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Fique atento a seguros indevidos ao financiar imóvel

Financiamento do imóvel deve incluir apenas dois tipos de seguros. Saiba quais são para evitar pagar por proteções a mais

Homem segura casa em miniatura: financiamento do imóvel tem apenas dois seguros obrigatórios (Bartłomiej Szewczyk/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2015 às 14h06.

São Paulo - Aproveitando o desconhecimento de compradores sobre quais são os seguros obrigatórios dos financiamentos imobiliários , bancos podem induzir o cliente a contratar proteções adicionais, como seguros de vida e residenciais.

Prometer taxas menores para quem adquirir esses seguros opcionais ou condicionar a aprovação do financiamento à contratação dessas proteções são práticas ilegais, que podem ser consideradas venda casada. Proibida pelo artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), a venda casada consiste em exigir a contratação de produto como condição para a compra de outro.

Omitir que esses seguros adicionais não são obrigatórios também é uma prática ilegal. Segundo o CDC, o consumidor tem o direito à informação. Ter clareza do que está sendo oferecido impede que tenha um ônus adicional, ou seja, pague por serviços que, na verdade, não é obrigado a contratar.

Alguns gerentes podem forçar a inclusão dessas proteções no financiamento do cliente porque a venda desses produtos financeiros os ajuda a bater metas de venda, diz Marcelo Prata, diretor do site comparador de financiamentos Canal do Crédito.

Esses produtos financeiros não são, necessariamente, ruins, pois podem oferecer uma cobertura maior do que a prevista nos seguros obrigatórios, diz o diretor do Canal do Crédito. "O problema é que o comprador tem o direito de saber que a aquisição desse seguro é opcional e que a concessão do empréstimo não deve ser condicionada a essa contratação".

Mesmo que o valor dos seguros adicionais represente um pequeno acréscimo no valor das prestações da compra da casa, esse custo pode ser expressivo em financiamentos mais longos, segundo Maria Inês Dolci, diretora da associação de consumidores Proteste. "Por isso, é necessário analisar se a inclusão desses seguros realmente vale a pena".

O que diz a lei

Financiamentos imobiliários enquadrados no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) devem incluir, obrigatoriamente, dois tipos de seguros: para Morte e Invalidez Permanente (MIP) e Danos Físicos ao Imóvel (DFI). O SFH engloba financiamentos de imóveis no valor de até 750 mil reais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal; e de até 650 mil reais nos demais estados.

O MIP quita o saldo devedor em caso de morte ou invalidez dos compradores, sendo que quanto mais velho for o comprador, maior é o seu custo. Caso mais de uma pessoa participe do financiamento, a indenização será proporcional à renda do comprador que faleceu ou ficou com sequelas permanentes causadas por doença ou acidente. Ou seja, se a renda desse comprador equivalia a 50% do valor das parcelas, o seguro irá quitar 50% do saldo devedor.

Já o DFI cobre prejuízos causados ao imóvel por fatores externos, como incêndio e inundação. A indenização será proporcional ao valor do prejuízo.

No caso de imóveis com valores superiores a 750 mil reais em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal e de mais de 650 mil reais nos outros estados, incluídos no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o comprador não é obrigado a contratar qualquer seguro.

Evite abusos

Os custos do MIP e do DFI devem estar incluídos no valor das parcelas do financiamento e também no contrato de concessão do crédito pelo banco para a aquisição do imóvel.

Por isso, uma maneira fácil de verificar se o banco está incluindo produtos indevidos na operação é checar se o contrato de alguns dos seguros oferecidos é separado do contrato de financiamento, diz Prata, do Canal do Crédito.

Caso confirme a existência de venda casada, o comprador deve denunciar a prática à ouvidoria do banco. Se o problema não for solucionado, deve fazer uma reclamação ao Banco Central (BC). "O importante é que o comprador não pague por algo que não queira ou precise por medo de não ter o financiamento aprovado", diz Prata.

A forma mais efetiva de não pagar a mais pelo crédito é comparar o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento de diferentes instituições financeiras. "O CET inclui, além das taxas de juros cobradas no empréstimo, todos os encargos incluídos no financiamento do imóvel, inclusive o custo de seguros", diz Maria Inês, da Proteste ( veja como baratear o financiamento do imóvel só mexendo no seguro ).

Além da venda indevida de seguros, o banco também pode tentar incluir no financiamento do imóvel outros produtos, como planos de previdência e títulos de capitalização, que nada têm a ver com o financiamento do imóvel. "O consumidor deve estar consciente de que não é obrigado a contratar nenhum deles", diz Maria Inês.

