Não vale mais a pena investir na maior parte das empresas que abriram capital na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no ano passado. Essa é a opinião da maioria dos analistas do mercado financeiro consultados por EXAME. "Muitas ações já estão caras", diz Gilberto Kfouri, diretor da BNP Paribas Asset Management.

Sete empresas estrearam na bolsa paulista em 2004: América Latina Logística (ALL), CPFL Energia, Diagnósticos da América (Dasa), Gol, Grendene, Natura e Porto Seguro. A maioria dos papéis subiu bastante em poucos meses (veja quadro abaixo). Agora, porém, o desempenho deve ser moderado. "As empresas são boas, o problema é que o preço dos papéis já está bastante esticado", diz Inácio Ponchet, gestor de renda variável da Credit Suisse Asset Management. "Existem opções melhores no mercado, comparativamente". Para ele, a única ação que ainda pode ter uma valorização expressiva neste ano é a da ALL.

Mario Quaresma Neto, superintendente de renda variável do BankBoston, foi o único dos 15 analistas ouvidos por EXAME que indicou a Dasa como uma das melhores alternativas de investimento na bolsa neste ano. Para ele, a companhia, que já controla a rede de laboratórios Delboni Auriemo, pode comprar laboratórios menores "a preços atraentes". "Muitos desses laboratórios menores estão em situação difícil, em razão da crise dos planos de saúde", diz Quaresma Neto. "Com isso, a Dasa poderia conseguir sinergia de serviços e redução de custos".

O conselho dos especialistas é prestar atenção ao resultado das empresas. "Como a maioria das empresas que abriram capital em 2004 tem níveis muito bons de governança corporativa e transparência, o investidor pode ter chance de ganhar dinheiro no longo prazo, dependendo do caso", diz Kfouri, da BNP Paribas. "É preciso avaliar".