As ações da Fertilizantes Heringer (FHER3) chegaram a ter desvalorização de 24% nesta quinta-feira. Negociadas a 2,85, as ações são penalizadas pelos resultados negativos apresentados pela companhia na véspera.

O prejuízo líquido reportado durante o quarto trimestre de 2008 foi de 277,9 milhões de reais, superando as expectativas de perdas próximas a 264,9 milhões projetadas pela corretora Brascan. No mesmo período do ano anterior, a Heringer havia apresentado lucro líquido de 36,4 milhões.

"Consideramos o resultado divulgado pela Heringer negativo, confirmando o cenário de dificuldades que enfrenta o setor agropecuário, com restrição de crédito em função da crise financeira internacional", explicaram os analistas.

Além de reportar um fraco resultado operacional, a companhia trouxe ainda um prejuízo financeiro no montante de 289,2 milhões de reais, fato justificado pela Brascan com a dívida em dólar.

Reforçando os sinais de que o momento não é dos melhores para o setor agropecuário, o volume vendido pela empresa contraiu 28,7% frente ao mesmo período de 2007, chegando a 774,2 mil toneladas. O número, porem, veio de acordo com as projeções da corretora.

Perspectivas

Quanto às expectativas para este ano, a Heringer e a Brascan possuem projeções um tanto quanto divergentes. Segundo a companhia, a queda dos preços dos fertilizantes e a depreciação do real devem pesar a favor do agronegócio brasileiro em 2009.

Também foi destacado que os fundamentos para a demanda de commodities agrícolas continuam presentes, devido ao baixo nível dos estoques globais de grãos. As projeções apontam ainda que as vendas de fertilizantes apresentem ligeira alta ao fim do ano.

"Com relação às perspectivas para 2009, estamos com premissas mais conservadoras do que a companhia, e estimamos queda de 5% nas vendas de fertilizantes no Brasil em relação a 2008, ainda em decorrência da falta de crédito para o setor", discordou a corretora.

Apesar disso, os analistas acreditam que o cenário adverso e as projeções negativas de curto prazo já estão precificados nos preços das ações. Por isso, mantém a recomendação de "outperform" (desempenho acima da média do mercado) aos papéis, com preço-alvo de 19 reais por ação para dezembro deste ano.