de Multimercados, a taxa média dos fundos subiu de 1,75% em 2006 para 1,85% em outubro deste ano, segundo a Ambima (Marcelo Calenda/EXAME.com)

No caso da carteira de Multimercados, a taxa média dos fundos subiu de 1,75% em 2006 para 1,85% em outubro deste ano, segundo a Ambima (Marcelo Calenda/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 19h13.

São Paulo - Embora a competição entre as gestoras de recursos seja maior a cada dia e os juros sigam em tendência de queda, as taxas de administração cobradas pelos fundos de investimentos no Brasil esboçam um movimento de retração ainda muito tímido. No caso da carteira de Multimercados, a taxa média dos fundos subiu de 1,75% em 2006 para 1,85% em outubro deste ano, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

As taxas de administração ainda não se ajustaram à realidade do mercado, na opinião do superintendente-executivo de Mercado de Capitais do HSBC, Antonio Oliveira. "Quando há juros altos, as taxas podem ser elevadas que não interfere muito na relação. Com os juros caindo, os gestores terão de se adaptar a este novo cenário para entregar a rentabilidade esperada", sugere.

Paulo Corchaki, diretor de Gestão de Recursos da Itaú Asset Management, discorda. "A taxa de administração tem relação com o quanto a gestora está gerando de valor para o cliente", explica. Segundo ele, o padrão brasileiro já está bem ajustado ao global. "Parte dos hedge funds no Brasil e no mundo cobram 2% de taxa de administração", afirma.

Outra carteira que também apresentou ligeira elevação foi a de fundos de ações, que passou de 2,13% em 2006 para 2,17% em outubro último. A justificativa da Anbima para o aumento tanto nos fundos multimercados como no de ações é o fato de ambos serem "complexos" e exigirem mais investimentos em infraestrutura de análise dos ativos por parte das assets.

As elevadas taxas de administração cobradas são ainda mais evidentes quando analisados os fundos de varejo. Levantamento feito pela Agência Estado nos sites de quatro grandes bancos mostra que as taxas dessas carteiras ainda não cederam e chegam até 5,5% em alguns fundos. "Essas carteiras ainda preservam uma taxa de administração acima da média", confirma Arturo Profili, diretor de finanças estruturadas da gestora de recursos Capitânia.

Os únicos fundos que apresentaram redução nas taxas médias cobradas nos últimos cinco anos foram os fundos DI e de renda fixa, ainda que em um ritmo bastante lento. De acordo com a Anbima, entre os anos de 2006 e 2011 o índice médio da carteira DI recuou de 1,72% para 1,32%. Porém, nos fundos de renda fixa, a queda foi ainda menor, passando de um patamar médio de 1,26% para 1,14%, na mesma base de comparação.

Segundo Euridson Sá, superintendente Executivo de Representação da Anbima, a transparência do mercado ajuda o investidor a comparar os gestores e escolher a melhor opção para os seus investimentos. E é justamente essa "transparência" que pode forçar a queda das taxas de administração. Até porque se o gestor cobrar um bônus muito alto pelo seu trabalho, o investidor tem a possibilidade de migrar seus aportes para outra asset, em busca de taxas mais competitivas.

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