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Grande banco ou montadora: onde financiar o carro?

Juros em bancos de montadoras são mais baixos do que nos grandes bancos, mas diferença entre valores pagos na montadora mais cara e na mais barata chega a 4.000 reais


	Segundo BC, Banco GMAC tem os menores juros do mercado para financiamento de carros
 (Stock.xchng)

Segundo BC, Banco GMAC tem os menores juros do mercado para financiamento de carros (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2012 às 07h41.

São Paulo – Na hora de comprar um carro, fazer o financiamento com os bancos das montadoras é a opção mais vantajosa. Segundo dados do Banco Central, as taxas de juros na maior parte destes bancos são menores do que as oferecidas pelos bancos grandes. O Banco do Brasil, por exemplo, que tem as taxas mais competitivas entre os grandes, só tem juros menores do que três bancos de montadoras.

Marcus de Bellis, gerente de incentivo da consultoria automotiva Jato Dynamics, explica que as taxas dos bancos das montadoras costumam ser menores, pois são subsidiadas pelas próprias montadoras. “As taxas dos bancos de montadoras, via de regra, são melhores. Mas também, por outro lado, elas geralmente exigem uma entrada mais alta e são oferecidas a clientes com perfil muito positivo. É por isso que as concessionárias também utilizam o financiamento de outros bancos, porque suas condições são mais flexíveis”, explica. 

Nas tabelas a seguir podem ser observadas as taxas de financiamento de veículos oferecidas pelos bancos grandes, que são os maiores bancos de varejo do país, e as taxas oferecidas pelos bancos das montadoras. As taxas dos bancos médios, financeiras e bancos de montadoras de caminhões, ônibus e motociclestas não foram incluídas no levantamento. Os dados do Banco Central representam as taxas efetivamente praticadas pelas instituições no mercado. 

Bancos de montadoras

Instituição Concessionárias atendidas Taxa mensal Taxa anual
Banco GMAC Chevrolet 0,52% 6,42%
Banco Mercedes Benz Mercedes Benz e Smart 0,64% 7,96%
BMW Financeira BMW 0,71% 8,86%
Banco PSA Finance Brasil Citroën e Peugeot 0,93% 11,75%
CIA CFI RCI BRASIL/ RCI Banque Renault 0,99% 12,55%
Banco Volkswagen Volkswagen 1,37% 17,74%
Banco Toyota do Brasil Toyota 1,46% 19,00%
Banco Fiat Fiat 1,56% 20,41%

Bancos grandes 

Instituição Taxa mensal Taxa anual
Banco do Brasil 1,29% 16,63%
Caixa Econômica Federal 1,36% 17,18%
Santander 1,38% 17,88%
Itaú Unibanco 1,41% 18,30%
Bradesco 1,45% 18,86%
HSBC Finance 1,51% 19,70%

*Dados publicados no site do Banco Central no dia 10/10/2012 referentes às taxas mensais praticadas entre os dias 24/09/2012 a 28/09/2012.
**Não foram consideradas as operações de leasing. 


Como é possível notar, as diferenças entre as taxas praticadas por bancos diferentes pode ser bastante significativa e fazer diferença no preço final do veículo. O Banco com a menor taxa verificada, o Banco GMAC, que atende a rede de concessionárias da Chevrolet, cobra juros mensais de 0,52% nos financiamentos. E o banco Fiat, que tem a maior taxa entre os bancos de montadoras, tem uma taxa mensal de 1,56%.

Para mostrar a diferença dos juros na prática, a consultoria Jato Dynamics fez uma simulação do financiamento de um veículo de 30.000 reais, com uma entrada de 10.000 reais em um período de três anos, no Banco GMAC e no Banco Fiat. Para a comparação foi considerada uma Taxa de Abertura de Crédito (TAC) de 1.000 reais. 

Banco GMAC: taxa de 0,52% ao mês

Valor do veículo Valor líquido emprestado IOF Prazo Prestação mensal Total de juros ao final do período Total pago ao final do período
R$ 30.000,00 R$ 21.000,00 R$ 355,43 36 meses R$ 652 R$ 2.116,51 R$ 23.471,95

Banco Fiat – taxa de 1,56% ao mês

Valor do veículo Valor líquido emprestado IOF Prazo Prestação mensal Total de juros ao final do período Total pago ao final do período
R$ 30.000,00 R$ 21.000,00 R$ 362,11 36 meses R$ 780,03 R$ 6.718,94 R$ 28.081,05

Conforme as simulações mostram, o veículo com o mesmo valor fica 4.069,10 reais mais caro com o Banco Fiat. Apesar de não ser possível comprar o carro de uma montadora e contratar o financiamento com o banco de outra, o comprador pode ao menos solicitar que o financiamento seja feito com um banco grande ou médio que atenda diversas redes de concessionárias.  


Ainda que na maior parte dos casos, o financiamento com as montadoras seja mais vantajoso, no caso dos carros da Fiat, por exemplo, contratar um financiamento com o Banco do Brasil, cuja taxa verificada é de 1,29% ao mês pode gerar economias em relação ao financiamento com o próprio banco da Fiat. 

Segundo Belliz, na maior parte das vendas as próprias concessionárias oferecerem as linhas de crédito que julgam mais adequadas aos clientes, mas o comprador pode solicitar que o empréstimo seja feito em um banco de sua preferência. "Normalmente, o vendedor responsável pelos financiamentos avalia a ficha do cliente e seu perfil e oferece a linha de financiamento do banco que trabalha melhor com o perfil dele. Mas, ele pode pesquisar uma linha de crédito e solicitar que a venda seja feita com outro banco", diz o gerente de incentivo da Jato Dynamics. 

Mesmo com juros menores, é importante que antes de optar por um banco ou por outro, o cliente verifique qual será o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento em cada instituição, que é um valor percentual e representa a soma dos custos cobrados na contratação de um empréstimo ou financiamento. Isto porque, alguns bancos podem incluir, além dos juros e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), outras taxas indevidas que encarecem o CET. "Alguns bancos das montadoras incluem taxas no financiamento que são indevidas, como tarifa de cadastro, taxa de registro de contrato taxa de serviço de terceiros, entre outras. Essas taxas são ilegais e o comprador não deve aceitá-las", explica Anísio Castelo Branco, presidente do Instituto Brasileiro de Finanças, Perícias e Cálculos (Ibrafin).

A inclusão dessas taxas indevidas podem acabar encarecendo o financiamento feito com os bancos das montadoras, em relação aos bancos grandes. "Os bancos de montadoras acabam dizendo ao cliente que disponibilizarão o financiamento apenas se forem aceitas essas taxas. Mas, se o consumidor for pressionado nesse sentido, ele pode até mesmo aceitar a taxa e depois recorrer à justiça. Muitos compradores que têm processado esse tipo de conduta estão recebendo as taxas de volta e até mesmo indenizações", diz Castelo Branco.

Atualizado às 12h09. 

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