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Seguro que protege em caso de desemprego vale a pena?

Seguros que pagam prestações do financiamento e até saldo do cartão de crédito para quem é demitido têm diversas restrições que devem ser analisadas

Homem na rua e caixa com material de escritório: seguros que pagam parte ou valor integral da dívida em caso de perda do emprego têm restrições (OcusFocus/Thinkstock)
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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2015 às 06h01.

São Paulo - Ao conceder um empréstimo ou financiamento , bancos e financeiras têm oferecido seguros que cobrem parte ou o valor total da dívida em caso de perda de renda, aproveitando um cenário de crescimento do desemprego no Brasil.

O seguro prestamista, conhecido como “Proteção Financeira”, cobre financiamentos de carros , gastos no cartão de crédito e até operações de crédito consignado (empréstimos com desconto em folha de pagamento).

Geralmente, o seguro está ligado a um título de capitalização e dá direito ao segurado de participar de sorteios de prêmios. Mas o custo da proteção pode ser equivalente a até 10% do valor da dívida.

Ou seja, antes de contratar a proteção, é necessário pesar essa despesa e ler atentamente a apólice, que pode ter uma série de restrições para que o segurado consiga receber a indenização.

Dessa forma, é possível verificar se o produto traz realmente vantagens para o segurado, e não apenas para a instituição financeira, diz Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC). “Ao ter parte ou o valor total do pagamento do débito garantido, o banco ou financeira consegue diminuir o risco da operação”.

Proteção limitada

Para conseguir contratar o seguro prestamista, é necessário trabalhar com carteira assinada (CLT) em uma mesma empresa por um tempo mínimo, geralmente de 12 meses. Ou seja, caso perca o emprego e seja indenizado, o trabalhador somente poderá contratar uma nova cobertura quando preencher novamente esses requisitos.

Além disso, a proteção cobre apenas demissão involuntária, sem justa causa, e não indeniza o segurado em casos de demissões em massa (quando a empresa demitir mais de 10% do quadro de funcionários no mesmo mês) ou falência e encerramento de atividades do empregador.

As indenizações são mais limitadas no caso de dívidas mais longas e pesadas, como nos financiamentos de carros. Geralmente, as seguradoras costumam quitar até quatro prestações da dívida, limitadas a um valor máximo previsto na apólice. Se o segurado continuar desempregado após esse período, terá de honrar por conta própria o compromisso financeiro.

A partir da contratação, a proteção tem ainda um período de carência, que pode ser de até 60 dias. Ou seja, se o segurado perder o emprego nesse período, não terá a cobertura. Ao ficar desempregado, geralmente o segurado ainda precisará manter o pagamento da dívida por mais um mês antes que possa ser indenizado.

Ainda que a ideia desse tipo de seguro pareça interessante à primeira vista, com todas as restrições envolvidas ele pode se mostrar mais benéfico para o credor do que para o cliente.

Compensa?

Para Ione Amorim, do IDEC, em vez de pagar as mensalidades do seguro e os juros do empréstimo ou do financiamento, o mais prudente é evitar o endividamento em um cenário de crise econômica.

Caso haja necessidade do empréstimo, o consumidor pode guardar o valor que pagaria pela proteção para antecipar o pagamento da dívida e pagar menos juros, ou criar uma reserva financeira para honrar o compromisso financeiro em caso de imprevistos. “A garantia, nesse caso, será maior, pois não haverá restrições para uso do dinheiro”.

Para quem vai financiar um veículo, por exemplo, é mais recomendável contratar uma proteção para o bem, contra furtos e acidentes, do que uma proteção para o financiamento, diz Ione. “É melhor ter um custo adicional para proteger o bem do que garantir o pagamento do débito". Nesse caso, ao menos o carro poderá ser retomado pela instituição financeira ou ser vendido para quitar a dívida.

A economista do Idec ressalta que o seguro prestamista não é obrigatório e, portanto, a contratação do seguro não pode ser imposta pelo banco, principalmente como condição para obter benefícios no empréstimo, como juros menores. “Essa prática é considerada venda casada e proibida pelo Código de Defesa do Consumidor”.

São Paulo - Não consegue economizar ou vive no cheque especial , mas nunca encontra tempo para colocar as finanças em ordem? A pedido de EXAME.com, Gustavo Cerbasi, especialista em educação financeira e autor do livro "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos", criou um plano de 14 dias para quem deseja melhorar o orçamento .É necessário realizar apenas uma tarefa por dia durante duas semanas para mapear a situação financeira. O objetivo é controlar gastos e poupar para atingir metas pessoais, como a compra da casa própria , por exemplo.As dicas foram baseadas nas orientações compiladas por Cerbasi no livro "Como Organizar sua Vida Financeira", que será relançado em setembro desse ano.  Conheça a seguir o plano de 14 dias para quem deseja se preparar contra eventuais imprevistos que tenham impacto no orçamento:
  • 2. 1º dia: organize comprovantes de renda e despesas

    2 /16(David Sacks/Thinkstock)

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    Calcule sua renda líquida mensal (já livre de eventuais descontos, como impostos) e os gastos realizados no último mês. Separe-os em grupos, como alimentação, saúde, moradia e lazer. Caso não tenha o registro de todas as despesas realizadas nesse período, inicie um monitoramento de entradas e saídas de dinheiro durante os próximos 30 dias, arquivando diariamente os comprovantes em uma pasta. O plano de ação para melhorar o orçamento deverá ser iniciado após essa análise.
  • 3. 2º dia: analise os gastos

