Fintech de empréstimos entre pessoas lança recurso para diversificar risco
Quem precisa de recursos também consegue crédito mais rápido e em valores maiores na plataforma Mutual
Marília Almeida
Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 17h05.
Última atualização em 18 de dezembro de 2019 às 17h31.
São Paulo - A fintech Mutual, que funciona como intermediária de empréstimos entre pessoas físicas, lançou um recurso em seu aplicativo para que o investidor pode adquirir cotas dos valores solicitados por mais de um tomador de crédito, até o limite de 20 empréstimos. Antes, só era possível aportar o valor total pedido por uma única pessoa.
O fatiamento do investimento reduz o risco de quem empresta dinheiro ter seus ganhos afetados por uma eventual inadimplência do tomador do crédito.
Por outro lado, para quem precisa de dinheiro, a novidade oferece maior agilidade na captação do dinheiro e a possibilidade de solicitar quantias mais altas de financiamento, pois o risco mais baixo da aplicação poderá atrair mais investidores,
Em janeiro a Mutual pretende também oferecer a opção de os investidores reinvestirem os juros anuais que recebem de forma automática, contaMarciliano Freitas, cofundador da fintech. Também irá implantar uma ferramenta de alocação automática de empréstimos. "Para isso, vamos pedir a autorização do investidor".
A fintech oferece crédito no valor de até 10 mil reais, que pode ser pago em até 18 meses. As taxas cobradas variam entre 2,5% ao mês e 7,5% ao mês. O investidor recebe um retorno que varia entre 14% a 20% ao ano, conforme o nível do risco do crédito.
Como funciona
Quem pede empréstimo na plataforma da Mutual é classificado com uma nota de crédito, semelhante ao score do banco, que mostra a capacidade da pessoa de honrar seus pagamentos.
Esse índice se baseia no histórico financeiro e na classificação do tomador de empréstimo nos serviços de proteção ao crédito. Isso significa que quanto menor o endividamento e quanto melhor o histórico de responsabilidade financeira, melhor será o score do tomador.
Com ajuda de tecnologia, a fintech analisa se o cliente possui financiamentos de curto ou longo prazo, qual a projeção de endividamento para os próximos meses, além de verificar se está inadimplente em alguma operação de crédito.
Quem empresta o dinheiro detém uma Cédula de Crédito Bancário (CCB), gerada por uma instituição financeira parceira no momento em que a financeira empresta o dinheiro para o tomador. A financeira endossa os direitos da CCB para o investidor e a CCB pode ser vendida a terceiros.
Desde que começou a operar, em janeiro de 2018, a Mutual já realizou mais de 5 mil empréstimos que movimentaram 8 milhões de reais. Do total de pedidos recebidos pela plataforma, cerca de 9% são qualificáveis. Em geral, o montante requisitado não se enquadra na renda do tomador, e a plataforma não realiza empréstimos para negativados.
A empresa está iniciando o processo para se tornar uma Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), necessário para se enquadrar na nova regulação do Banco Central. Enquanto esse processo não é concluído a Mutual atua como correspondente bancário.