Cliente é livre para escolher seguro obrigatório

O banco é obrigado por lei a oferecer ao menos duas opções de apólices coletivas dos seguros obrigatórios ao consumidor ao conceder o financiamento. Uma das proteções deve ser oferecida por uma seguradora que não seja ligada ao banco, de acordo com a resolução 3.811 do Banco Central.

Nesse caso, o banco não pode induzir a escolha do consumidor pela apólice do banco. "O comprador deve ser livre para decidir qual é a melhor opção", diz Maria Inês, da Proteste.

Se o comprador não quiser aderir a nenhuma das duas apólices recomendadas, o banco deverá aceitar a apólice individual contratada pelo cliente em outra seguradora, desde que a proteção ofereça as coberturas requeridas para financiamentos do SFH.

A instituição financeira tem 15 dias para analisar a proposta e pode cobrar, no máximo, 100 reais por essa análise. O banco só poderá recusar a proposta caso ofereça uma proteção com valor inferior ao da apólice escolhida pelo cliente.

A norma 3.811 do Banco Central prevê ainda que o comprador do imóvel possa mudar de apólice durante o financiamento. A nova proteção passará a vigorar após a terceira parcela do financiamento paga pelo cliente a partir da solicitação da mudança do seguro.

São Paulo - Levantamento feito pela Proteste mostra quanto custam os seguros dos carros mais roubados no Brasil. Os carros que são mais visados por ladrões costumam ter seguros mais caros, naturalmente. Porém, como o índice de roubo não é o único fator que influencia na formação do preço do seguro - especialistas dizem que a variável seria responsável por influenciar algo como 50% do preço da proteção - o carro que lidera a lista dos veículos mais roubados não terá, necessariamente, o seguro mais caro do mercado. Também influenciam no preço da apólice, entre outros fatores, o valor do veículo e o grau de dificuldade de conserto do modelo no caso de colisões, caso o seguro também inclua cobertura em caso de acidentes. Afinal, quanto mais caro e difícil de consertar, maior será o custo da indenização a ser paga pela seguradora. Por isso, além de observar o índice de roubo do carro, é essencial simular os preços do seguro. Mesmo com um alto índice de roubo, um determinado modelo ainda pode ter um seguro mais barato do que outro com índice menor caso a seguradora avalie que seu risco é mais baixo ao considerar outras variáveis. Uma das formas de fazer essa comparação é utilizar o simulador disponível no site da Proteste, Metodologia A Proteste listou os preços dos seguros dos dez modelos mais roubados de acordo com o ranking publicado por EXAME.com, que leva em conta o Índice de Veículos Roubados/Furtados divulgado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). A listagem considerou apenas os 50 carros mais vendidos dos últimos cinco anos, de acordo com dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Ainda que no ranking da Susep alguns carros tenham sido separados de acordo com sua motorização, a simulação da Proteste não fez essa diferenciação. Assim, enquanto no ranking da Susep a versão do Palio com motor 1.0 e as demais versões com motorização superior apareçam em posições diferentes, na simulação da Proteste foi considerada apenas uma versão do carro. O mesmo vale para o Fiat Siena. Ao usar esse critério, em vez de considerar as duas versões do Palio e as duas do Siena que apareciam entre os dez carros mais roubados, a entidade incluiu na simulação o Honda City e o Hyundai i30, que aparecem em 11º lugar e 12º lugar do ranking da Susep. A Proteste calculou o preço médio do seguro oferecido por sete seguradoras para dois perfis: um homem de 35 anos, casado, com ensino superior completo, 13 anos de habilitação, com um filho de 14 anos, que viva em casa com garagem e utilize o veículo diariamente; e uma mulher de 45 anos, solteira, sem filhos, com segundo grau completo, quatro anos de habilitação, que viva em casa com garagem e utilize o veículo duas vezes por semana. Foram realizadas duas simulações para cada perfil: uma considerando que o motorista more no bairro do Morumbi, em São Paulo, e outra na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.  Foi simulado o preço de um seguro que oferece cobertura total do preço do veículo, de acordo com a Tabela Fipe; cobertura de 50 mil reais para danos materiais e corporais a terceiros; cobertura de 5 mil reais para acidentes pessoais de passageiros em caso de morte e invalidez; e assistência 24 horas. Veja a seguir o resultado das simulações de preços de seguros dos dez carros mais roubados. Os veículos foram listados em ordem decrescente, do mais visado para o menos visado por ladrões.
  • 2. Volkswagen Voyage

