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Fator prevê Ibovespa em 51.000 pontos em dezembro

Corretora não está otimitista em relação à continuidade do rali da Bovespa neste ano

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Há uma onda de notícias otimistas sobre o desempenho da economia brasileira diante da crise global. No entanto, na opinião de Lika Takahashi, estrategista-chefe da Fator Corretoa, ainda é cedo para comemorar. A previsão o Ibovespa ao final do ano é de 51.000 pontos, um patamar bastante inferior ao fechamento desta sexta-feira (51.000 pontos). Para junho de 2010, sua previsão é de 60.000 pontos.

Segundo ela, ao se olhar cuidadosamente para os indicadores econômicos do Brasil, percebe-se que a melhora ocorreu em áreas que receberam incentivos do governo. "É difícil ver outra coisa senão uma contínua deterioração na demanda e investimento, embora em menor grau", afirmou Lika.

Em relação ao mercado financeiro, o relatório conclui que a Bovespa está fortemente vinculada às expectativas de crescimento da China e que, até agora, a estratégia de exportar commodities e investir nos principais beneficiários desse negócio foi vencedora. Porém, a questão ressaltada pela Fator é o que vai acontecer agora que a China concluiu o seu processo de reconstrução de estoques de matérias-primas.

Outro ponto ainda indefinido para a economia brasileira é referente aos impactos que o fim da era Lula e Meirelles (presidente do Banco Central) poderia acarretar. Desde que assumiu o cargo em 2003, Meirelles sempre tomou medidas para manter a inflação sob controle, indendente de quão impopulares elas fossem. Como o presidente do BC cogita deixar o cargo no início de 2010 para disputar o governo de Goiás, o mercado tem dúvidas sobre o futuro da política monetária.

Além disso, a analista também desconfia das expectativas de maiores lucros para as companhias brasileiras no próximo ano. "Como podemos ter certeza de melhores resultados se as empresas estão reclamando de falta de visibilidade?". Para a corretora, este ainda é um período em que as empresas estão revisando suas receitas para baixo.

Dicas de investimento

Na opinião da analista Takahashi, em geral os múltiplos das empresas estão altos. Isso quer dizer que as ações estão caras. Portanto, o ideal é ser seletivo. Para ela, uma boa opção de investimento é no setor de energia e telecomunicações, que costuma ter múltiplos mais baratos. (Continua)


Na área de consumo, a boa escolha são as empresas com resultados previsíveis, como NET e AmBev. Em contrapartida, os investimentos na área de commodities são arriscados devido às incertezas quanto ao mercado chinês. No mesmo sentido de risco, estão as empresas mais vulneráveis às condições climáticas, como as de alimentos e as de transporte ferroviário (ALL e Randon). Existem previsões de que o fenômeno El Niño será responsável pelo aumento de temperatura nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil e pelas chuvas na região Sul, o que pode reduzir a safra.

E o que esperar do exterior?

Mercado imobiliário: O pior pode ter passado para este segmento, segundo análise da Fator. No entanto, a situação ainda é ruim. A inadimplência hipotecária bateu novo recorde em julho deste ano nos EUA. Cerca de um quarto dos credores hipotecários saíram prejudicados e aproximadamente 16 milhões de famílias estão endividadas. O crescimento do número de inadimplentes pressiona os preços das residências, o que reduzirá ainda mais a riqueza das famílias americanas, segundo análise da Fator.

Sistema financeiro: A situação também não é nada animadora para o mercado financeiro, segundo a Fator. Apesar dos sinais de estabilidade, no segundo trimestre de 2009, os órgãos reguladores do governo acrescentaram 111 bancos na lista de instituições de risco. A agência federal dos EUA (Federal Deposit Insurance Corporation - FDIC), cuja principal função é a de garantia de depósitos bancários, anunciou que 5% de todos os bancos da América (416 instituições) pertencem à lista de risco. Ou seja, podem entrar em colapso.

As perdas com cartões de crédito saltaram para quase 10% e os bancos estão "sentados" sobre 332 bilhões de dólares de empréstimos não pagos. Além disso, os bancos têm mais de 34 bilhões de dólares de casas devolvidas. Para a corretora, o grande problema dos bancos que possuem hipotecas é que o desemprego continua a subir.

China e Commodities: Na avaliação da Fator, os mercados globais se tornaram muito mais sensíveis ao desempenho do mercado chinês nos últimos anos, na suposição de que a sua prosperidade reflete sobre o resto do mundo. No entanto, qualquer frustração diante dessa expectativa pode impactar fortemente o sistema financeiro global. Além disso, o mundo ainda depende principalmente do desempenho econômico norte-americano.

Transações internas: Os executivos das empresas americanas têm vendido muito mais ações do que comprado. A proporção nas últimas semanas é de 10 para 1, segundo a Fator. Com um argumento bastante simples, a corretora afirma que ninguém vende parte de suas próprias ações acreditando que seus preços irão subir. E isso reflete o pensamento de que os executivos não estão entusiasmados com um eventual crescimento consistente das próprias empresas onde trabalham.

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