Pix: novo golpe usa o mecanismo de devolução do pagamento instantâneo (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Redação Exame
Publicado em 13 de agosto de 2024 às 16h53.
Última atualização em 14 de agosto de 2024 às 10h35.
Golpistas têm usado o Pix para a prática de crimes. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alerta que uma das ações utilizadas pelos bandidos no momento é o golpe do Pix errado, que usa o Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Banco Central, criado para facilitar as devoluções no caso de fraudes e golpes.
Entenda o passo a passo do golpe:
1- Por meio de cadastros preenchidos em internet ou ainda em pesquisas em redes sociais, o bandido descobre o número do telefone celular da vítima (que muitas vezes é cadastrado como chave Pix);
2- De posse da chave Pix com número de celular, envia uma transferência;
3- Em seguida, liga ou manda mensagem para a vítima dizendo que fez um Pix errado e pede o estorno. Para isso, usa técnicas de convencimento para que a pessoa mande o dinheiro de volta;
4- A vítima, de boa-fé, aceita devolver o dinheiro. Só que ao invés de dar a chave Pix da transferência original, o golpista fornece uma chave Pix de uma terceira conta;
5- Neste momento, o bandido aciona o MED (Mecanismo Especial de Devolução);
6- Por meio deste mecanismo, os bancos envolvidos irão analisar a transação. Como o Pix devolvido foi feito para uma terceira conta, diferente da conta original da transferência, as instituições entendem que esta ação é típica de golpe e, daí, podem fazer a retirada do dinheiro do saldo da conta da pessoa enganada;
7- Se tiver êxito, além de receber o dinheiro devolvido espontaneamente, o bandido também recebe o valor pelo MED e a vítima fica no prejuízo.
A Febraban alerta que ao receber um pedido de estorno de Pix por qualquer motivo, o cliente sempre deve fazer a transação para a conta original que o Pix foi feito. Para isso, o cliente deve entrar em seu aplicativo bancário e dentro das funcionalidades do Pix, utilizar a opção de devolução da transação recebida, que automaticamente envia o valor para a conta de origem.
“Nunca, em hipótese alguma, faça um estorno para uma terceira conta. Se tiver qualquer dúvida, ligue para seu banco”, afirma José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.
A Federação também recomenda que os clientes tomem muito cuidado com a exposição de dados pessoais em redes sociais, com e-mails de supostas promoções que tenham cadastros e com mensagens recebidas em aplicativos de mensagens.