Os fundos com o melhor risco/retorno do Brasil

Encontrar o melhor fundo de investimentos está longe de ser uma tarefa simples. Não é à toa que bancos e instituições financeiras contratam tantos executivos para aconselhar os investidores sobre o lugar certo de aplicar o dinheiro. Um estudo realizado pela Luz Engenharia Financeira contribui para o processo de seleção de uma aplicação ao estabelecer um critério de escolha. O levantamento incluiu 506 fundos brasileiros que evitam alavancagem em excesso e não se concentram demais em poucos ativos. São, portanto, fundos que não estão entre os mais arriscados do mercado. Também foram expurgados do ranking os fundos exclusivos (que tem um único cotista), os de ações com patrimônio inferior a 1 milhão de reais, os multimercados ou de renda fixa com menos de 10 milhões de reais e aqueles que possuem um histórico de resultados inferior a 12 meses. Dentro do grupo dos 506 que sobraram, foram selecionados os que obtiveram os melhores resultados no primeiro semestre de 2010 e que ao mesmo tempo registraram baixa volatilidade. "A volatilidade é um bom parâmetro para mostrar os que correram menores riscos", afirma a gerente de clientes institucionais da Luz Engenharia Financeira, Viviane Werneck. Veja a seguir os melhores fundos em 11 categorias.

Fundos de ações

Na área de renda variável, a principal conclusão do estudo é que as gestoras de recursos independentes costumam ser a melhor opção para o investidor que planeja aplicar em ações. "São fundos com um patrimônio menor e que conseguem ter mais agilidade na hora de comprar e vender ações", diz Viviane. "Esses fundos menores podem, por exemplo, investir em ações de empresas com baixo valor de mercado sem incorrer em riscos de liquidez." Também é mais comum encontrar em uma asset independente do que na agência de um grande banco fundos que não possuem nenhuma correlação com índices de ações como o Ibovespa ou aqueles que buscam ganhos com dividendos. Com a forte queda das ações da Petrobras no primeiro esse semestre, essas aplicações não-atreladas acabaram tendo resultados melhores do que a média também porque não são incentivadas a aplicar ao menos parte dos recursos nas ações da estatal. Para contratar os serviços de uma asset independente, no entanto, é necessário transferir os recursos do banco para a gestora. Vale a pena, portanto, checar muito bem a reputação da instituição antes de fazer o investimento. Veja abaixo os melhores fundos de renda variável nas cinco categorias mais comuns oferecidas pelas instituições financeiras aos investidores:

Fundos de ações que investem principalmente em ações do Ibovespa e seus resultados nos últimos seis meses:

Fundos de ações que possuem como benchmark o IBrX, índice que reúne os 100 papéis com maior liquidez da bolsa brasileira:

Fundos livres de ações, que não seguem nenhum índice e podem investir em qualquer ativo da bolsa:

Fundos de ações que investem em empresas que pagam bons dividendos. Em tese, são os menos arriscados do universo da renda variável, já que o gestor está mais interessado na distribuição dos lucros obtidos por uma empresa do que na valorização do papel.

Fundos de ações que investem preferencialmente em "small caps" (ou empresas com baixo valor de mercado). Possuem o risco de mercado e também o de liquidez, já que o gestor poderá encontrar dificuldades para vender grandes lotes de papéis em um curto espaço de tempo:

É importante lembrar que nada garante que um fundo repita os resultados obtidos no último semestre nos próximos meses ou anos. Por esse motivo, Luiz Calado, executivo com passagem na Anbima e autor do livro "Fundos de Investimentos: Conheça Antes de Investir", aconselha o investidor a avaliar também os resultados de um fundo em um período muito superior a seis meses para verificar a consistência e competência do gestor. "Quem se interessar por determinado fundo deve consultar o histórico dos últimos cinco anos. Aqueles que têm muita aversão a perdas também devem observar os resultados mensais para verificar com que frequência um fundo obtém um resultado negativo. Isso é importante para que o cliente saiba se aquele é ou não um produto adequado a seu perfil", afirma Calado.

Fundos de renda fixa

Escolher um grande banco ou uma gestora de recursos não faz tanta diferença no caso dos fundos de renda fixa, segundo a Luz Engenharia Financeira. "O mais importante nesse caso é encontrar um fundo de renda fixa com baixa taxa de administração", diz Viviane. A pesquisa dividiu os fundos de renda fixa entre os DI, os de renda fixa atrelados ao CDI e os de renda fixa atrelados à inflação. Os fundos DI são os menos arriscados porque só investem em títulos públicos ou no máximo em CDBs. Já os fundos de renda fixa investem também em títulos de crédito privado, que são mais difíceis de analisar que os papéis do governo. Em seguida, aparecem os fundos de renda fixa atrelados à inflação, que apresentaram os melhores resultados nos primeiro seis meses deste ano. Como o Banco Central encerrou o ciclo de aumento de juros antes que o esperado pelo mercado e foi mais tolerante com o avanço dos preços, o IPCA deve fechar 2010 em cerca de 6% e o IGP-M, em 11%. Portanto, lucrou quem havia comprado fundos que investem em papéis atrelados à inflação. Antes de aplicar nesses fundos, é importante lembrar que eles perdem dos demais quando há deflação ou inflação muito baixa. Veja os melhores fundos em cada uma dessas três categorias:

Fundos de renda fixa que adotam como benchmark o CDI, que é a taxa de juros de mercado:

Fundos DI que adotam como benchmark o CDI:

Fundos de renda fixa que investem em papéis indexados à inflação:

Para o autor do livro "Fundos de Investimentos: Conheça Antes de Investir", Luiz Calado, outra forma de reduzir o risco de uma aplicação de renda fixa é com os chamados fundos de curto prazo. São aplicações em que o gestor compra títulos que estão prestes a vencer. "Um título público de dez anos tende a perder muito mais valor se a economia brasileira der uma chacoalhada do que um papel com vencimento em 60 dias. O mercado vai cobrar um prêmio para assumir um risco maior por mais tempo."

Fundos multimercados

Como o próprio nome já diz, os fundos multimercados alocam o dinheiro dos quotistas em diversas classes de ativos, como ações, derivativos, contratos futuros de bolsa, câmbio e crédito. A maior parte costuma ficar aplicada em renda fixa. Mas a parcela investida em renda variável no primeiro semestre foi suficiente para que esses fundos não tivessem resultados muito bons. Como a bolsa foi mal no período, esses fundos entregaram retornos próximos aos da renda fixa, mas com um nível de risco bem maior. Veja abaixo os melhores fundos multimercados no primeiro semestre:

Fundos multimercados multiestratégia, que investem em diversas classes de ativos:

Fundos multimercados macro, que compram ativos que tentam se beneficiar de mudanças no cenário econômico. São classificados como direcionais porque ganham quando o gestor acerta os rumos tomados pela economia.

Fundos multimercados long/short, que apostam na diferença de performance entre dois ativos. Ao contrário dos fundos macro, não são direcionais. Isso signifca que o fundo pode ganhar com ações mesmo que a bolsa caia, por exemplo.