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Pacote para a previdência privada terá alcance limitado, diz Zylberstajn

Segundo o professor da USP, medidas anunciadas pelo governo não bastam para ampliar o número de participantes dos planos de modo significativo

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O pacote tributário para a previdência privada, anunciado pelo governo há algumas semanas, não deverá ser suficiente para ampliar, de forma significativa, o número de participantes dos planos. A avaliação foi feita por Helio Zylberstajn, professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo (USP). "As medidas do governo mexem com o rendimento dos planos, e essa não é a maior preocupação das pessoas que poupam para a aposentadoria", disse Zylberstajn (leia reportagem de EXAME sobre as mudanças nos planos de previdência).

Em palestra no II Fórum Nacional de Seguros de Vida e Previdência Privada, o professor apresentou uma série de números sobre o perfil da população brasileira e daqueles que investem em PGBLs e VGBLs. A conclusão não é nova: a renda é o principal fator que influencia a demanda por planos de previdência privada. A novidade é que os dados mostram que pode haver menos espaço do que se pensa para o crescimento da demanda por esses produtos.

Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) compiladas por Zylberstajn, existem apenas 2,7 milhões de planos de previdência no país. O rendimento das pessoas que têm esses planos é de 2 122 reais, em média, mais de três vezes a renda média dos brasileiros, que é de 611 reais. A pesquisa do IBGE revela ainda que somente 11% da população economicamente ativa do país ganha mais de cinco salários mínimos. O percentual equivale a menos de oito milhões de pessoas. "De maneira geral, é esse o mercado potencial de previdência privada no país", afirmou Zylberstajn.

Outros números apresentados pelo professor mostram também as diferenças de alcance dos planos de previdência privada no mercado de trabalho. Os profissionais que mais têm esses produtos são os empregadores, aqueles que dirigem um negócio próprio. Cerca de 10% deles poupam para a aposentadoria via PGBL ou VGBL. Em segundo lugar, aparecem os militares, com 5,8%, seguidos pelos funcionários públicos (5,5%) e trabalhadores com carteira assinada (4%). Os menores percentuais foram registrados entre os empregados sem carteira assinada (1,1%) e aqueles que trabalham por conta própria (1,4%). Essa última categoria, porém, inclui não apenas profissionais liberais, como médicos e advogados, mas também agricultores e outros trabalhadores de renda mais baixa. "Por isso, o percentual é pequeno", explica Zylberstajn.

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