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Mais longe e mais caro

Por dentro dos jatos intercontinentais, aparelhos que sobressaem pelo extremo luxo e autonomia. Esses aviões não deviam ser chamados de jatinho

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 17h46.

As pessoas se acostumaram a chamar de jatinho qualquer aeronave privada. Houve um tempo em que o nome, no diminutivo, até expressava bem o aparelho, que era menor e mais limitado do que os da aviação comercial. Mas convenhamos. Considerando os últimos lançamentos que o mundo da aviação executiva vem produzindo, a palavra jatinho traduz mais o carinho que os donos têm pelo equipamento do que propriamente as suas dimensões. O que os fabricantes têm feito, na verdade, são jatões. A busca permanente por mais autonomia e conforto é uma obsessão para as empresas do setor. Duas delas se destacam. Quando a Boeing e a Airbus adaptaram seus modelos comerciais para entrar nesse nicho da aviação executiva, elas redesenharam o mercado. A Boeing pegou o modelo 737-700 e desenvolveu os BBJs (Boeing Business Jets) 1 e 2 -- duas máquinas com mais de 10 000 quilômetros de autonomia. A concorrente Airbus seguiu o mesmo caminho. Readaptou o A 319, usado na aviação comercial tradicional, e transformou-o no Airbus Corporate Setliner. A possibilidade de voar longas distâncias foi importante para atingir um público mais exigente e abriu caminho para que outras empresas fizessem o mesmo. Deu certo. O público mais elitizado não gosta de parar numa ilha do Atlântico para reabastecer a aeronave. "Essa é a aposta do mercado para os próximos anos", diz Michel Merluzeau, analista da Frost & Sulivan, empresa americana de consultoria.

A combinação de autonomia com luxo vem aumentando os custos dos jatos consideravelmente. Especialistas calculam que os motores de longo alcance sejam responsáveis por 50% do preço de um jatinho. O conforto responde por 30%. Mas, apesar dos altos preços e da crise pós-11 de setembro, esse nicho permanece em alta. Comparando os primeiros seis meses de 2004 com o primeiro semestre do ano passado, houve um aumento de 3% nas vendas de aeronaves particulares. A previsão é que o ano termine com uma variação dessa ordem e há sinais ainda mais promissores para 2005. Segundo as estimativas da Rolls-Royce, outra grande fabricante de motores para aviões (é a fornecedora do Legacy Executive, da Embraer), o futuro médio será um período sem turbulências para o setor. Nos últimos anos foram vendidas 4 995 aeronaves executivas. Na próxima década, a estimativa é que esse número chegue a 6 520 unidades -- um aumento de 30%.

No campo dos jatões, a novidade é o lançamento do Bombardier. O Bombardier Global 5 000, que deve ser posto no mercado nos próximos dias, atinge velocidade de 900 quilômetros por hora e tem autonomia de 9 000 quilômetros -- mais do que suficiente para cruzar o oceano Atlântico. O avião pode transportar 19 passageiros e conta com os luxos de sempre: cama, sistema de acesso à internet e televisão por satélite. O modelo da empresa canadense terá o preço de 33,5 milhões de dólares. Outro lançamento é o do Dassault Falcon 900DX, previsto para o início de 2005. A aeronave custará 32 milhões de dólares e terá autonomia de 8 000 quilômetros.

Os modelos de longo alcance têm outro trunfo para seduzir a clientela: o luxo. Eles são como apartamentos aéreos. Trazem opções de decoração com suíte (com cama de casal e armários) e banheiros com chuveiros. Os aviões saem de fábrica sem acabamento interno e são enviados a centros especializados, onde o cliente pode adequar o projeto às suas preferências. Numa configuração típica do BBJ, 20 passageiros podem viajar. Nessa opção de acabamento pode haver uma ou duas suítes com chuveiro, uma sala de jantar, uma sala de estar e um cômodo para a tripulação. A cozinha tem dois fornos, duas cafeteiras e dois refrigeradores. Além disso, as aeronaves podem ser equipadas com TV via satélite e um sistema que dá acesso à internet durante o vôo. É a melhor maneira de viajar. Seja a trabalho, seja a lazer.
 

Os jatinhos mais caros
Preço e autonomia dos modelos:

 

Boeing Business Jet 2
Preço: US$ 53 milhões Área da cabine: 93 m2 Alcance: 10 464 km

 

Airbus Corporate Jetliner
Preço: US$ 47 milhões Área da cabine: 79 m2 Alcance: 8 334 km

 

Gulfstream G 550
Preço: US$ 45,8 milhões Área da cabine: 34 m2 Alcance: 12 501 km

 

Bombardier Global Express Xrs
Preço: US$ 45,5 milhões Área da cabine: 31 m2 Alcance: 12 038 km

 

Boeing Business Jet
Preço: US$ 43 milhões Área da cabine: 75 m2 Alcance: 11 482 km

 

Gulfstream 500
Preço: US$ 38 milhões Área da cabine: 34 m2 Alcance: 10 742 km
Fontes: Business & Commercial Aviation 2004 Planning and Purchasing Handbook, Gama e fabricantes
Fotos Divulgação / www.jetsite.com.br

 

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