EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
O bancário Anísio Teixeira não pensou duas vezes em transformar seus "passeios financeiros" pela Internet em atividade fixa quando se viu sem emprego, há pouco mais de três meses. Incrementou o pequeno escritório que tinha em casa e passou a investir profissionalmente no mercado de ações. Da tela de seu computador, ele acompanha diariamente a bolsa de valores. Fica sabendo quais papéis estão em alta ou em queda, o volume de negócios e mais uma série de dados transmitidos online pelo site da corretora Souza Barros, da qual é cliente. A atividade já se tornou sua principal fonte de renda. "Eu faço qualquer operação pela Internet", diz. "Não preciso sair de casa para ir à bolsa, à corretora ou ao banco."Teixeira já tem experiência no ramo. Há uma década aplica regularmente em ações e há um ano e meio passou a utilizar a Internet para transações bancárias. Mesmo para quem não é tão entendido como ele, investir pela web pode ser uma excelente porta de entrada para o mundo financeiro. Os especialistas afirmam: se você tiver algum conhecimento de investimento, o caminho a ser trilhado será ágil e descomplicado. Caso contrário, você terá de começar do básico -- mas os sites lhe darão a chance de aprender tudo desde o início. Além disso, há outras facilidades, como a possibilidade de aplicar quantias menores do que as exigidas pelas grandes corretoras, começando com valores mínimos de até 100 reais em alguns casos.
Aprender a usar esses serviços não é assim tão complicado. O economista Aloísio Villeth Lemos, responsável pelo conteúdo do site OndeInvestir, da Lopes Filho Consultoria, ressalta que, além de informativos, eles são educativos. A maioria dos sites oferece cursos e jogos com simulações de investimentos, realiza chats com especialistas etc. Eles também se encarregam de orientá-lo, a começar por ajudá-lo a definir seu perfil como investidor. Toda essa estrutura foi desenvolvida com o surgimento, em 1999, do home broker, sistema de negociação via Internet da Bovespa oferecido por cerca de 50 corretoras. Em 1999, a participação no total das operações do sistema bancário era de 0,9%. Em 2001, essas transações já representavam 2,25%. Um crescimento de 92,74%, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). No mercado de capitais, as operações pela Internet representam cerca de 1% do total transacionado na Bovespa.
Para começar a investir, é preciso primeiro escolher um site com o qual trabalhar. Para Villeth, uma alternativa é o cliente começar realizando transações com o banco onde tem conta corrente, pelo menos até estar mais familiarizado com o meio virtual. Teixeira, o personagem citado no início desta reportagem, por exemplo, costuma acessar o endereço eletrônico da corretora Souza Barros, do Investshop e do Bradesco. O primeiro é totalmente voltado para o mercado de ações. O segundo oferece os mais variados tipos de produto de diversas instituições financeiras. Já o terceiro é do banco onde ele tem conta corrente. Qualquer que seja a opção do usuário, o importante a observar é a segurança. "O investidor precisa ter certeza de que as operações realmente estão sendo realizadas e confiar na idoneidade do grupo que está por trás delas", observa Teixeira. Ou seja, descubra primeiro se a corretora tem bom nome na praça e se é cadastrada na Bovespa. O mesmo cuidado vale para os fundos em que decidir investir.
Escolhido o site, é hora de comprar os produtos vendidos online -- como fundos de renda fixa ou ações. Toda movimentação necessária é feita com poucos cliques no mouse. Na hora de realizar os lucros -- ou seja, revender as ações ou resgatar os fundos -- o procedimento é o mesmo. Há algumas questões burocráticas, mas nada que comprometa a agilidade do sistema. Antes de começar suas transações, você precisará se cadastrar. Basta encaminhar pelo correio (essa é das poucas coisas que você faz fora do meio virtual) cópias de documentos -- em geral, CIC, RG, comprovante de residência e declaração das possibilidades de investimentos. Por que pelo correio? Porque os documentos precisam ser assinados. Depois, é só começar a operar.
De acordo com o consultor Clodoir Vieira, da Souza Barros, depois de mandada a ordem de compra online, o investidor transfere para a conta da corretora que administra o site o equivalente a 20% do total da aplicação. O restante é pago em três dias. Esses pagamentos também são feitos online. Se você estiver comprando fundos ou ações no site do Bradesco, por exemplo, e for correntista desse banco, a transferência é feita no mesmo ambiente. Se for de um banco para outra instituição, não vai exigir mais que um DOC. Tais regras, no entanto, podem variar, dependendo da instituição.
Escolha seu site
Conheça as diferenças entre os principais sites de investimentos pessoais
investshop.com.br
(Bozano, Simonsen) Vende 160 fundos de diversos bancos, realiza compra e venda de ações online com a Bovespa e faz contratações de seguros, entre outros serviços
shopinvest.com.br
(Bradesco) Distribui produtos e serviços próprios para clientes do banco
investa.com.br
(Itaú) Distribui fundos de investimentos e ações, entre outros produtos, para o público em geral. Os clientes do banco acessam os sites específicos do Itaú
patagon.com.br
(Santander Central Hispano) Trabalha com fundos de investimentos, PGBL e seguros. É corretora membro da Bovespa
souzabarros.com.br
(Corretora Souza Barros) É uma das 50 corretoras que oferece serviços de home broker (corretagem online) da Bovespa. O site é voltado para o mercado acionário
igfinance
(Opportunity) Graças a parcerias com instituições financeiras, oferece grande variedade de produtos e serviços