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Planeje suas finanças para uma viagem de compras

Veja como um plano financeiro pode ajudar a economizar e não perder o controle dos gastos

Comprar com antecedência a moeda do país de destino pode ajudar na economia (AFP)

Comprar com antecedência a moeda do país de destino pode ajudar na economia (AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2012 às 07h36.

São Paulo - No primeiro trimestre de 2012, o gasto dos brasileiros no exterior bateu recorde, chegou a 5,381 bilhões de dólares, o maior valor desde 1947, segundo o Banco Central. Muitas vezes as viagens internacionais continuam pesando no bolso meses após a volta para casa, principalmente para quem viaja com a intenção de fazer compras. Mas, não é tão difícil quanto parece voltar das compras sem dívidas, basta acertar no planejamento financeiro. Veja abaixo dez dicas que podem ajudar nessa tarefa.

1. Planeje-se com antecedência

A primeira orientação é justamente iniciar um planejamento com o maior tempo possível de antecedência. “A vantagem de planejar com antecedência é que a pessoa consegue fazer uma análise: vou gastar x e tenho y meses até a viagem, e você sabe o quanto tem que economizar. É bom porque a pessoa acaba se forçando a ter o hábito de poupar e como ela tem o objetivo de atingir algo que é prazeroso, essa renúncia do consumo fica menos difícil“, explica Caio Torralvo, professor de finanças da FIA e consultor da FinPlan.

2. Invista o dinheiro na poupança

Depois de pensar em quanto economizar, uma boa dica é ponderar a melhor forma de aplicar o dinheiro. Conrado Navarro, planejador financeiro da Consultoria Dinheirama e autor do livro “Vamos Falar de Dinheiro” recomenda a poupança. “Como esta economia é feita a curto prazo, normalmente um ano, um ano e meio, não dá para fugir muito da poupança. O Tesouro Direto e o CDB, em menos de um ano ou seis meses, têm alíquota muito alta, e a rentabilidade líquida é muito próxima da poupança. Então, é preferível a caderneta mesmo. É mais simples, dá para resgatar o dinheiro a qualquer momento, e é uma opção boa para fazer um controle do dinheiro até a viagem”, avalia.

Outra vantagem da poupança, citada por Navarro, é a possibilidade de mais de uma pessoa gerenciar a conta, o que é favorável no caso de uma viagem em família.

3. Aplique as economias em uma Letra de Crédito Imobiliário (LCI)

Se o gerenciamento das economias for feito apenas por uma pessoa, uma aplicação que pode ser vantajosa é a Letra de Crédito Imobiliária (LCI), que é semelhante ao CDB, mas é isenta de Imposto de Renda para pessoas físicas. Este tipo de aplicação é lastreado em imóveis financiados, mas o risco de crédito é do banco emissor e não do mutuário. Existem opções pré e pós-fixadas, com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para valores investidos de até 70.000 reais - a mesma garantia da poupança. No caso das opções prefixadas, como a rentabilidade já é conhecida, o investidor já sabe quanto vai ganhar no final do período.


4. Parcele os gastos com passagens e hospedagens

Edmar Bull, vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens, sugere que a poupança para a viagem inclua apenas os gastos reservados para as compras. “Em vez de fazer uma poupança, eu sugiro que a pessoa faça um financiamento com as companhias aéreas e agências de viagens, porque muitas delas oferecem opções de pagamento em 10 vezes sem juros e com isso já se garante o dólar de hoje, com a tarifa mais baixa. Na poupança devem ficar apenas os gastos com as compras”, opina Edmur.

Navarro também indica o parcelamento, mas aconselha que antes seja feita uma avaliação se as condições de descontos oferecidas pelas empresas valem mesmo a pena. “O ideal é pesquisar com as empresas se, ao fazer um parcelamento com antecedência, elas oferecem desconto. Se o desconto não for bom, mais vale rentabilizar o dinheiro e depois pagar à vista a viagem. Mas, às vezes, você consegue desconto de 10% em um pacote e é melhor fazer o parcelamento do que investir poupança, que deve render em média 7% em um ano”.

