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Fundo Verde reabriu: vale a pena resgatar aplicações para investir?

Veja o que considerar antes de aproveitar a pequena janela de captação do famoso fundo, que já rendeu 18.000%

Fundo do gestor Luís Stuhlberger tem resultado sólido. Mas rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura (Divulgação/Divulgação)

Fundo do gestor Luís Stuhlberger tem resultado sólido. Mas rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura (Divulgação/Divulgação)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 16h54.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2021 às 12h38.

O fundo Verde, capitaneado pelo admirado gestor Luis Stuhlberger, vai reabrir para aplicações nesta segunda, 8, e, terça, 9, além de outras janelas até junho.

Fundo multimercado do tipo macro, a aplicação se dedica a buscar rentabilidade nos mercados de ações, juros e câmbio. Resultado? Sua estratégia já rendeu a investidores incríveis 18.000% desde 1997, rendimento oito vezes maior do que o desempenho do CDI. Mas vale a pena resgatar seus investimentos em outros fundos ou até contrair dívidas para aproveitar estas oportunidades?

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Segundo relatório da especialista em fundos Juliana Machado, da EXAME Research, é necessário ter calma com fundos ou ações badalados. "Seduzidos pelo histórico de rentabilidade, o investidor prefere correr antes de analisar, de forma a não perder o que parece ser uma oportunidade de ouro".

De fato as oportunidades de investir no fundo são poucas: a casa já tem cerca de R$ 50 bilhões sob gestão e as janelas, quando se abrem, geralmente são limitadas.

O fundo, um feeder com prazo de resgate de 60 dias que segue a estratégia do principal fundo da gestora, estará disponível no período em plataformas de investimentos, como a do BTG, Vitreo, Àgora e XP. O investidor pode acessá-lo aplicando a partir de 50 mil reais.

Afinal, vale a pena entrar no fundo Verde?

Para quem investiu R$ 100 mil desde o primeiro dia do fundo, desconsiderando novos aportes e ponderando um Stuhlberger pouco conhecido, além de mercado financeiro mais restrito, conseguiu obter um lucro extraordinário de R$ 18.964.700,00. Mas isso é o bastante para o investidor realizar a aplicação, custe o que custar?

Veja abaixo as dicas de Juliana Machado:

Não saia de outros produtos para investir no fundo

A retirada de recursos de um fundo só deve ocorrer em duas situações: quando o objetivo financeiro for atingido e se deseja utilizar os recursos ou quando (ou se) a convicção mudar e o fundo não se enquadrar mais no perfil e objetivo financeiro.

Portanto, Machado não recomenda sacar recursos de outro produto que tenha um bom desempenho, combine com a estratégia, perfil de investidor e metas, para aplicar em outro produto. Além de afetar a estratégia, irão incidir impostos sobre o resgate que podem causar prejuízo a quem aplica.

Não fuja de sua estratégia e objetivos e compare

Tem recursos suficientes para aplicar no fundo? Então o investidor deve considerar ter o produto na carteira, levando em conta a capacidade de preservação de capital e a performance da casa ao longo do tempo.

No entanto, deve se lembrar de calcular se há espaço na carteira para fazer isso sem desbalancear sua estratégia.

Não tome empréstimos para aplicar no fundo

Vale tudo para aproveitar uma oportunidade? De jeito nenhum. Então, não tome dívidas para investir. Isso porque os juros a serem pagos dificilmente serão cobertos de forma consistente pelo rendimento registrado no fundo.

Também não é indicado sacar recursos da reserva de emergência para aplicar no fundo. Os recursos para aproveitar oportunidades em investimentos deve ser separado do gasto para cobrir imprevistos, cujo valor deve ser equivalente, a pelo menos, seis meses de renda.

Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura

Quem entrar no Verde hoje não vai investir no que o fundo já foi, mas no que será daqui para frente, diz Machado. Embora o histórico do produto seja sólido, não significa que o retorno será o mesmo daqui para frente. "Perder isso de vista vai garantir enormes frustrações, exatamente como trouxe para pessoas que têm recursos aplicados nos últimos cinco anos", diz a especialista, no relatório.

De 10 de fevereiro de 2016 a 4 de fevereiro deste ano o fundo CHSG Verde rendeu 58,54%, contra 43,54% do CDI, a taxa que serve como referência para o desempenho de investimentos de renda fixa. Ou seja, o desempenho foi de 15 pontos porcentuais acima da taxa. Contudo, é necessário lembrar que um fundo multimercado corre mais riscos e deve, portanto, render mais do que um fundo de renda fixa.

Portanto, conclui Machado, não deixe de comparar o produto com outros fundos similares, investidos ou não, em períodos mais recentes.

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