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Mercado encerra semana com alta na Bovespa e dólar valorizado

Bolsa de Valores de São Paulo conseguiu reverter perdas, mas real não conseguiu manter patamar frente à moeda americana

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

A semana que começou com um turbilhão no mercado financeiro terminou com a volta da tranqüilidade aos negócios. A Bolsa de Valores de São Paulo conseguiu reverter as perdas de segunda, terça e quarta-feiras e encerrar o período com alta de 2,37%. Já o dólar, cuja cotação sofreu uma escalada entre os dias 22 e 26 de maio, acumulou valorização de 1,48% na semana mesmo com a recuperação do bom humor dos investidores entre quinta e sexta-feira.

Hoje a Bovespa registrou alta de 2,82%, aos 38 630 pontos. O dólar se desvalorizou 2,18%, chegando ao nível de 2,24 reais. O dia repetiu os resultados da quinta-feira (25/5), ainda que com menor intensidade. Ontem, dólar e bolsa mostraram desempenho inverso e extremo: o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve uma disparada de 4,96%, enquanto a moeda americana recuou 4,42% frente ao real. Os números são prova da volatilidade que tomou o mercado brasileiro na segunda-feira, depois que o medo de um aumento de juros nos Estados Unidos provocou o cancelamento de posições na bolsa por investidores estrangeiros e brasileiros. O abalo foi sentido não só no Brasil, mas também em outros países emergentes como Turquia, Índia e Rússia.

Para Celso de Toledo, analista da MCM Consultores, o cenário desta semana indica que ainda não se pode prever como serão os negócios nos próximos dias, já que os investidores estão sensíveis a qualquer notícia. "Essas oscilações no preço dos ativos no curto prazo foram fundamentalmente determinadas pelo que ocorreu lá fora. A aversão ao risco está na mesa e a próxima semana vai ser nervosa", afirmou.

Para agravar ainda mais a tensão, nos próximos dias 30 e 31 de maio, o Comitê de Política Monetária se reúne para decidir se mantém, eleva ou reduz a taxa básica de juros. A Selic, hoje em 15,75% ao ano, vem caindo desde setembro do ano passado, mas o mercado agora acredita que o governo deve promover um corte tímido, temeroso de que o dólar mais caro aumente a inflação. Segundo o último relatório de mercado do Banco Central, as instituições financeiras dão como mais provável uma redução de 0,5 ponto percentual.

Cenário externo

A origem de toda essa turbulência vem de Wall Street. O mercado financeiro americano - que dá o tom de todos os demais - está atravessando o fim de um ciclo monetário fortemente expansionista e estréia um período de política monetária neutra. Durante vários anos, entre 2001 e 2005, os juros ficaram muito baixos nos Estados Unidos, numa tentativa das autoridades de aliviar o impacto da explosão da bolha da Nasdaq em 2001 e das crises dos anos seguintes.

Agora, com a forte alta dos preços do petróleo e a ameaça de um leve aumento da inflação americana, as autoridades começaram a elevar os juros. Em poucos meses, os juros subiram de 1,75% ao ano para 5%. O mercado esperava que os 5% fossem o teto, mas recentes declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, levaram os especialistas a esperarem altas suplementares de juros.

Essa mudança de perspectiva alterou fortemente as expectativas e a atuação dos investidores internacionais. Os mercados emergentes, que eram quase uma coqueluche nos últimos meses, passaram a ser vistos com mais reservas. Brasil, Turquia, África do Sul - todos os mercados acionários e de títulos desses países vêm sofrendo nos últimos dias em virtude das vendas dos estrangeiros.

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