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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
A crise provocada pelo colapso de dois fundos do banco de investimentos americano Bear Sterns fez uma vítima no mais alto escalão da empresa, no começo desta semana: o presidente e co-diretor de operações, Warren Spector, pediu demissão do cargo, neste domingo (5/8), seis semanas após o início das turbulências.
Apontado com freqüência como provável sucessor do CEO da empresa, Jimmy Caine, Spector chefiava todas as operações no mercado de capitais, junto do co-presidente Alan Schwartz, que passará a comandar sozinho a área a partir de agora.
A saída de Spector veio na seqüência de uma declaração da própria companhia, na sexta-feira, de que eles atravessam a pior tempestade em mais de 20 anos, depois de a agência de classificação de risco Standard & Poor';s (S&P) lançar um alerta de que os problemas no crédito hipotecário poderiam prejudicar os lucros da Bear Sterns e afetar sua credibilidade por um longo período. A S&P também alterou o viés de classificação do banco, de "estável" para "negativo", e as ações da empresa caíram 4,9%.
O colapso dos fundos da Bear Sterns ajudou a fortalecer o movimento de queda nos mercados de crédito de todo o mundo, nas últimas semanas, e a reforçar o temor dos investidores de que o enfraquecimento do mercado imobiliário americano espalhe-se para outros setores.
Essa agitação teve relação direta com a saída de Warren Spector, nas palavras do executivo-chefe, Jimmy Caine, segundo o qual as mudanças na estrutura de liderança decorreram dos "recentes eventos ligados aos fundos".
Segundo o jornal britânico Financial Times, parte dos investidores prevê que o nervosismo decorrente do colapso nos fundos reflita-se inclusive na reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, nesta terça-feira. Embora as apostas sejam de que a taxa de juros nos Estados Unidos permanecerá inalterada, esses analistas esperam que o Fed lance um alerta sobre a possibilidade de contaminação da crise para o restante da economia americana.