Segundo estudo da Ernst & Young Terco, defasagem da tabela em relação à inflação fica em 45,6% (Arquivo/Stock.XCHNG)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2011 às 14h46.
São Paulo - As centrais sindicais queriam reajuste de 6,46% na tabela do Imposto de Renda para a pessoa física. Mas o governo bateu o martelo e anunciou uma correção de 4,5% - centro da meta da inflação - para os anos de 2011, 2012, 2013 e 2014. Segundo estudo realizado pela Ernst & Young Terco, a mudança não tira a defasagem entre a inflação registrada nos últimos 15 anos e o IR pago pelos contribuintes. A diferença bate hoje em 45,6%.
Isso significa que o salário do brasileiro aumenta, mas como foi apenas corrigido pela inflação, seu poder de compra permanece o mesmo. A mordida do Leão, entretanto, não cresce na mesma proporção. O mercado, por exemplo, já espera uma inflação de 6% para este ano. E o descompasso acaba fazendo com que o contribuinte arque com uma carga tributária mais pesada.
Ainda assim, a mudança fará com que a União arrecade menos dinheiro. Isso acontece porque o reajuste enquadra mais contribuintes como isentos. Para os que já pagam IR, sobe a parcela dedutível depois de calculado o montante devido à Receita Federal.
É importante destacar que a medida não muda nenhum cálculo ou gasto dedutível feito para a declaração de IR 2011, já que o formulário discrimina rendimentos do ano passado, quando ainda valia a tabela antiga.
Para a declaração de 2012, que tem como referência o exercício de 2011, já valerão as novas condições. Não por menos, o assalariado sentirá os reflexos da correção no bolso, recebendo, a partir de agora, um desconto menor no salário a título de Imposto de Renda.
Confira as novas tabelas mensais de IR para os próximos anos:
2011
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Base de Cálculo (R$) | Alíquota | Parcela a Deduzir do IR (R$) |
---|---|---|
Até 1.566,61 | Isento | - |
De 1.566,62 até 2.347,85 | 7,5% | 117,49 |
De 2.347,86 até 3.130,51 | 15% | 293,58 |
De 3.130,52 até 3.911,63 | 22,5% | 528,37 |
Acima de 3.911,63 | 27,5% | 723,90 |
2012
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Base de Cálculo (R$) | Alíquota | Parcela a Deduzir do IR (R$) |
---|---|---|
Até 1.637,11 | Isento | - |
De 1.637,12 até 2.453,50 | 7,5% | 122,78 |
De 2.453,51 até 3.271,38 | 15% | 306,80 |
De 3.271,39 até 4.087,65 | 22,5% | 552,15 |
Acima de 4.087,65 | 27,5% | 756,53 |
2013
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Base de Cálculo (R$) | Alíquota | Parcela a Deduzir do IR (R$) |
---|---|---|
Até 1.710,78 | Isento | - |
De 1.710,79 até 2.563,91 | 7,5% | 128,31 |
De 2.563,92 até 3.418,59 | 15% | 320,60 |
De 3.418,60 até 4.271,59 | 22,5% | 577,00 |
Acima de 4.271,59 | 27,5% | 790,50 |
2014
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Base de Cálculo (R$) | Alíquota | Parcela a Deduzir do IR (R$) |
---|---|---|
Até 1.787,77 | Isento | - |
De 1.787,78 até 2.679,29 | 7,5% | 134,08 |
De 2.679,30 até 3.572,43 | 15% | 335,03 |
De 3.572,44 até 4.463,81 | 22,5% | 602,96 |
Acima de 4.463,81 | 27,5% | 826,10 |
Além do IR propriamente dito, a mudança na tabela acarreta correções no teto dos gastos dedutíveis na declaração de ajuste anual. No modelo simplificado, que permite um abatimento único de 20%, esse valor subirá de 13.317,09 reais (válido para a declaração deste ano) para 13.916,36 reais (válido para a declaração entregue em 2012). Da mesma forma, serão reajustadas em igual medida todas as deduções com limite fixado, como os gastos com dependentes e com educação.