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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
O banco de investimento americano Morgan Stanley, um dos maiores de Wall Street, negocia a venda de até 49% de suas ações para o China Investment Corp (CIC). Segundo o jornal Financial Times, a operação é parte da força-tarefa empreendida pelo governo norte-americano e pelo próprio banco para garantir sua sobrevivência.
O CIC é um fundo de investimento do governo da China. Pessoas ouvidas pelo jornal disseram que o Morgan Stanley vem desenvolvendo as conversas com o CIC como uma alternativa à fusão com o Wachovia, que apresentou proposta de compra ao banco nesta quarta-feira.
O Morgan Stanley tem dedicado esforços frenéticos a encontrar um parceiro que garanta sua sobrevivência. Boa parte do mercado acredita que bancos de investimento independentes podem não sobreviver à crise do crédito. Com os investidores pedindo taxas altíssimas para empréstimos, os bancos de investimento, que têm uma necessidade grande de crédito, estão se vendo obrigados a unir as operações com algum banco de varejo que tenha depósitos para financiar as transações. Foi esse o motivo que levou a Merrill Lynch a ser vendida ao Bank of America no final de semana.
Após a quebra dos Lehman Brothers, os únicos grandes bancos de investimento independentes dos EUA são o Morgan Stanley e o Goldman Sachs. Não é por acaso que as ações dos dois bancos registram fortes perdas apesar de ambos terem apresentado nesta semana lucros acima do esperado por analistas. No início da tarde desta quinta-feira, o Morgan Stanley tinha suas ações negociadas em Nova York a US$ 17.39, com queda de 20%.
Executivos do banco americano acreditam que a transação financeira com o CIC, que adquiriu 9,9% das ações do banco em dezembro, poderia ajudar a recuperar a confiança dos investidores na instituição. Além disso, a capitalização do banco via venda de ações seria mais bem vista que uma ajuda direta do governo americano, como a feita com a AIG. A maior seguradora americana recebeu um empréstimo de 85 bilhões de dólares do Federal Reserve (o BC americano).