    3 /16(ThinkStock/Nastco)

  • Se souber lidar com planilhas eletrônicas, como o Excel, ou aplicativos que ajudam a gerenciar gastos, use essas ferramentas para se organizar. Caso não tenha o costume de utilizar esses recursos, relacione todos os seus gastos em um caderno e identifique onde você está gastando mais do que imaginava.
  • 4. 3º dia: planeje sua rotina para monitorar o orçamento

    4 /16(pressureUA/Thinkstock)

    O ideal é que você não perca muito tempo com essa atividade. Prefira estratégias simples, como arquivar comprovantes por tipo de gasto e dedicar uma hora por mês para atualizar o seu orçamento.
  • 5. 4º dia: faça uma relação de todas as suas dívidas

    5 /16(George Doyle/Thinkstock)

    Crie uma lista na qual você relacione todas as suas dívidas. Em cada uma, é necessário apontar o valor total do saldo devedor, o valor da prestação mensal (quando houver), nome do credor e o Custo Efetivo Total (CET) de cada linha de crédito. O CET mostra todos os encargos incluídos na dívida e é a melhor forma de analisar as taxas cobradas. Organize essa lista a partir da dívida mais cara para a mais barata, usando o CET como critério para esse ranking.
  • 6. 5º dia: defina seus objetivos financeiros

    6 /16(RomoloTavani/Thinkstock)

    Crie uma lista de sonhos e objetivos pessoais que você pretende alcançar nos próximos seis meses, em um ano e após cinco anos. Faça as contas de quanto precisará poupar para alcançá-los.
  • 7. 6º dia: faça uma lista de corte de gastos

    7 /16(Tramvaen/Thinkstock)

    Relacione todas as economias que você se propõe a fazer, com base na análise de seu orçamento, identificação do total de parcelas mensais de suas dívidas e o quanto gostaria de poupar. Trocar o carro atual ou até o próprio imóvel por outro mais em conta é uma estratégia eficaz. As metas devem ser relacionadas por escrito.
  • 8. 7º dia: se comprometa a aumentar sua renda

    8 /16(Tijana87/Thinkstock)

    Defina, por escrito, valores que você pretende levantar no curto prazo, seja vendendo bens que não usa e, se possível, realizando horas extras ou bicos. Defina um prazo para esse período, para que não se torne uma rotina. O ideal é executar esse objetivo durante três a quatro meses, no máximo.
  • 9. 8º dia: negocie dívidas

    9 /16(Thinkstock/Creatas Images)

    Com base no seu plano de corte de gastos e aumento de ganhos, calcule quanto poderá gerar nas próximas semanas ou meses e entre em contato com seus credores para quitar as dívidas com CET acima de 2% ao mês e/ou substituir as dívidas mais caras por outras de CET mais baixo, com o objetivo de reduzir seu gasto com juros. Assuma prestações que você consiga pagar com tranquilidade, para não correr o risco de cair em dívidas não planejadas ( veja 10 passos para negociar sua dívida com o banco ). Uma boa estratégia é vender bens de alto valor, como o carro.
  • 10. 9º dia: estude investimentos

    10 /16(ThinkStock/sjenner13)

    Analise investimentos oferecidos pelo banco no qual você tem conta e por outras instituições financeiras. Dedique uma ou duas horas para entender como funciona cada aplicação financeira ( veja 10 livros essenciais para quem quer começar a investir ). Preencha um questionário para identificar seu perfil de investidor.
  • 11. 10 º dia: defina metas de poupança

    11 /16(James Thew/Thinkstock)

    Faça planos de quanto começará a poupar por mês assim que liquidar suas dívidas, caso tenha débitos que não foram planejados. Passe a poupar somente quando suas dívidas se limitarem a financiamentos planejados, com prestações que caibam confortavelmente no orçamento.
  • 12. 11º dia: escolha uma aplicação para a aposentadoria

    12 /16(ChickiBam/Thinkstock)

    Marque uma reunião com um corretor de seguros para discutir o melhor plano de previdência para seu perfil ou busque uma aplicação financeira que seja mais adequada para objetivos de longo prazo ( veja 8 verdades que você deve encarar sobre a aposentadoria ). Comprometa-se a iniciar as contribuições somente depois de quitar suas dívidas.
  • 13. 12º dia: automatize seus investimentos

    13 /16(Anatoliy Babiy/Thinkstock)

    Ao iniciar aplicações e começar a guardar dinheiro, prefira que os depósitos mensais sejam feitos por débito automático. A ferramenta reforça a necessidade de ter disciplina, essencial para o sucesso de seu plano.
  • 14. 13º dia: organize documentos e senhas

    14 /16(gpointstudio/Thinkstock)

    Com o planejamento definido, tire um tempo para organizar documentos do banco e guardar senhas de cartões, por exemplo. Defina também uma data a cada seis meses para que você estude as aplicações que seu banco oferece e possa compará-las com as de outras instituições financeiras.
  • 15. 14º dia: planeje o orçamento futuro

    15 /16(Thinkstock)

    Para ter disciplina, você precisa saber o resultado de cada passo. Planilhas são recomendadas porque permitem projetar gastos futuros, incluindo consumo em datas festivas, para que você veja quanto dinheiro irá acumular e quando irá conseguir atingir seus objetivos financeiros. Tenha como hábito pensar no futuro e ajustar o orçamento atual quando ocorrer algum desequilíbrio.
  • 16. Agora veja 15 formas de controlar o seu orçamento

    16 /16(Raul Júnior/VOCÊ SA)

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