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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
A Motorola do Brasil lançou um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e quer captar 400 milhões de reais na primeira emissão. Desde 1995, a fabricante de equipamentos de comunicação móvel investiu 492 milhões de dólares no país. Os FIDCs são fundos para aquisição de direitos de crédito originados de vendas a prazo ou contratos com recebimentos periódicos. O fundo ainda não foi registrado na Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid, onde o registro é opcional) mas tem registro confirmado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM, onde o registro é obrigatório).
A primeira emissão, em 6 de novembro, consistirá na distribuição pública exclusiva ao mercado brasileiro de 400 000 quotas sênior, com prazo de três anos, mais 12 372 quotas subordinadas (3% do total), subscritas e integralizadas pela própria emissora uma forma de partilhar riscos com os investidores.
"Esperamos uma boa receptividade do mercado, uma vez que o Fundo adquirirá recebíveis de uma multinacional e do setor de telecom. Além disso, os recebíveis da Motorola Brasil apresentam excelente performance de pagamento", diz em comunicado público Alexandre Carvalhal, diretor de Finanças de Produtos Móveis da Motorola Brasil. O índice de pagamento dos recebíveis da empresa é de 95% nos últimos 40 meses e 98% nos últimos dois anos.
Rabobank, ItaúBBA e Bradesco vão operacionalizar a distribuição pública, com consultoria jurídica do escritório Mattos Filho e auditoria da KPMG. O fundo foi estruturado de acordo com as normas contábeis americanas.
"Os recursos captados pela Motorola Brasil com as operações de cessão de recebíveis permitirão ampliar o acesso do mercado brasileiro ao uso de novas tecnologias de telefonia celular de alto valor agregado", diz em nota Enrique Ussher, presidente da Motorola Brasil e vice-presidente de Produtos Móveis para Argentina, Chile e Brasil. A ampliação de acesso significa maiores prazos de financiamento para as operadoras de telefonia celular (hoje, no máximo de 60 dias). Com o fundo, a Motorola recebe em prazo mais curto que 60 dias e aumenta para até 120 dias o financiamento de seus clientes.