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Goldman Sachs injeta US$3 bi em fundo próprio, para evitar desvalorização

Empresa diz que a soma trará "flexibilidade para aproveitar oportunidades", mas analistas vêem tentativa de acalmar investidores

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O anúncio feito pelo banco americano Goldman Sachs de um plano para injetar 3 bilhões de dólares em um de seus próprios fundos, o Global Equity Opportunities, levantou suspeitas dos analistas de que a instituição está intervindo para acalmar os investidores e evitar uma retirada de capitais que reduza ainda mais o valor de fundo, depois de ele ter chegado a 3,6 bilhões de dólares, na última sexta-feira. A cifra é 30% menor do que a do início de 2007, segundo especialistas ouvidos pelo jornal britânico Financial Times.

Conforme o Goldman Sachs anunciou nesta segunda-feira (13/08), a decisão foi tomada com base na crença de que o portifólio do fundo representa um "investimento atraente" e de que a medida trará "mais flexibilidade para aproveitar as oportunidades que o mercado oferece, nas condições atuais". Para os analistas, no entanto, os motivos do interesse súbito em turbinar o fundo é a necessidade de estancar as perdas verificadas nos últimos dias e evitar as especulações de que a área de administração de fundos como um todo trará ainda mais prejuízos ao banco.

A impressão foi reforçada pelo fato de a própria empresa ter informado que dois de seus outros fundos, o North America Equity Opportunities e o Global Alpha, sofreram recentemente com a venda de ações a preços subvalorizados, uma das conseqüências negativas que poderiam atingir o Global Equity Opportunities, caso seu valor continuasse em queda.

Tanto o North America Equity Opportunities quanto o Global Alpha e o Global Equity Opportunities operam de maneira parecida: são fundos quantitativos administrados com base em complexos modelos matemáticos, que desenham posições de curto ou de longo prazo, com a finalidade de obter resultados mais precisos. Porém, diversas carteiras com esse formato sofreram baixas, na semana passada, uma vez que as mudanças bruscas dos mercados desviaram-se dos modelos que eles haviam previsto.

Esse desvio, na opinião dos analistas, é que teria obrigado a Goldman a mostrar que está disposta a preservar o Global Equity Opportunities e a praticar, sob esse ponto de vista, o mais recente exemplo de "intervenção protetora" em suas carteiras. O último banco a agir no mesmo sentido havia sido a Bear Sterns, com uma aplicação de 3 bilhões de dólares, em junho, num fundo hedge de sua propriedade.

Porém, como contrapartida desse cenário de insegurança quanta à capacidade dos fundos de resistirem às trovoadas vindas da crise das hipotecas, o Goldman Sachs conta com a disposição de outros investidores em apostar na recuperação de sua carteira. Do valor a ser injetado no Global Equity Opportunities, 2 bilhões de dólares virão da própria Goldman, mas o outro bilhão ficará a cargo de um grupo de três investidores - o banco CV Starr, liderado pelo ex-executivo-chefe da AIG, Hank Greenberg, além do Perry Capital, sob administração de um ex-trader da Goldman Sachs, e de um bilionário da áreas de seguros, Eli Broad.

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