5. Compre a moeda do país de destino com antecedência

Quem se planeja com tempo deve comprar aos poucos a moeda do país para o qual pretende viajar. “A pessoa não precisa adivinhar qual é a melhor época para comprar a moeda. Em vez de esperar o momento do dólar mais barato, que é uma reposta que quase ninguém tem, compre um pouco a cada mês, ou de 15 em 15 dias. Assim você terá um preço médio da moeda”, sugere Navarro.

6. Não use cartão de crédito

Há um consenso entre os três entrevistados de que as melhores opções de pagamento são os cartões pré-pagos de viagem ou o dinheiro em espécie. Como o IOF cobrado em pagamentos feitos com cartão de crédito internacional é de 6,38%, a recomendação é que ele seja usado apenas em casos de emergência. Ele pode ser substituído pelos cartões pré-pagos, que têm a vantagem da taxa de câmbio ser fixada no dia de aquisição ou recarga do cartão e o fato de o IOF cobrado ser o mesmo das operações normais de câmbio, de 0,38%.


7. Aproveite a viagem de negócios

Edmar Bull é também presidente da Associação Brasileira de Viagens Corporativas. Segundo ele, muitas pessoas têm aproveitado as viagens corporativas para fazer compras. “Muitas pessoas aproveitam que estão com a viagem toda paga pela empresa e levam dinheiro apenas para gastar e muitas vezes levam a família junto para fazer compras também”, conta. Sem os gastos com passagens, hospedagens e alimentação, fica mais fácil poupar o dinheiro para as compras.

8. Planeje a passagem pela alfândega

Problemas na alfândega podem sair muito caro. Quem viaja de avião para o exterior pode gastar, no máximo, 500 dólares em compras. Se o valor dos bens adquiridos exceder esta cota de isenção, o viajante deve realizar a Declaração de Bagagem Acompanhada e pagar imposto de importação de 50% sobre o valor que ultrapassou a cota. Um viajante que comprou um notebook no valor de 1.000 dólares, por exemplo, ao fazer a declaração paga uma taxa de 250 dólares. Se ele deixar de declarar e a bagagem for examinada pela fiscalização aduaneira, ele terá que pagar o imposto de 50%, mais uma multa de 25% sobre o valor que excedeu a cota produto, ou seja, ele teria que pagar 250 dólares de imposto, mais 175 dólares de multa.

Alguns produtos não entram na cota, como roupas, sapatos, relógios e cosméticos, mas eles devem ser condizentes com o uso do passageiro. São permitidas até três peças iguais de sapatos, roupas e relógios e até dez de cosméticos, se houver excedente e a fiscalização aduaneira interpretar que os produtos foram comprados com a intenção de revenda, eles podem ser tributados. No site da Receita Federal podem ser encontrados os limites de quantidade para outros produtos. O viajante pode adquirir mercadorias até o valor total de 500 dólares com isenção de tributos nas lojas francas (duty free shops) dos portos e aeroportos, após o desembarque no Brasil e antes de sua apresentação à fiscalização aduaneira.

9. Atenção na compra de enxoval de bebês

Muitos brasileiros têm feito viagens internacionais para comprar o enxoval do bebê, principalmente nos Estados Unidos. A Receita Federal está apertando a fiscalização de bagagens de gestantes para checar se o número de peças não ultrapassa as cotas estabelecidas. Por isso, é bom prestar atenção sobre a cota de isenção e a quantidade de produtos iguais comprados, para não pagar multa. 

10. Procure pacotes de viagem especializados em turismo de compras

Algumas agências de viagem oferecem opções de pacotes especializados em compras que podem ajudar o turista a poupar alguns gastos. A CVC, por exemplo, vende roteiros de compras para Miami, Buenos Aires e Nova York que incluem transporte para lojas, shoppings e outlets que são previamente selecionados por oferecerem bons descontos. Além disso, alguns dos pacotes incluem cupons de descontos que podem ser usados nas compras.

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