    2 /12(Divulgação/Sala de imprensa Volkswagen)

  • Veja também

    PerfilPreço médio
    Homem - São PauloR$ 2.740,15
    Homem - Rio de JaneiroR$ 2.333,69
    Mulher - São PauloR$ 3.439,67
    Mulher - Rio de JaneiroR$ 2.033,73
    *A versão simulada foi: 1.6 Mi Total Flex 8V 4p 2014
  • 3. Fiat Palio Weekend

    3 /12(Divulgação)

  • PerfilPreço médio
    Homem - São PauloR$ 3.471,25
    Homem - Rio de JaneiroR$ 2.373,40
    Mulher - São PauloR$ 3.514,76
    Mulher - Rio de JaneiroR$ 2.380,77
    *A versão simulada foi: Attractive 1.4 Fire Flex 8V 2014
  • 4. Fiat Uno

    4 /12(Marco de Bari/Quatro Rodas/Revista Quatro Rodas)

    PerfilPreço médio
    Homem - São PauloR$ 2.677,50
    Homem - Rio de JaneiroR$ 2.211,89
    Mulher - São PauloR$ 2.840,46
    Mulher - Rio de JaneiroR$ 1.921,68
    *A versão simulada foi: Mille 1.0 Fire/ F.Flex/ Economy 2p 2013
  • 5. Fiat Palio

    5 /12(Divulgação/Assessoria de imprensa da Fiat)

    PerfilPreço médio
    Homem - São PauloR$ 2.396,59
    Homem - Rio de JaneiroR$ 1.729,60
    Mulher - São PauloR$ 2.271,63
    Mulher - Rio de JaneiroR$ 1.776,33
    *A versão simulada foi: 1.0 Economy Fire Flex 8V 2p
  • 6. Volkswagen Gol

    6 /12(Divulgação/Assessoria de imprensa da Volkswagen)

    PerfilPreço médio
    Homem - São PauloR$ 2.956,42
    Homem - Rio de JaneiroR$ 1839,85
    Mulher - São PauloR$ 2.833,78
    Mulher - Rio de JaneiroR$ 2.088,91
    *A versão simulada foi: 1.0 Mi Total Flex 8V 4p 2015
  • 7. Fiat Siena

    7 /12(Divulgação/Assessoria de imprensa da Fiat)

    PerfilPreço médio
    Homem - São PauloR$ 2.898,78
    Homem - Rio de JaneiroR$ 2.039,69
    Mulher - São PauloR$ 2.766,24
    Mulher - Rio de JaneiroR$ 2.205,79
    *A versão simulada foi: EL 1.4 mpi Fire Flex 8V 4p 2014
  • 8. Kia Cerato

    8 /12(Divulgação/Sala de imprensa Kia Motors)

    PerfilPreço médio
    Homem - São PauloR$ 3.812,91
    Homem - Rio de JaneiroR$ 5.161,61
    Mulher - São PauloR$ 3.597,07
    Mulher - Rio de JaneiroR$ 4.089,37
    *A versão simulada foi: 1.6 16V Flex Aut. 2015
  • 9. Hyundai HB20

    9 /12(Divulgação/Site Hyundai)

    PerfilPreço médio
    Homem - São PauloR$ 2.623,18
    Homem - Rio de JaneiroR$ 2.296,62
    Mulher - São PauloR$ 2.467,42
    Mulher - Rio de JaneiroR$ 2.000,82
    *A versão simulada foi: Copa do Mundo 1.0 Flex 12V Mec. 2015
  • 10. Honda City

    10 /12(Divulgação/Sala de imprensa Honda)

    PerfilPreço médio
    Homem - São PauloR$ 2.784,95
    Homem - Rio de JaneiroR$ 3.845,99
    Mulher - São PauloR$ 2.886,64
    Mulher - Rio de JaneiroR$ 3.250,12
    *A versão simulada foi: Sedan EX 1.5 Flex 16V 4p Aut. 2015
  • 11. Hyundai i30

    11 /12(Divulgação/Imprensa Hyundai)

    PerfilPreço médio
    Homem - São PauloR$ 6.343,26
    Homem - Rio de JaneiroR$ 3.845,99
    Mulher - São PauloR$ 5.653,89
    Mulher - Rio de JaneiroR$ 5.684,75
    *A versão simulada foi: 1.6 16V Flex 5p Aut. 2014
  • 12. Agora veja quais são os carros mais roubados do Brasil

    12 /12(iggy1965/Thinkstock)

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