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Mercado de fundos de recebíveis pode dobrar em 2007

Desde seu lançamento, em 2002, investimento já cresceu mais de 40 vezes

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

Lançados há menos de cinco anos, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), também conhecidos como fundos de recebíveis, vêm surpreendendo o mercado com seu rápido crescimento. De 2002, quando surgiram os primeiros produtos, até o final do ano passado, o volume financeiro de cotas registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi multiplicado 42 vezes, passando de 200 milhões de reais em 2002 para 8,5 bilhões de reais em 2005.

"Os FIDCs são atraentes tanto para as empresas que buscam captar recursos quanto para os investidores. É por isso que têm crescido tão rapidamente", afirma Chuck Spragins, sócio da Uqbar, empresa especializada em securitização. Segundo ele, apenas no primeiro trimestre deste ano foram emitidos 3,2 bilhões de reais em cotas de FIDCs, valor 1.256% superior aos 236,6 milhões verificados no mesmo período do ano passado. Pelos dados da CVM, do começo de 2006 até a última sexta-feira (14/7), 4,2 bilhões de reais foram registrados em cotas.

Como historicamente os negócios tendem a ser mais fortes no segundo semestre do ano, as projeções dos analistas apontam mais um período de expansão acentuada do setor. E, em 2007, o ritmo de crescimento deve repetir a tradição. "Com cenário de queda nos juros, acreditamos que o mercado poderá dobrar no ano que vem", diz Roberto Pitta, diretor comercial da Mellon Serviços Financeiros, responsável pela administração de 15 dos 113 FIDCs em operação listados hoje na CVM.

Para Pitta, um dos grandes potenciais dos FIDCs é se tornar instrumento de funding (soma de dinheiro que a empresa capta para financiar suas operações) para estados e municípios. "Creio que por questões de legislação os fundos ainda não estão sendo utilizados por órgãos públicos. Mas há aí um grande mercado a ser explorado", afirma Pitta. O Estado de Goiás já solicitou à CVM registro de seu FIDC e deverá lançá-lo em breve. O fundo será lastreado em direitos creditórios de operações de parcelamento de tributos que integram os Programas de Refinanciamento da Secretaria da Fazenda do Governo do Estado de Goiás (Refaz I, II e III).

Empresas como a estatal Furnas Centrais Elétricas e a mista Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) já utilizam o investimento para captar recursos. "É mais barato para as firmas estruturar um FIDC que buscar empréstimo nos bancos. Outra vantagem é o prazo, que normalmente é maior que o oferecido pelas linhas de crédito convencionais", afirma Spragins.

Mas não são só as grandes companhias que buscam o produto. Segundo Spragins, com a explosão dos empréstimos consignados, em 2005, as pequenas e médias empresas também começaram a considerar os fundos uma alternativa interessante, principalmente as factorings. "Em pouco tempo, os FIDCs devem se tornar o principal instrumento de renda fixa do mercado", diz.

Entraves

Apesar da rápida expansão, os fundos de recebíveis ainda são pouco populares no mercado. A falta de informações, segundo os analistas, é o principal fator limitador de negócios. "A liquidez desses fundos é muito baixa porque não há informações disponíveis. Os dados são divulgados somente no lançamento e não é feito um histórico com informações como rendimento. Sem isso, torna-se difícil a comercialização das cotas no mercado secundário", diz Spragins.

No Brasil, o mercado de securitização ainda é tímido, correspondendo a menos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Já nos Estados Unidos, de acordo com Spragins, esse percentual ultrapassa os 60%. "Lá [nos Estados Unidos] e na Europa, os FIDCs existem há mais de 20 anos e continuam crescendo a uma taxa média de 30% ao ano. Até pouco tempo atrás, a economia brasileira, com altos índices de inflação, não permitia o desenvolvimento desses produtos. Mas agora, tudo está favorável, e o cenário deve mudar."

Ano

Quanto as empresas pretenderam captar com FIDC e FIC-FIDC (em R$)

2002

200.000.000,00

2003

1.540.000.000,00

2004

5.116.650.000,00

2005

8.579.125.001,54

2006*

4.212.550.000,00

Total

19.648.325.001,54

 

* Até 20/07/2006

Fonte: CVM

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