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Sites parcelam multas, impostos e até conta de luz no cartão de crédito

Deixaqueeupago e Helpay facilitam a vida de quem não se planeja financeiramente. Mas facilidade exige cautela

Cartões: se facilidade não for usada pontualmente, consumidor corre o risco de se endividar (Towfiqu Photography/Getty Images)

Cartões: se facilidade não for usada pontualmente, consumidor corre o risco de se endividar (Towfiqu Photography/Getty Images)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 12 de julho de 2019 às 05h00.

Última atualização em 22 de julho de 2019 às 15h23.

São Paulo - Quer vender o carro, mas lembrou que não pagou multas e atrasou o IPVA? Teve imprevistos e não vai conseguir pagar a pensão alimentícia neste mês? Ou está prestes a ter a luz cortada e precisa de uma solução rápida? Sites como Deixaqueeupago e Helpay te ajudam a sair desses sufocos financeiros ao permitir que contas de consumo possam ser parceladas no cartão de crédito.

O Deixaqueeupago parcela em até 12 vezes contas de luz, água, telefone, cartão de crédito, aluguel, condomínio, prestação do carro ou moto, impostos como IPVA e IPTU, multas, mensalidades de colégio, faculdade e cursos; e plano de saúde. Os débitos podem estar em atraso ou não.

Já o Helpay tem foco em contas relacionadas ao veículo. O objetivo é regularizar o licenciamento do veículo e emitir um documento de quitação de débitos. Assim, o motorista não corre o risco de ter o carro levado para o "pátio" em uma blitz e ter prejuízo com as diárias. Também consegue vender o bem e obter alívio financeiro, inclusive para pagar os débitos relacionados ao carro.

Toda a contratação do serviço é online. Basta se cadastrar, enviar a conta a ser paga para as plataformas, ou informar dados do veículo, para que o crédito seja parcelado. No Deixaqueeupago, o pagamento é feito na hora. No Helpay, a previsão é de que os débitos sejam quitados em até 48 horas.

A facilidade de pagamento tem, logicamente, um custo. No Deixaqueeupago, ele varia entre 2,99% a 7,99%. Ou seja, a opção é mais cara do que o custo de um empréstimo consignado e pode ultrapassar também o valor de um crédito pessoal. Portanto, só valem a pena se o consumidor não tiver acesso a um empréstimo mais barato ou precisar de uma solução rápida até que consiga obter o crédito ou pagar a conta, impedindo a perda de um benefício, por exemplo o plano de saúde.

Os juros cobrados, ao menos, será menor do que o do cheque especial ou do crédito rotativo, que fica ao redor de dois dígitos na maioria dos bancos. Até quem está negativado pode obter a facilidade de pagamento, desde que, naturalmente, tenha um cartão de crédito e limite suficiente para parcelar a dívida. Caso não tenha, os sites aceitam limites de mais de um cartão.

Cuidado com o superendividamento

Há uma razão pela qual as contas fixas mensais não podem ser parceladas: o risco de que se tornem uma bola de neve é altíssimo, já que as contas seguintes continuarão a chegar.

Por isso, antes de usar os serviços disponíveis online, o consumidor deve ter consciência de que eles só são válidos no caso de um aperto financeiro temporário. Para situações de endividamento persistente, não há milagre: ou é necessário cortar gastos ou ganhar um salário maior.

Rafael Machado, fundador e CEO da plataforma Deixaqueeupago, deixa claro que só parcela contas de consumo. "Se o consumidor quiser viajar para a Disney ou fazer compras, não vamos pagar".

Além disso, aponta que, caso os pedidos para facilitar o pagamento se tornem frequentes, a análise de crédito se tornará, necessariamente, mais rigorosa, o que pode impedir o acesso ao serviço. "Não queremos que a dívida vire uma bola de neve ou um cliente para sempre. Pretendemos oferecer uma solução temporária para imprevistos, como atraso no pagamento do salário e compra de remédios, por exemplo".

No caso de débito relacionado a veículos, a solução pode ser mais vantajosa, já que impede que o consumidor fique sem o carro, principalmente no caso de quem precisa do bem para trabalhar. É um jeito de driblar a falta de um sistema de parcelamento dos débitos em órgãos de trânsito nos estados que ainda não oferecem a solução.

Se o pagamento do IPVA está atrasado, por exemplo, quanto mais o tempo passar, maiores são as penalidades. No Estado de São Paulo, a multa diária por atrasado no pagamento do IPVA é de 0,33%, além de juros. Passados 60 dias, a multa fica em 20% do valor do imposto. No caso de inscrição na dívida ativa, a multa é de 40% do valor.

Contudo, em qualquer caso, é necessário verificar se a parcela cabe, de fato, no orçamento, ou se é possível obter uma renda extra com a qual seja possível quitar essa dívida o quanto antes. E o mais importante: parcelar apenas o tempo necessário, já que novos imprevistos podem acontecer. E, de preferência, fugir da solução de juntar limites de cartões diferentes, que podem ultrapassar, e muito, a capacidade de pagamento da parcela mensal.

 

 

 

 

 

 

 

 

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