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Preços de passagens aéreas caíram 37%, mas já começam a se recuperar

Pesquisa do comparador de preços Viajala mostra que queda dos valores vem diminuindo desde julho

Preços de bilhetes aéreos caíram em média 22% na pandemia. Passagens para Aracaju, em Sergipe, ficaram 32% mas baratas (Pierre Albouy/Reuters)

Preços de bilhetes aéreos caíram em média 22% na pandemia. Passagens para Aracaju, em Sergipe, ficaram 32% mas baratas (Pierre Albouy/Reuters)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 28 de outubro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 28 de outubro de 2020 às 09h51.

Com o surgimento da pandemia, a demanda por viagens desabou e, como consequência, os preços das passagens aéreas caíram, em média, 22% de abril a outubro em comparação com o mesmo período do ano passado. Essa é uma das conclusões do Barômetro Viajala.com.br, estudo sobre tendências do turismo lançado anualmente pelo buscador de voos.

Mas os preços começam a se recuperar justamente após a maior queda observada, de 37% em julho, quando se comparou um mês de alta temporada de 2019 com o pico da doença no país. Em agosto, os preços ainda estavam 24% menores do que no mesmo mês do ano passado. Em setembro, a diferença registrada foi ainda menor, de apenas 14%. "No mês de setembro as compras realizadas em nossos parceiros quase chegaram aos níveis pré-pandemia e provavelmente foi um incentivo para a recuperação dos preços", diz Josian Chevallier, VP de vendas e co-fundador do Viajala

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O estudo analisou 10 milhões de buscas de voos em várias cidades do país no período de isolamento social.

Destinos mais baratos

A pesquisa do Viajala.com.br também mostra quais destinos nacionais estão com preços mais atrativos para os brasileiros entre os quais a demanda aumentou, mesmo na pandemia.

As viagens internacionais ficaram de fora do levantamento porque, segundo o buscador, são uma aposta arriscada nesse momento, reunindo fatores como a crise financeira, o desemprego, a alta das moedas estrangeiras e as restrições de entrada de brasileiros em outros países.

A tendência é que, em 2021, se busque mais destinos nacionais, de praias, montanhas, cânions, serras e regiões ribeirinhas.

Veja abaixo os destinos que ficaram mais baratos e entraram no radar dos brasileiros na pandemia:

Aracaju (SE)

De abril a outubro, a queda média no preço de Aracaju foi de 32%, enquanto a demanda aumentou 35%.

"Sergipe é mais barato e menos concorrido como destino turístico que outros estados do Nordeste, ou seja, não recebe o mesmo fluxo intenso de pessoas na alta temporada que Bahia ou Ceará, e isso, no cenário atual, é uma grande vantagem", comenta Chevallier.

Conta também a favor da cidade que Sergipe é um dos estados do Nordeste com menor número de mortes pelo Covid, ao lado de Piauí e Alagoas.

São Luís (MA)

Enquanto a queda no preço médio no período foi de 28%, houve aumento de 32% na procura pela cidade.

Recife (PE)

A capital do estado registrou queda no preço médio no período do barômetro: 29%, com aumento de cerca de 6% na procura

Outros exemplos

- Rio de Janeiro: preços caíram, em média, 31% na cidade
- Brasília: queda de 27% no preço médio
- Natal: queda no preço médio de 25%
- João Pessoa: queda de 25% no preço médio
- São Paulo: queda no preço médio de 24%

Mudança no comportamento do viajante

Com tanta insegurança, o brasileiro começou a improvisar. “Comportamentos típicos do viajante precavido, como buscar passagens de ida e volta e pesquisar com antecedência, foram diminuindo e dando espaço para pesquisas só de ida, feitas mais em cima da hora”, relata Chevallier.

A pesquisa de viagens domésticas só de ida aumentou de 21% para 34% no período analisado. "Acreditamos que muitas pessoas estejam procurando apenas por um trecho para visitar seus familiares, por exemplo, pretendendo viajar sem data definida para a volta", afirma Chevallier. "Essa tendência pode ter sido estimulada pelo home office durante a pandemia, que permite que a pessoa trabalhe de qualquer lugar e decida depois quando quer voltar para casa."

Segundo o levantamento, as pessoas que buscaram passagens de ida e volta durante a pandemia,  fizeram com antecedência de apenas 32 dias antes da data. No ano passado, o número era, em média, de 42 dias.

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