O Lehman Brothers, uma das maiores instituições de investimento e serviços financeiros dos Estados Unidos, anunciou nesta segunda-feira que prevê um prejuízo de 2,8 bilhões de dólares para o segundo trimestre fiscal do ano. Por isso, para ajudar a cobrir as perdas do país, o banco deverá fazer uma emissão de ações de 6 bilhões de dólares.

"Estou muito decepcionado com os resultados do primeiro trimestre. Apesar do sólido desempenho de nossa carteira de clientes, teremos pela primeira vez uma perda trimestral" desde que o banco abriu capital, em 1994, disse o presidente do Lehman, Richard Fuld, ao jornal Wall Street Jounal.

Essa seria a segunda captação que o Lehman faria nesse ano. A primeira foi no início de abril, quando captou 4 bilhões de dólares. Há rumores de que os executivos do Lehman estejam negociando com pelo menos um fundo de pensão norte-americano e um investidor estrangeiro para obter o aporte.

Com a crise de crédito, as ações dos bancos americanos e europeus sofreram grande pressão, já que os investidores estrangeiros optaram por vender suas ações. Só neste ano, as ações do Lehman registraram baixas de 49% na bolsa de valores de Nova York, num momento em que a empresa luta com a queda da divisão de crédito imobiliário e de crédito estruturado. Além disso, houve enfraquecimento da demanda por empréstimos de alto rendimento e por valores mobiliários lastreados em imóveis.

Os lucros por ação foram muito inferiores aos do ano passado. Neste segundo trimestre, a estimativa do prejuízo por ação é de 5,14 dólares, sendo que a previsão dos analistas era de uma perda de 0,22 dólares por ação. Para este período, a instituição prevê um lucro líquido de 489 milhões de dólares, ante a 1,2 bilhão de dólares no ano passado.

Depois do anúncio, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a classificação dos papéis do banco de "estável" para "negativa". Às 12h11, horário de Brasília, as ações do Lehman estavam cotadas a 29,37 dólares, com queda de 9,04%.